O 'Padrão Globo de Jornalismo Esportivo' dez anos depois problematizando um consenso
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Há dez anos, o Globo Esporte, principal diário esportivo da TV brasileira, passou por mudanças significativas que atualizaram seu formato e enquadramento noticioso. Na academia, esse novo modelo é chamado de “Leifertização” do telejornalismo brasileiro, tido como o momento em que o jornalismo esportivo cedeu lugar ao entretenimento. O objetivo deste artigo é questionar esse consenso e tomar o “Padrão Globo de Jornalismo Esportivo” por seus próprios termos, a fim de construir uma moldura de questões que apontem caminhos instigantes para o desenvolvimento de novas pesquisas. Para tanto, discutiremos algumas das características do Padrão Globo de Jornalismo Esportivo, problematizando-as frente a outras literaturas além das usualmente abordadas na academia sobre jornalismo.
Downloads
Detalhes do artigo
Seção
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (veja O Efeito Acesso Livre).
Como Citar
Referências
AFFONSO, Lucas Torres de Oliveira; REFKALEFSKY, Eduardo. Linguagem e mídia: o caso do Globo Esporte. Anais do XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste, Ouro Preto/MG, 2012.
ALMEIDA, Gabriela Machado Ramos de; MELLO, Jamer Guterres de. Oh bondage! Up yours! Política das Imagens e Manifestações Não-normativas do Desejo no Documentário Lovely Andrea, de Hito Steyerl. Anais do 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2018.
ALZAMORA, Geane; TÁRCIA, Lorena. Convergência e transmídia: galáxias semânticas e narrativas emergentes em jornalismo. Brazilian Journalism Research, v. 8, n. 1, 2012, p. 22-35.
AMARAL, Márcia Franz. Os (des)caminhos da notícia rumo ao entretenimento. Estudos em Jornalismo e Mídia, v. 5, n. 1, 2008.
BORELLI, Vivian. O Esporte como uma construção específica no campo jornalístico. XXV Congresso Anual em Ciência da Comunicação, Salvador/BA, 04 e 05 set. 2002.
CHONG, Alberto; FERRAZ, Cláudio; FINAN, Frederico; LA FERRARA, Eliana. News vs Novelas: Can Entertainment TV Undermine Dictatorships? 2016. Disponível em: https://bit.ly/2Y2WFEy. Acesso em: 11 nov. 2019.
COHAN, Noah. We Average Unbeautiful Watchers: Fan Narratives and the Reading of American Sports. Lincoln, Estados Unidos: University of Nebraska Press, 2019.
COSTA, Leda Maria da. Notícias esportivas: entre o jornalismo e a literatura. Anais do SILEL, v. 2, n. 2. Uberlândia: EDUFU, 2011.
CUNHA, Karenine Miracelly Rocha da; MANTELLO, Paulo Francisco. Era uma vez a notícia: storytelling como técnica de redação de textos jornalísticos. Rev. Comun. Midiática, v. 9, n. 2, maio-ago. 2014, p. 56-67.
DEUZE, Mark; WITSCHGE, Tamara. Além do Jornalismo. Leituras do Jornalismo, v. 2, n. 4, 2015.
ECO, Umberto. Viagem na irrealidade cotidiana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
ECO, Umberto. Obra aberta. 4ª edição. São Paulo: Perspectiva, 1986.
ELIAS, Norbert. Mozart, sociologia de um gênio. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995.
FAUSTO NETO, Antônio. A circulação além das bordas. In: FAUSTO NETO, Antonio; VALDETTARO, Sandra. (Orgs.). Mediatización, Sociedade y Sentido: diálogos entre Brasil y Argentina. Rosario: Universidad Nacional de Rosario, 2010, p. 2-17.
FINGER, Christiane; OSELAME, Mariana. Entre a notícia e a diversão: um modelo nacional de jornalismo esportivo imposto aos programas locais. C-Legenda, n. 29, p. 61-73, 2014.
FLUSSER, Vilém. O universo das imagens técnicas: elogio da superficialidade. São Paulo: Annablume, 2008.
FORTES, Rafael. Por um salto de qualidade nas pesquisas do esporte no campo da Comunicação e do Jornalismo. Âncora: Revista Latino-Americana de Jornalismo, ano 4, v. 4, n. 1, p. 13-27, jan.-jun. 2017.
GABLER, Neal. Life: the movie. New York: Vintage Books, 1998.
GUMBRECHT, Hans Ulrich. Elogio da beleza atlética. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
JENKINS, Henry. Textual Poachers: Television Fans and Participatory Culture. Nova York: Routledge, 1992.
JENKINS, Henry; GREEN, Joshua; FORD, Sam. Cultura da conexão: criando valor e significado por meio da mídia propagável. São Paulo: Editora Aleph, 2015 (ePub).
JESUS, Giuliana Yolle Silva de. O entretenimento no jornalismo esportivo: um estudo comparativo dos programas esportivos da Rede Globo. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Jornalismo) – Centro Universitário UniCEUB, Brasília.
KILPP, Suzana. Ethicidades televisivas. São Leopoldo, RS: Editora Unisinos, 2003.
MARQUES, José Carlos. A falação esportiva (o discurso da imprensa esportiva e o aspecto mítico do futebol). Anais do XXV Congresso Anual em Ciência da Comunicação, 2002.
MARQUES DE MELO, José; ASSIS, Francisco de. Gêneros e formatos jornalísticos: um modelo classificatório. Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, v. 39, n. 1, p. 39-56, jan.-abr. 2016.
MEMÓRIA GLOBO. Globo Esporte. Sem data. Disponível em: https://glo.bo/3cASSU0. Último acesso 17 de novembro de 2019.
OSELAME, Mariana. Padrão Globo de Jornalismo Esportivo. Sessões do Imaginário, n. 24, 2010, p. 63-71.
PADEIRO, Carlos Henrique de Souza. A espetacularização do esporte e o infotenimento no jornalismo esportivo: o Globo Esporte (TV) e o UOL Esporte durante a Copa do Mundo de 2014. Revista Altejor, v. 2, n. 10, p. 143-158, jul.-dez. 2014.
PADEIRO, Carlos Henrique de Souza. A espetacularização do esporte e o entretenimento no jornalismo esportivo: uma análise do Globo Esporte (TV). Anais do XX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste, 2015.
PADEIRO, Carlos Henrique de Souza. Noticiário esportivo na TV: entretenimento e promoção de grandes eventos: uma análise do Globo Esporte (Globo/SP) e do Caderno de Esportes (Esporte Interativo). Anais do XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2016.
PATIAS, Jaime Carlos. O espetáculo no telejornal sensacionalista. In: COELHO, Cláudio Novaes Pinto; CASTRO, Valdir José (Orgs.). Comunicação e sociedade do espetáculo. São Paulo: Paulus, 2006.
PENTEADO, Regina Zanella; GASTALDELLO, Laiane Maria; SILVA, Eliane Caires. Telejornalismo esportivo: cenas de apresentação e mudanças no programa Globo Esporte. Impulso, v. 24, n. 61, p. 47-62, set.-dez. 2014.
PEREIRA, Gustavo de Faria; COUTINHO, Iluska. Desafios do telejornalismo público esportivo: o caso do programa Stadium. Anais do XXIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste, 2018.
PIRES, Giovani de Lorenzi. A educação física e o discurso midiático: abordagem crítico-emancipatória. Ijuí/RS: Unijuí, 2002.
RANGEL, Patrícia. Globo Esporte São Paulo: ousadia e dxperimentalismo na produção da informação-entretenimento. Videre Futura, v. 1, p. 1-6, 2010.
RANGEL, Patrícia; BARBEIRO, Heródoto. Manual do Jornalismo Esportivo. São Paulo: Contexto, 2006.
REIS, Cristiano; GURGEL, Anderson. Central da Copa – a informação e o entretenimento na cobertura de um espetáculo esportivo. Anais do XVI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste, 2011.
ROCCO JÚNIOR, Ary José; BELMONTE, Wagner Barge. De smoking na rave: a polêmica Tiago Leifert – ciclistas e a incessante busca da audiência na redução do esporte ao binômio futebol-entretenimento. Anais do XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste, Bauru/SP, 2013.
SANDVOSS, Cornel. A Game of Two Halves: Football, Television and Globalization. Londres e Nova York: Routledge, 2003.
SANTOS, João Vitor Marcondes dos; MONTEIRO, Lívia Alessandra Campos; SILVADO, Sílvia Cristina. Globo Esporte: um comparativo do programa na década de 1990 e a partir de 2009. Anais do XX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste, 2015.
SANTOS, Silvan Menezes dos; MEZZAROBA, Cristiano; SOUZA, Doralice Lange de. Jornalismo esportivo e infotenimento: a (possível) sobreposição do entretenimento à informação no conteúdo jornalístico do esporte. Corpoconsciência, v. 21, n. 2, p. 93-106, maio-ago. 2017.
SCHIMMEL, Kimberly S.; HARRINGTON, C. Lee; BIELBY, Denise D. Keep Your Fans to Yourself: The Disjuncture between Sport Studies' and Pop Culture Studies' Perspectives on Fandom. Sports in Society, v. 10, n. 4, p. 580-600, 2007.
TELLES, Marcio. A recriação dos tempos mortos do futebol pela televisão: molduras, moldurações e figuras televisivas. 2013. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Informação) – Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
TELLES, Marcio. O replay na teletransmissão esportiva a partir do 'tempo morto' do futebol. Mediação, v. 16, p. 62-76, 2014.
VIMIEIRO, Ana Carolina. A produtividade digital dos torcedores de futebol brasileiros: formatos, motivações e abordagens. In: FORTES, Rafael; VIANA, Juliana de Alencar (Org.). Repensando o lazer a partir da cultura digital. Rio de Janeiro: E-papers, 2019, p. 213-248.