O torcer como dom e propriedade inalienável sociedade, cultura e comunidade
Contenido principal del artículo
Resumen
As transformações nas formas associativistas e nos fluxogramas institucionais em torno do futebol profissional e de espetáculo, premido pela expansão e capilaridade empresariais no reordenamento dos capitais tangíveis e intangíveis esportivos, têm mobilizado a atenção dos estudos acadêmicos e remexido alguns conceitos ditos clássicos e paradigmáticos presentes nas Ciências Sociais. Tentando acompanhar essas mudanças que incidem sobre clubes de futebol, cujos impactos podem ser observados na subjetividade das formas do torcer e numa economia das emoções, o artigo demanda por uma dupla entrada, bibliográfica e etnográfica, para ampliar o diálogo travado com outras áreas que acessam tais saberes, sobretudo sociológicos e antropológicos, em seus arcabouços analíticos. O foco incide sobre aquilo que a bibliografia denomina de produção do clube.
Downloads
Detalles del artículo
Sección

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (veja O Efeito Acesso Livre).
Cómo citar
Referencias
BORGES, Fernando. O papel da FIFA Fan Fest na Copa do mundo da África do Sul. Horizontes Antropológicos, Dossiê megaeventos, 19 (40), 2013, p. 201-30.
CARVALHO, Phelipe Caldas Pontes. O Belo e suas Torcidas: um estudo comparativo sobre as formas de pertencimento que cercam o Botafogo da Paraíba. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2019.
DAMO, Arlei. Do dom à profissão: a formação de futebolistas no Brasil e na França. São Paulo: Editora Hucitec, 2008.
ELIAS, Norbert; DUNNING, Eric. Em busca da excitação. Lisboa: Difel, 1992.
FERNANDES, Florestan. Comunidade e sociedade. São Paulo: Companhia Editora Nacional, Edusp, 1973.
FORMAGGINI DE JESUS, Victor Cesar Silva. O processo de mercadorização do futebol brasileiro e sua transnacionalização: uma análise sobre a Sociedade Anônima do Futebol (SAF). In: Anais do Congresso de Iniciação Científica da Unicamp, 32, Campinas: IFCH/UNICAMP, 2024.
GONÇALVES, Marco Antonio; MARQUES, Roberto; CARDOSO, Vânia. Etnobiografia: subjetividade e etnografia. Rio de Janeiro: Sete Letras, 2012.
LOPES, Felipe Tavares Paes. Ativismo e resistência no futebol: o “trio de ferro” contra a dominação. São Paulo: AutorEsporte, 2023.
MACHADO, Igor José de Renó. A memória como um campo etnográfico: antropologia ex post facto. Rio de Janeiro: Papéis Selvagens, 2023.
MARICATO, Ermímia. A Copa do mundo no Brasil: tsunami de capitais aprofunda a desigualdade urbana. Brasil em jogo. O que fica da Copa e das Olimpíadas. São Paulo: Boitempo editorial, 2014.
MAGNANI, José Guilherme. De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 17(49), 2002.
MANIGLIER, Patrice. “De Mauss a Claude Lévi-Strauss”, cinquenta anos depois: por uma ontologia Maori. Cadernos de Campo, São Paulo, n. 22, p. 2013.
MERLEAU-PONTY, Maurice. De Mauss a Claude Lévi-Strauss. Merleau-Ponty. Os pensadores, São Paulo: Editora Abril, 1984.
PESSOA, Vitor Lucas de Farias. O associativismo civil e a emergência histórica do esporte moderno: um diálogo com Stefan Szymanski. Topoi, Rio de Janeiro, v. 25, 2024.
PINTO, Vinícius Teixeira. Sociedades do torcer: uma etnografia da política e dos faccionalismos a partir de clubes de futebol no Brasil. Tese (Doutorado em Antropologia Social), UFRGS, Porto Alegre, 2022.
PISANI, João Ricardo. Multi-club ownership: um novo estágio da globalização dentro do futebol. In: SIMÕES, Irlan. (Org). Clube empresa: abordagens críticas globais às sociedades anônimas no futebol. Petrópolis: Corner, 2020.
SANTOS, Irlan Simões da Cruz; SANTOS, Anderson David Gomes dos. Democracia torcedora versus Vantagens consumistas: uma análise da associação clubística em tempos de futebol-negócio. Mosaico, Rio de Janeiro, v. 9, n. 14, 2018, p. 246-261.
SIMÕES, Irlan. Clientes versus Rebeldes: novas culturas torcedoras nas arenas do futebol moderno. Rio de Janeiro: Editora Multifoco, 2017.
SIMÕES, Irlan. (Org.). Clube empresa: abordagens críticas globais às sociedades anônimas no futebol. Petrópolis: Corner, 2020.
SIMÕES, Irlan. O negócio, a política e o público no futebol midiatizado: estudos sobre “empresas” e “associações” dos clubes do séc. XXI. Qualificação de doutorado. Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Faculdade de Comunicação Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2020.
SIMÕES, Irlan. O Clube no século XXI e o fator supporter: estudos sobre poder, negócio e comunidade no futebol-espetáculo. Tese de doutorado. Programa de pós-graduação em Comunicação, Faculdade de Comunicação Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2022.
SIMÕES, Irlan. A produção do clube. Poder, negócio e comunidade no futebol. Rio de Janeiro: Mórula editorial, 2023.
SOUSA, Raquel de Oliveira; SOUZA JUNIOR, Roberto. Reconhecimento facial nos estádios, tecnologia de segurança ou mecanismo de vigilância? Notas etnográficas sobre a importância da perspectiva torcedora para o debate. Temáticas, Campinas, SP, v. 33, п. 65, p. 51-78, 2025.
SPAGGIARI, Enrico. Família joga bola. Jovem futebolistas na várzea paulistana. São Paulo: Intermeios/Fapesp, 2016.
SZYMANSKI, Stefan. A theory of evolution of modern sport. Journal of Sport History, n. 35, 2008, p. 1-32.
SZYMANSKi, Stefan. Economistas e a História do Esporte. Revista de História do Esporte, v. 6, n. 1, 2013, p. 1-21.
TEIXEIRA PINTO, Vinicius. Sociedades do torcer: uma etnografia da política e dos faccionalismos a partir dos clubes de futebol no Brasil. Tese de doutorado. Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2022.
TOLEDO, Luiz Henrique de. Torcidas organizadas de futebol. Campinas: Autores Associados/Anpocs, 1996.
TOLEDO, Luiz Henrique. Políticas da corporalidade: socialidade torcedora entre 1990-2010. In: HOLLANDA, Bernardo Buarque; MALAIA, João; MELO, Victor de; Toledo, Luiz Henrique de. A torcida brasileira. Rio de Janeiro: Sete Letras, 2013.
TOLEDO, Luiz Henrique. Torcer: perspectivas analíticas em Antropologia das práticas esportivas. Tese (Titularidade) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2019.
TOLEDO, Luiz Henrique de; COSTA, Carlos Eduardo. Transformações do Torcer: esportividades do olhar e olhares sobre a esportificação. Ilha – Revista de Antropologia, Florianópolis, v. 24, n. 3, p. 92-113, 2022a.
TOLEDO, Luiz Henrique de. Lógicas no futebol: releituras. São Paulo: Ludopédio, 2022b.
TOLEDO, Luiz Henrique de. O dom de jogar e o torcer sem dom: extensões de uma categoria no contexto do futebol. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 66, USP, 2023.
TOLEDO, Luiz Henrique de. Rivalidades, dom e consumo: apontamentos para uma economia das emoções agonísticas torcedoras contemporâneas. Revista Antropolítica, no prelo.