O futebol brasileiro e a constituição de sujeitos trans: sob as lentes do cronotopo bakhtiniano

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Rafael Marques Garcia
Wilder Kleber Fernandes de Santana

Résumé

O presente trabalho delimitou como categoria para subsidiar a pesquisa o cronotopo, termo bakhtiniano que diz respeito a estudos literários e éticos (da cultura humana). Para tanto, fizemos um estudo sobre a constituição de sujeitos trans no futebol contemporâneo brasileiro, em que é preciso recorrer à História, reenunciando dizeres de Platão, Aristóteles dentre outros. O objetivo de nosso trabalho consiste em analisar a constituição de sujeitos trans no futebol contemporâneo brasileiro sob as lentes do cronotopo bakhtiniano, e isso nos impulsionou a traçar processos de (des)naturalização das concepções de sujeito no tempo e no espaço. Em aspectos temáticos, o presente manuscrito aborda o cronotopo e sua implicação para repensar o futebol e os sujeitos trans no futebol contemporâneo brasileiro, situando esse esporte enquanto um importante espaço histórico e simbólico, onde são perceptíveis mudanças nos sujeitos.

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Rubrique

DOSSIÊ

Biographies des auteurs

Rafael Marques Garcia, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Licenciado, Bacharel e Mestre em Educação Física (UFRJ)

Doutorando EEFD/UFRJ

Wilder Kleber Fernandes de Santana, Universidade Federal da Paraíba

Doutorando e Mestre em Linguística pelo Programa de Pós-graduação em Linguística (Proling) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Mestre e Bacharel em Teologia (Faculdade Teológica Nacional, 2016); Mestrando em Arqueologia Bíblica (Faculdade Teológica Nacional, 2017) e Especialista em Gestão da Educação Municipal (UFPB, 2017). Atua nas áreas de Língua Portuguesa e Linguística, desenvolvendo pesquisas em teorias do discurso, especificamente a perspectiva dialógica dos estudos da linguagem. É integrante do GPLEI (Grupo de Pesquisa em Linguagem, Enunciação e Interação).  

Comment citer

O futebol brasileiro e a constituição de sujeitos trans: sob as lentes do cronotopo bakhtiniano. FuLiA/UFMG , Belo Horizonte/MG, Brasil, v. 4, n. 3, p. 66–80, 2020. DOI: 10.17851/2526-4494.4.3.66-80. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/fulia/article/view/22087. Acesso em: 19 déc. 2024.
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