Uma revisita à era de ouro do futebol: quando os títulos do passado têm de ser driblados pelo hegemon do mercado

Conteúdo do artigo principal

Sérgio Montero Souto

Resumo

A decisão da Confederação Brasileira de Futebol de equiparar, em 2011, os títulos da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa/Taça de Prata (1959 a 1970) com os títulos do Campeonato Brasileiro, disputado a partir de 1971, trouxe um novo recorte à memória do futebol brasileiro. Uma contenda que nos remete às reflexões de Michael Pollak sobre o problema da identidade social em situações-limite. Assim, este trabalho não se deteve, centralmente, na releitura da historiografia que levou ao reconhecimento daqueles títulos nem, também, na argumentação dos que, apesar da decisão da CBF, continuam a contestá-los. O foco é outro: a disputa entre valores de “mercado” e da “tradição” no futebol brasileiro, tendo como pano de fundo os esforços de parte do jornalismo esportivo em forjar um novo hegemon a partir dos paradigmas do primeiro, em lugar dos méritos esportivos, geralmente, aceitos pelos sujeitos desse universo.

Downloads

Download data is not yet available.

Detalhes do artigo

Seção

DOSSIÊ

Biografia do Autor

Sérgio Montero Souto , Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Professor-Adjunto do Departamento de Jornalismo.

Como Citar

Uma revisita à era de ouro do futebol: quando os títulos do passado têm de ser driblados pelo hegemon do mercado. FuLiA/UFMG , Belo Horizonte/MG, Brasil, v. 4, n. 2, p. 115–130, 2020. DOI: 10.17851/2526-4494.4.2.115-130. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/fulia/article/view/22073. Acesso em: 18 dez. 2024.
Share |

Referências

CUNHA, Odir. Dossiê Unificação dos títulos brasileiros a partir de 1959. São Paulo, 2009.
GASTALDO, Édison. As relações jocosas futebolísticas: futebol, sociabilidade e conflito no Brasil, Mana, v. 16, n. 2, p. 311-325, 2010.
HALBWACHS, Maurice. A memória social. São Paulo: Vértice, 1990.
HERSCHMANN, Michael; PEREIRA, Carlos Alberto M. “Isso não é um filme? Heróis e celebridades do Brasil contemporâneo”. Lugar Comum, NEPCOM-ECO/UFRJ, Rio de Janeiro, maio-ago. 2000.
LE GOFF, Jacques. Memória. In: Enciclopédia Einaudi. Memória-História, v. I. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1984.
MAUSS, Marcel. “As relações jocosas de parentesco”. In: OLIVEIRA, R. C. (org.). Antropologia. São Paulo: Ática, 1983, p. 164-176.
POLLAK, Michael. Memória e identidade social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, 5 (10), 1992.
POLLAK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, 2 (3), 1989.
RIBEIRO, Ana Paula Goulart. A mídia e o lugar da história. In: HERSCHMANN, Michael; PEREIRA, Carlos Alberto M. Mídia, memória e celebridades. E-papers, 2003.
SOUTO, Sérgio Montero. Mercado e tradição: os colunistas esportivos e a construção da identidade da seleção brasileira de futebol na Copa de 2002. Tese (Doutorado em Comunicação), Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2009.
SOUTO, Sérgio Montero. E 1987 não acabou – penta ou hexa: diferentes memórias sobre a hegemonia no futebol brasileiro quando o ‘mercado’ entra em campo, 41º Intercom, Joinville, 2018.
REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS
AFA: www.afa.gov.ar.
LUDOPÉDIO: https://www.ludopedio.com.br/entrevistas/odir-cunha-parte-2.
OGOL: http://www.ogol.com.br/news.php?id=132883.
PLACAR: https://veja.abril.com.br/placar.

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.