O ciclo madeireiro e a devastação da Mata Atlântica da Bacia do Rio Doce na primeira metade do século XX

Autores

  • André Simplício Carvalho
  • Ralfo Matos

DOI:

https://doi.org/10.35699/2237-549X..13473

Palavras-chave:

Mata Atlântica, madeireiras, Rio Doce

Resumo

A devastação da Mata Atlântica pode ser considerado o primeiro grande desastre ambiental que se abateu sobre o território brasileiro, tendo sido iniciado com os primeiros colonizadores portugueses, mas até os dias de hoje alguns aspectos desse processo foram pouco explicados e cartografados. Uma grande lacuna explicativa se dá temporalmente a partir do início do século XX e espacialmente sobre as bacias dos rios Doce, Mucuri e São Matheus, que contam somente com informações pontuais e incompletas da exploração/devastação da floresta. O presente trabalho focaliza a Mata Atlântica na Bacia do Rio Doce durante a primeira metade do século XX, quando a devastação da floresta teve um fim principalmente comercial, desencadeando um ciclo econômico que possibilitou o crescimento de importantes núcleos urbanos regionais. Esse ciclo custou a devastação de cerca de 95 mil km² da Mata Atlântica original.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALMEIDA, Ceciliano Abel de. O desbravamento das selvas do Rio Doce. 2. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978.

ALVES, Hermilo Cândido da Costa. Estrada de Ferro de Victoria para Minas: relatório apresentado ao Illm° e exm° sr.conselheiro Thomaz José coelho de Almeida. Rio de Janeiro: Typ. Nacional, 1876. 112p. Anuário de Minas Gerais. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1906.

BORGO, Ivan; BRÍGIDA, Lea; PACHECO, Renato. Norte do Espirito Santo: ciclo madeireiro e povoamento. Espírito Santo: Editora da Universidade Federal do Espírito Santo.

BOUVET, M. A. L’industrieminérale dans la province de Minas-Geraes. Paris: Dunot, 1883.

CALMON JUNIOR, Lastenio. Vultos, fatos e lendas linharenses. Linhares: PML, 2009.

CAMPOS. Gonzaga. Mappa florestal. Rio de Janeiro: Typografia da Diretoria de Serviços de Estatística, 1912.

CARNEIRO, Patrício Aureliano Silva. Conquista e povoamento de uma fronteira: a formação regional da Zona da Mata no leste da Capitania de Minas Gerais (1694-1835). Dissertação de Mestrado. Belo Horizonte: UFMG, 2008.

COELHO, Marco Antônio Tavares. Rio Doce: a espantosa evolução de um vale. Belo Horizonte: Autêntica, 2011. 207 p.

DE PAULA, J. A. (et all). Biodiversidade, população e economia; uma região de mata atlântica. UFMG / CEDEPLAR–ECMVS. PADCT / CIAMB. Belo Horizonte. 1997.

DEAN, Warren. A ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. 1. ed. São Paulo: Cia. das Letras, 2004. 484 p. [1ª impressão 1996].

ENGLER, W. A. A zona pioneira ao norte do Rio Doce. Revista Brasileira de Economia, 13, p. 233-234, abr.-jun. 1951.

ESPÍNDOLA, Haruf. Vale do Rio Doce: fronteira, industrialização e colapso socioambiental. Fronteiras. V 4. N1. Jan-jun. 2015 p. 160-206. Disponível em: http://revistas.unievangelica.edu.br/index.php/fronteiras/ Acesso em 6 de out. 2015.

FJSN. Fundação Jones Santos Neves. Perfil da cidade de Linhares. 1980.

FONSECA, José Raymundo. Figueira do Rio Doce: Ibituruna. Governador Valadares: s.n., 1986.

GEIGER, P. P; CORREA, R. L. From Vitoria to Belo Horizonte by the Rio Doce Valley. Rio de Janeiro: 1971. 86p.

GREGORY, Ian; ELL, Paul. Historical GIS: technologies, methodologies and scholarship. Cambridge: Cambridge Press, 2008.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Anuário estatístico de Minas Gerais 1955. Belo Horizonte: Oficinas Gráficas da Estatística, 1957.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Anuário estatístico do Espírito Santo 1957.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Anuário industrial do estado de Minas Gerais 1937. Belo Horizonte: Oficinas Gráficas da Estatística, 1939.

INE. Instituto Nacional de Estatística. Sinopse estatística do estado do Espírito Santo 1937. Vitória: Imprensa Oficial, 1938.

INPE. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. SOS Mata Atlântica e INPE apresentam dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica. 2014. Disponível em <http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=3610> Acessado em 20 de abril de 2016.

MACHADO, Carlos Boechat. Colatina – Estórias para história. MELLO, Barão Homem de. MELLO, Francisco Homem de. Atlas do Brasil. Rio de Janeiro: F. Briguiet& Cia., 1909. Disponível em http://www.maproom.org/00/49/ Acessado em 06 de out. 2015.

MINAS GERAIS. Secretaria de Agricultura. Anuário Estatístico de 1921. V. 3. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1926.

MINAS GERAIS. Secretaria de Agricultura. Estado de Minas Gerais – Cartogramma da produção extractiva, agrícola e pecuária. 1929. (Mapa)

MIRANDA, Salm de. Rio Doce – Impressões de uma época. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1949.

MORAES, Cícero. Geografia do Espírito Santo. Vitória: Fundação Cultural do Espírito Santo, 1974.

MORRISSEY, John. Illustrative geographies. In: MORISSEY, John; NALLY, David; STROHMAYER, Ulf; WHELAN, Yvonne. Key Concepts in Historical Geography. London: Sage, 2014.

NETTO, Maria Cinira dos Santos. Os desbravadores do Porto de Dom Manuel. Governador Valadares: Gráfica Nacional, 1999.

PAULA, Antônio Tavares. História de Aimorés. 1993.

PEREIRA, Vicente Britto. Transportes: história, crises e caminhos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.

RUSCHI, Augusto. O problema florestal no Estado de Espírito Santo. Espírito Santo, 1948. SANTOS, Milton. A natureza do espaço. São Paulo: EdUSP, 1996.

SAYGLI, Monir Ali. História de Caratinga.Caratinga: Editora Ana Pontes, 1998.

SIMAN, Lana Mara de Castro. A história na memória. Uma contribuição para o ensino de historia das cidades. Dissertação de mestrado em Educação. Faculdade de Educação. UFMG.

SIQUEIRA, Maria da Penha Smarzaro. O desenvolvimento do Porto de Vitória 1870-1940. Vitória: CODESA, 1995.

___________. O Porto de Vitória – expansão e modernização 1950 -1993. Vitória: CODESA, 1994.

SOUSA, Paulo Ferreira. Indústria madeireira. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1947.

STRAUCH, Ney. Zona metalúrgica de Minas Gerais e Vale do Rio Doce. Rio de Janeiro: Conselho Nacional de Geografia, 1958.

TEIXEIRA, Fausto. Colatina ontem e hoje. 1974.

TEIXEIRA, Romeu do Nascimento. DANGELO, Jota. O vale do Rio Doce. Companhia Vale do Rio Doce, 2002.

YOUNG, Guilherme; YOUNG, Joseph; ESPIRITO SANTO, Paulo. Estrada de Ferro Vitória a Minas: um retrato. São Paulo: Lithos, 2007]. 199 p.

ZUNTI, Maria Lúcia Grossi. Panorama histórico de Linhares. Linhares: PML, 1982.

Downloads

Publicado

2016-08-08

Como Citar

Carvalho, A. S., & Matos, R. (2016). O ciclo madeireiro e a devastação da Mata Atlântica da Bacia do Rio Doce na primeira metade do século XX. Revista Geografias, 175–202. https://doi.org/10.35699/2237-549X.13473