As “Boas almas” e o outro lado da história
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-3053.6.10.102-109Palavras-chave:
Nir Baram, Anashim Tovim, Literatura hebraica, Literatura israelenseResumo
Para o filósofo israelense Avishai Margalit, que escreve sobre a Shoá, há uma ética da memória e a obrigatoriedade de lembrar pessoas e eventos do passado. Para quem a Shoá representa, além do mais, uma referência pessoal, o dever de, ao menos, lembrar, é mais do que óbvio. Não há barreiras estéticas ou éticas que impeçam o confronto com o tema que parece desafiar a nossa capacidade de dar conta do passado. Anashim tovim, Boas almas, de Nir Baram [Am Oved, Tel Aviv, 2010], romance que será analisado neste artigo é um dos modelos literários mais recentes e ousados relacionados com a escritura que tem a catástrofe como pano de fundo. Focalizado na Alemanha da Segunda Guerra Mundial, por trás dos eventos da Shoá, o livro abrange igualmente seu universo ficcional expurgos e perseguições soviéticas, conjunção válida por tratar dos dilemas morais gerados por eventos quase concomitantes. A condução do romance indica que sobre as personagens dos dois universos paira o reconhecimento de que cada qual é responsável por suas ações e vida, mesmo ante circunstâncias para as quais não há outras saídas.
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Referências
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