Água viva, Clarice Lispector e o cabalismo profético secularizado: especulações na escrita do eu

Auteurs

  • Katya Queiroz Alencar Universidade Estadual de Montes Claros

DOI :

https://doi.org/10.17851/1982-3053.8.14.44-68

Mots-clés :

Clarice Lispector, Água viva, Autobiografia

Résumé

Este artigo discute a escrita do eu em Água viva, de Clarice Lispector, a partir de operadores de leitura da cabala profética. Para tanto, tomamos algumas passagens da obra que foram recortadas e analisadas sob o prisma das metáforas do mivtá, michtav e machschav a fim de discutirmos a possibilidade de esse livro ser construído como um tipo de autoficção, em que Lispector investiga na e pela escritura, assim como os cabalistas, o rosto inominável em busca de si mesma.

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Biographie de l'auteur

Katya Queiroz Alencar, Universidade Estadual de Montes Claros

Professora na Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES/MG – integrante do Comitê de análise de projetos em Literatura do Departamento de Comunicação e Letras da UNIMONTES, Mestre em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF/MG) e doutoranda em Literaturas de Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – (PUC/MG).

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Publiée

2014-05-30

Comment citer

Alencar, K. Q. (2014). Água viva, Clarice Lispector e o cabalismo profético secularizado: especulações na escrita do eu. Arquivo Maaravi: Revista Digital De Estudos Judaicos Da UFMG, 8(14), 44–68. https://doi.org/10.17851/1982-3053.8.14.44-68