Revisão por pares aberta
percepção dos editores de periódicos científicos indexados no Directory of Open Access Journals
Palavras-chave:
revisão por pares aberta, diretrizes para revisão aberta, directory of open access journals, periódicos científicosResumo
A revisão aberta é um modelo de avaliação das produções científicas alinhado às práticas da Ciência Aberta e pautado em pilares como transparência, colaboração e ética. Por possuir diferentes características, há divergências na literatura acerca de sua definição, discutida de forma cada vez mais frequente, como mostram os autores que investigam a temática. Nesse sentido de crescentes debates, pesquisadores apontam a necessidade de desenvolver orientações para a adoção e implementação de características da revisão aberta. Nesta perspectiva, questiona-se se há na literatura científica instruções para a adoção da revisão aberta, e, além disso, indaga-se quais as percepções dos editores de periódicos indexados como open peer review (OPR) no Directory of Open Access Journals (DOAJ) sobre a implantação destas características e práticas mais transparentes. A partir de tais indagações, este estudo objetivou mapear e analisar propostas, modelos, recomendações e percepções de editores sobre a adoção da revisão por pares aberta, a fim de propor diretrizes para implementação da OPR em periódicos científicos. De abordagem quanti-qualitativa, a pesquisa é considerada bibliográfica, documental e survey, concretizada pela aplicação de questionário junto aos editores de periódicos científicos indexados no DOAJ como OPR. Os dados foram discutidos à luz das técnicas de análise de conteúdo de Bardin e de dados qualitativos de Yin. Como resultado da busca na literatura por diretrizes para implementação da revisão aberta encontrouse dois trabalhos que apresentavam direções gerais e específicas para a experimentação da revisão aberta. A percepção dos respondentes sobre a adoção de práticas de revisão aberta foi categorizada em quatro linhas de discussão: caracterização do modelo adotado, experiências utilizando a revisão aberta, procedimentos estabelecidos para implementação e conclusões acerca da adoção da revisão aberta. A respeito da caracterização do modelo adotado, as características identidades abertas e pareceres abertos são as mais utilizadas pelos respondentes. Entre as principais justificativas para a adoção da revisão aberta foram mencionadas a contribuição que esta proporciona para a melhoria do trabalho, a promoção da transparência e da comunicação e troca entre autores, avaliadores e autores e a valorização e o reconhecimento dos pareceristas. A maioria dos respondentes não percebeu reações da comunidade acadêmica em razão de adotar a revisão aberta, e em contrapartida, percebeu alterações nos pareceres, no sentido de serem mais respeitosos, detalhados e menos agressivos. Sobre os procedimentos para adoção da revisão por pares, a maior parte dos participantes seguiu um modelo próprio e declarou não dispor de soluções tecnológicas complexas. Por fim, os respondentes reiteraram a importância da mediação editorial para o processo e o interesse em continuar adotando as práticas abertas de avaliação. Já a relação entre os dados obtidos na literatura e a percepção dos editores subsidiou a elaboração de diretrizes para implementação da OPR por periódicos que tenham interesse em experimentar práticas abertas em sua avaliação científica. Nesse sentido, as orientações são segmentadas por etapas: planejamento, implementação, avaliação e adaptação, amparadas pelo suporte e mediação do editor. Conclui-se que a revisão aberta é considerada um conceito com significados e aplicabilidades diversas, o que possibilitou, ao fim desta pesquisa, inferir como a sua adoção acontece de forma heterogênea entre os periódicos e como o anonimato opcional é considerado uma condição essencial para permitir que avaliadores e autores se sintam confiantes e não coagidos a experimentar a revisão aberta. Por fim, salientase que tanto a literatura quanto a percepção dos respondentes ressaltam a relevância de se atentar para as características da avaliação aberta, testar e avaliar os aspectos que mais se adequam aos interesses da revista e de sua comunidade, já que cada periódico pode ser considerado um canal ímpar de disseminação e comunicação científica.
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