A musicalidade clínica do musicoterapeuta musicocentrado:

estudo exploratório por meio de entrevistas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2317-6377.2024.49306

Palavras-chave:

Musicalidade clínica, Musicoterapia musicocentrada, Musicalidade

Resumo

O paradigma de Musicoterapia Musicocentrada vê a música como a própria terapia, na experiência musical criativa. Para alguns modelos pertencentes a esse paradigma, o processo acontece por meio da relação entre as musicalidades de três agentes: paciente, música e musicoterapeuta, sendo necessário a este último ser educado na chamada Musicalidade Clínica. Esta pesquisa objetiva compreender como os musicoterapeutas musicocentrados conceitualizam, pensam e buscam o desenvolvimento de sua Musicalidade Clínica por meio da análise de três entrevistas semiestruturadas, realizadas com experts da área, pelo método Análise Temática (Braun; Clarke 2006). Aprofundou-se no grande tema denominado Musicalidade Clínica, contendo dois subtemas: (1) conceitos e características da Musicalidade Clínica e (2) desenvolvimento da Musicalidade Clínica (autoconhecimento, terapia pessoal e supervisão). Conclui-se que a Musicalidade Clínica é importante ao musicoterapeuta musicocentrado, em seu desenvolvimento contínuo, autoconhecimento e reconhecimento de limites, e que muito mais ainda há para ser estudado sobre esta temática.

Biografia do Autor

  • Isabela Sales, Universidade Federal de Minas Gerais

    Bacharel em Música - Habilitação em Musicoterapia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2018-2023). Musicoterapeuta no Projeto TEA (Unimed BH) na Clínica Trate em Contagem-MG. Auxiliar musical na Escola de Música do Instituto Inhotim. Foi bolsista de Iniciação Científica CNPq (2021-2023) no projeto Musicoterapia Musicocentrada: a fundamentação das notas musicais como eventos e suas implicações para a saúde humana, vinculado ao Grupo de Pesquisa MUSICOG: Música, Cognição e Desenvolvimento Humano (CNPq). Membra do Grupo de Pesquisa sobre o modelo de Musicoterapia Musicocentrada proposto por Brandalise (2001). Multi-instrumentista. Possui experiência de liderança e performance instrumental com diferentes grupos musicais.

  • Marina Freire, Universidade Federal de Minas Gerais

    Professora Adjunta da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), docente do curso de Musicoterapia (Bacharelado em Música Habilitação Musicoterapia). Vice-diretora do Centro de Musicalização Integrado (órgão complementar da Escola de Música da UFMG). Musicoterapeuta Nordoff-Robbins, Certificação Nível 1 pela New York University (2023). Doutora em Música (Linha de pesquisa Educação Musical) pela Universidade Federal de Minas Gerais (2019). Mestre em Neurociências (Linha de pesquisa Neuropsiquiatria clínica) pela mesma Universidade (2014). Bacharel em Musicoterapia pela Universidade de Ribeirão Preto (2007). Membro do Grupo de Pesquisa MUSICOG: Música, Cognição e Desenvolvimento Humano (CNPq). Possui experiências interdisciplinares nas áreas de Saúde, Humanas, Música e Artes, com ênfase em Musicoterapia Musicocentrada e improvisação musical terapêutica no atendimento ao ser humano por meio da sintonia com sua musicalidade.

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Publicado

2024-07-05

Edição

Seção

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Como Citar

“A Musicalidade clínica Do Musicoterapeuta musicocentrado:: Estudo exploratório Por Meio De Entrevistas”. 2024. Per Musi 25 (julho): 1-19. https://doi.org/10.35699/2317-6377.2024.49306.

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