A linha de baixo nos ritmos do sul do Brasil
proposições práticas, teóricas e suas aplicações no contrabaixo acústico
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-6377.2025.54497Palavras-chave:
Ritmos sulinos, Rítmica aditiva, Música, ContrabaixoResumo
Este artigo propõe uma análise das linhas de baixo no gênero da milonga e em ritmos similares, como a chamarra e o chamamé, originários da Argentina e característicos da região sul do Brasil, aplicando-os ao contrabaixo. Considera-se não apenas o aspecto prático para a obtenção de uma sonoridade apropriada, moderna e coesa, mas também o aspecto conceitual por trás desses gêneros, que dialogam com os conceitos de clave e rítmica aditiva. Foi feita uma análise sobre as claves usadas nesses gêneros, que são exatamente as mesmas encontradas em outros estilos como o baião e o carimbó, sugerindo uma possível origem africana comum. Este é um trabalho informado pela prática, onde um dos autores participou como músico convidado em performances com o grupo Quarteto Coração de Potro, grupo especializado no repertório sulino, sediado em Lages-SC. Nesta experiência, foi realizada entrevista com o músico João Gabriel Rosa, e demais membros do grupo, que também compartilharam suas percepções e práticas. Neste artigo estão incluídas transcrições de trechos de obras desse repertório para corroborar as conclusões levantadas.
Referências
Alvares, Felipe Batistella. 2007. “Milonga, chamamé, chimarrita e vaneira: origens, inserção no Rio Grande do Sul e os princípios de execução ao contrabaixo”. Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal de Santa Maria.
Alves, Matheus. 2022. “Diferenças Chamarrita, Chamarra e Chimarrita”. Setembro, 2022, Brasil. Youtube, 9:00. https://www.youtube.com/watch?v=4x53i6nOuUc.
Andrade, Mário de. 1989. Dicionário de música brasileira. Coordenação Oneyda Alvarenga, 1982-84; Flávia Camargo Toni, 1984-89. São Paulo: Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo.
Arom, Simha. 1985. Polyphonies et polyrythmies díAfrique Centrale. Paris, SELAF.
Assunção, Fernando O. 1979. El Gaucho: Estudio socio-cultural. Tomo II. Montevideo: Dirección General de Extensión Universitária.
Carvalho, José A. L. L. 2006. “Os Alicerces da Folia: A Linha de Baixo na Passagem do Maxixe para o Samba”. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas.
Carvalho, José A. L. L. 2011. “O ensino do ritmo na música popular brasileira: proposta de uma metodologia mestiça para uma música mestiça”. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas.
Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. 1999. Novo Aurélio Século XXI. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
Fiaminghi, L. H. 2018. “O (anti-)método de rítmica de José Eduardo Gramani: uma proposta para o equilíbrio entre o sensorial e o racional”. Revista Opus 24(3): 92-119.
Gramani, J. E. 1996. Rítmica Viva: A consciência musical do ritmo. Campinas: Unicamp.
Guedes, Alexandre Brasil de Matos. 2003. “Introdução à poética do contrabaixo no choro: o fazer do músico popular entre o querer e o dever”. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
Jones, A.M. 1959. Studies in African Music. Londres: Oxford University Press.
Martinez Pino, Pedro Daniel. 2017. “La Guarania: Sistematización de los elementos estructurales presentes en la práctica musical”. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidad Federal de la Integración Latinoamericana.
Minkowski, Solomon Glades. 1988. Ignacio Cervantes y la danza en Cuba. Havana: Letras Cubanas.
N'ketia, J.H.K. 1975. The music of Africa. Londres: Victor Gollanz.
Nogueira, J. M. F. 2015. América do Sul: uma visão geopolítica. Lisboa: Instituto da Defesa Nacional - IDN.
Ribeiro, Darcy. 1955. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras.
Ramil, Vitor. 2004. A estética do frio: conferência de Genebra. Porto Alegre: Satolep.
Ramil, Vitor. 1997. Ramilonga: a estética do frio. Pelotas: Satolep Music.
Sandroni, Carlos. 2001. Feitiço Decente. Rio de Janeiro: Zahar.
Sandroni, Carlos. 2002. “O paradigma do tresillo”. Revista Opus 8: 102-113.
Schoenberg, Arnold. 2015 [1991]. Fundamentos da composição musical. São Paulo: EDUSP.
Ulhôa, Martha Tupinambá de. 1999. “Métrica Derramada: prosódia musical na canção popular brasileira”. Revista Brasiliana (2). Academia Brasileira de Música: 48-56.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Per Musi

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Exceto onde está indicado, o conteúdo neste site está sob uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.