Conceções de Estudantes Portugueses em Formação Inicial de Professores sobre a Evolução e a Origem da Vida
DOI:
https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2020u13391362Palavras-chave:
Evolução, Formação inicial de professores, Origem da vidaResumo
Este trabalho apresenta as conceções de estudantes portugueses em formação inicial de professores sobre a evolução, a origem da vida e o ensino da evolução. Para tal, foi aplicado a 41 estudantes um inquérito adaptado a partir do questionário BIOHEAD-CITIZEN. Os resultados mostram que os estudantes possuem crenças religiosas diversificadas, sendo a maior parte deístas. Apresentam principalmente conceções evolucionistas, sendo raras as conceções criacionistas dogmáticas. As conceções evolucionistas são superiores à proporção encontrada em participantes de outros estudos e, tal outros trabalhos evidenciam, coabitam com diversas crenças religiosas. Contudo, as reflexões dos estudantes em formação inicial de professores sobre a perspetiva da origem das espécies que defendem, mostram falhas na compreensão dos mecanismos da evolução. Apesar das conceções evolucionistas serem dominantes, a maioria dos estudantes considera também que os professores devem ensinar a evolução e o criacionismo ao mesmo tempo, de modo deixar os alunos decidir sobre a posição que advogam sobre a origem das espécies. Dada a importância da evolução para a compreensão da natureza da ciência e os processos em Biologia, este trabalho evidencia a necessidade do reforço da formação sobre evolução dos futuros professores.
Downloads
Referências
Abrie, A. L. (2010). Student teachers’ attitudes toward and willingness to teach evolution in a changing South African environment. Journal of Biological Education, 44(3), 102–107. https://doi.org/10.1080/00219266.2010.9656205
Alters, B. J., & Nelson, C. E. (2002). Perspective: Teaching evolution in higher education. Evolution. International Journal of Organic Evolution, 56(10), 1891–1901. https://doi.org/10.1111/j.0014-3820.2002.tb00115.x
Araújo, E. S. N. N., Caldeira, A. M. A., Caluzi, J. J., & Carvalho, G.S. (2009). Concepções criacionistas e evolucionistas de professores em formação e em exercício. In Actas do VII ENPEC – Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências – Ciência, Cultura e Cidadania, Florianópolis, Brasil.
BIOHEAD-CITIZEN (2008). Final Report Summary - BIOHEAD-CITIZEN (Biology, health and environmental education for better citizenship). https://cordis.europa.eu/project/rcn/79244/reporting/en
Caldeira, A. M. A., Araújo, E. S. N. N., & Carvalho, G. S. (2012). Creationism and evolution views of Brazilian teachers and teachers-to-be. Journal of Life Sciences, 6(1), 99–109.
Campos, R. (Ed.) et al. (2013). Tenho uma pergunta … e talvez tenha uma resposta. Um livro sobre evolução. CIBIO/Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos.
Clément, P., Quessada, M. P., Laurent, C., & Carvalho, G.S. (2008). Science and Religion: Evolutionism and Creationism in Education. A survey of teachers conceptions in 14 countries. In Proceedings of t XIII IOSTE Symposium – The use of Science and Technology Education for Peace and Soustainable Development (pp. 1148–1155). Ankara: Palme Publications & Bookshops.
Decreto-Lei n.º 79/2014 de 14 de maio. Diário da República, 1.ª série, n.º 92, de 14 de maio de 2014, pp. 2819–2828. (Aprova o regime jurídico da habilitação profissional para a docência na educação pré-escolar e nos ensinos básico e secundário em Portugal.)
Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) (2019). Inquérito Registo de Alunos Inscritos e Diplomados do Ensino Superior relativo a inscritos no ano letivo 2018/2019. https://www.dgeec.mec.pt/np4/1057.html
Harlen, W. (2015). Working with big ideas of science education. Science Education Programme of IAP.
Kose, E. O. (2010). Biology students’ and teachers’ religious beliefs and attitudes towards theory of evolution. H. U. Journal of Education, 38, 189–200.
Levesque, P. J., & Guillaume, A.M. (2010). Teachers, evolution, and religion: no resolution in sight. Review of Religious Research, 51(4), 349–365.
National Academy of Sciences and Institute of Medicine (NASIM) (2008). Science, Evolution, and Creationism. The National Academies Press.
Nehm, R. H., & Schonfeld, I. S. (2007). Does increasing biology teacher knowledge of evolution and the nature of science lead to greater preference for the teaching of evolution in schools? Journal of Science Teacher Education, 18, 699–723. https://doi.org/10.1007/s10972-007-9062-7
Nehm, R. H., Beggrow, E. P., Opfer, J. E., & Ha, M. (2012). Reasoning About Natural Selection: Diagnosing Contextual Competency Using the ACORNS Instrument. The American Biology Teacher, 74(2), 92–98. https://doi.org/10.1525/abt.2012.74.2.6
Ministério da Educação (2003). Programa de Biologia e Geologia. 11.º ano. Curso Científico-Humanístico de Ciências e Tecnologias. Ministério da Educação (Portugal).
Ministério da Educação (2018). Aprendizagens essenciais. Articulação com o perfil dos alunos. 9.º ano. 3.º Ciclo do Ensino Básico. Ciências Naturais. Ministério da Educação (Portugal).
Nehm, R. H., Kim, S. Y., & Sheppard, K. (2009). Academic preparation in biology and advocacy for teaching evolution: Biology versus non-biology teachers. Science Education, 93(6), 1122–1146. https://doi.org/10.1186/1936-6434-6-23
Ross, A. (2007). Multiple identities and education for active citizenship. British Journal of Educational Studies, 55(3), 286–303. https://doi.org/10.1111/j.1467-8527.2007.00380.x
Sickel, A. J., & Friedrichsen, P. (2013). Examining the evolution education literature with a focus on teachers: Major findings, goals for teacher preparation, and directions for future research. Evolution: Education and Outreach, 6(23), 1–15.
Sokal, R., Rohlf, F. J. (1969). Biometry. The principle and practice of statistics in biological research. Freeman, San Francisco.
Silva, H. M, Araújo, E. S. N. N., Gibram, D. E., & Carvalho, G. S. (2014). Conceptual change about evolution and origins of life throughout an undergraduate course of Biological Sciences. In Proceedings of INTCESS 14 — International Conference on Education and Social Science Proceedings (p. 1249–1258), Istambul, Turkey.
Silva, H. M., Gibram, D. E., Tracana, R. B., & Carvalho, G. S. (2015). Can one accept the Theory of Evolution and believe in God as well? Procedia - Social and Behavioral Sciences, 197, 770–779.
Stover, S., & Mabry, M. (2007). Influences of Teleological and Lamarckian Thinking on Student Understanding of Natural Selection. Bioscene: Journal of College Biology Teaching, 33(1), 11–18.
Vilelas, J. (2017). Investigação. O processo de construção do conhecimento (2.ª ed.). Edições Sílabo.
Ziadie. M. A., & Andrews, T. C. (2018). Moving evolution education forward: A systematic analysis of literature to identify gaps in collective knowledge for teaching. CBE—Life Sciences Education, 17:ar11, 1–10. https://doi.org/10.1187/cbe.17-08-0190
Zuzovsky, R. (1994). Conceptualizing a teaching experience on the development
of the idea of evolution: An epistemological approach to the education of
science teachers. Journal of Research in Science Teaching, 31(5), 557–574.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Bento Cavadas, Xana Sá-Pinto
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores são responsáveis pela veracidade das informações prestadas e pelo conteúdo dos artigos.
Os autores que publicam neste periódico concordam plenamente com os seguintes termos:
- Os autores atestam que a contribuição é inédita, isto é, não foi publicada em outro periódico, atas de eventos ou equivalente.
- Os autores atestam que não submeteram a contribuição simultaneamente a outro periódico.
- Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à RPBEC o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial neste periódico.
- Os autores atestam que possuem os direitos autorais ou a autorização escrita de uso por parte dos detentores dos direitos autorais de figuras, tabelas, textos amplos etc. que forem incluídos no trabalho.
- Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (por exemplo, publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (por exemplo, em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após a publicação visando aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
Em caso de identificação de plágio, republicação indevida e submissão simultânea, os autores autorizam a Editoria a tornar público o evento, informando a ocorrência aos editores dos periódicos envolvidos, aos eventuais autores plagiados e às suas instituições de origem.