Estratégias para a Coleta de Informações numa Pesquisa com Apoio Teórico-Metodológico na Análise de Discurso
DOI:
https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2017173883Palavras-chave:
análise de discurso, coleta de informações, relações de força, diálogo fictício.Resumo
Tomando como referencial teórico-metodológico noções da Análise de Discurso em sua vertente iniciada por Pêcheux e pressupondo a pertinência de que a coleta de informações de pesquisa seja realizada em condições de produção nas quais os sujeitos investigados possam se sentir em situações consideradas próximas àquelas do seu dia a dia e minimamente pressionados pelas ações do pesquisador, objetivamos discutir estratégias metodológicas que possam contribuir nesse sentido. Em específico, abordamos estratégias que visam minimizar a influência das relações de força sobre o mecanismo de antecipação em situações de coleta de informações de pesquisa efetuadas por meio de questionários escritos. Elencamos três possibilidades: i) investir na relação de confiança entre pesquisador e participantes da pesquisa; ii) utilizar instrumentos de coleta de informações que permitam uma abrangência maior de estilos de resposta e que não impliquem em julgamentos do tipo resposta certa ou resposta errada ou, ao menos, que, caso existam, tais julgamentos tenham, se possível, impacto somente no contexto da pesquisa, e não, por exemplo, na nota final de um estudante; e iii) enfraquecer a representação de que o participante está fornecendo informações de pesquisa para alguém que está em uma posição imaginária superior. No escopo das possibilidades ii e iii, sugerimos a utilização de questionários formulados com questões abertas, de questões que indiquem que a resposta deve ser direcionada a alguém que está em uma posição de poder imaginária similar (um amigo, por exemplo) e de diálogos fictícios a serem completados pelos colaboradores da pesquisa.
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