Potencialidades e desafios de um estágio curricular obrigatório em Fisioterapia
percepções de um estagiário
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-5864.2020.21257Palavras-chave:
Estágio clínico, Educação superior, Formação profissionalResumo
O artigo tem por objetivo relatar as potencialidades e os desafios observados por um estudante durante o estágio curricular obrigatório em um curso de graduação em Fisioterapia de uma Instituição pública do Nordeste. Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência em que se utilizou da observação e do diário de campo como ferramentas metodológicas. Destacaram-se como potencialidades o início de uma movimentação entre docentes e estagiários para a mudança de abordagem ao paciente, de um modelo ainda centrado na reabilitação para um modelo de funcionalidade e valorização dos determinantes sociais em saúde, e, ainda, a indissociabilidade da educação em saúde da prática do estágio nos cenários de aprendizagem da vivência. Como principal desafio, apontam-se as lacunas pedagógicas na formação do fisioterapeuta para o exercício da docência ou preceptoria, o que parece ir de encontro a competências, habilidades e atitudes almejadas para a formação e postas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Fisioterapia.
Downloads
Referências
ANDRADE, Luiz Eduardo Lima de et al. Avaliação do nível de conhecimento e aplicabilidade da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 41, p. 812-823, 2017. DOI: https://doi.org/10.1590/0103-1104201711411. Acesso em: 12 fev. 2020.
ARAÚJO, Francisca Rêgo Oliveira de et al. Estágio curricular para os cursos de graduação em fisioterapia: recomendações da Abenfisio. Fisioterapia Brasil, São Paulo, v. 11, n. 5, 2010. Disponível em: http://portalatlanticaeditora.com.br/index.php/fisioterapiabrasil/article/download/1595/2743. Acesso em: 04 mar. 2020.
BARROS, Conceição de Maria Pinheiro; DIAS, Ana Maria Iorio. A formação pedagógica de docentes bacharéis na educação superior: construindo o Estado da Questão. Revista Educação em Questão, Natal, v. 54, n. 40, p. 42-74, 2016. DOI: https://doi.org/10.21680/1981-1802.2016v54n40ID9848. Acesso em: 6 fev. 2020.
BELMONTE, Luana Meneghini; CHIARADIA, Luana Carla Nardelli; BELMONTE, Luiz Augusto Oliveira. CIF nos cursos de graduação de Fisioterapia da grande Florianópolis. Revista CIF Brasil, São Paulo, v. 2, n. 2, 2015. Disponível em: http://www.revistacifbrasil.com.br/ojs/index.php/CIFBrasil/article/view/12/23. Acesso em: 12 fev. 2020.
BISPO JÚNIOR, José Patrício. Formação em fisioterapia no Brasil: reflexões sobre a expansão do ensino e os modelos de formação. Hist. cienc. saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 16, n. 3, p. 655- 668, set. 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000700074. Acesso em: 15 fev. 2020.
BORGES, Marcos C. et al. Avaliação formativa e feedback como ferramenta de aprendizado na formação de profissionais da saúde. Medicina (online), Ribeirão Preto, v. 47, n. 3, p. 324-331, 2014. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v47i3p324-331. Acesso em: 15 fev. 2020.
BRASIL. Lei nº 8080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 20 set. 1990; Seção 1.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em fisioterapia. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 4 mar. 2002.
BRASIL. Portaria nº 198/GM/MS, de 13 de fevereiro de 2004. Institui a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde como estratégia do Sistema Único de Saúde para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores para o setor e dá outras providências. Diário Oficial da União. 2004; 14 fev.
BRASIL. Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes. Diário Oficial da União, Poder executivo, Brasília, 26 set. 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm. Acesso em: 4 mar. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: o que se tem produzido para o seu fortalecimento? rev. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2018.
CAVALCANTE, Bruna Luana de Lima; LIMA, Uirassú Tupinambá Silva de. Relato de experiência de uma estudante de Enfermagem em um consultório especializado em tratamento de feridas. Journal of Nursing and Health, Pelotas, v. 2, n. 1, p. 94-103, 2012. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/enfermagem/article/view/3447/2832. Acesso em: 5 fev. 2020.
CHESANI, Fabiola Hermes et al. A indissociabilidade entre a extensão, o ensino e a pesquisa: o tripé da universidade. Revista Conexão UEPG, Ponta Grossa, v. 13, n. 3, p. 452-461, 2017. DOI: https://doi.org/10.5212/Rev.Conexao.v.13.i3.0008. Acesso em: 24 fev. 2020.
COFFITO – CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL. Resolução nº 431. Dispõe sobre o exercício acadêmico de estágio não obrigatório em fisioterapia. Brasília, 2013a. Disponível em: https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3193. Acesso em: 4 mar. 2020.
COFFITO – CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL. Resolução nº 432. Dispõe sobre o exercício acadêmico de estágio não obrigatório em fisioterapia. Brasília, 2013b. Disponível em: https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3194. Acesso em: 4 mar. 2020.
COSTA, Carla Regina Soares.; MONTAGNA, Erik. A formação acadêmica do fisioterapeuta para sua atuação na gestão em saúde. ABCS Health Sciences, Santo André, v. 40, n. 3, 21 dez. 2015. DOI: https://doi.org/10.7322/abcshs.v40i3.804. Acesso em: 21 jul. 2020.
COSTA, Elisangela André da Silva et al. O estágio curricular supervisionado no curso de Fisioterapia: reflexões a partir do olhar dos docentes. Revista Expressão Católica, Quixadá, v. 2, n. 2, jun. 2013. Disponível em: http://publicacoesacademicas.unicatolicaquixada.edu.br/index.php/rec/article/view/1328. Acesso em: 20 mai. 2020.
DALLACOSTA, Fabiana Meneghetti. Docência em saúde: breve reflexão sobre esta prática profissional. Revista Eletrônica Pesquiseduca, Santos, v. 12, n. 26, p. 8-17, 2020. Disponível em: http://periodicos.unisantos.br/index.php/pesquiseduca/article/view/936/pdf. Acesso em: 14 mai. 2020.
DIAS, Apio Ricardo Nazareth et al. Preceptoria em saúde: percepções e conhecimentos dos preceptores de uma unidade de ensino e assistência. Educação Online, Rio de Janeiro, n. 19, p. 84-99, 2015. Disponível em: http://educacaoonline.edu.puc-rio.br/index.php/eduonline/article/view/176. Acesso em: 23 jul. 2020.
FERREIRA JÚNIOR, Marcos Antonio. Os reflexos da formação inicial na atuação dos professores enfermeiros. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 61, n. 6, p. 866-871, 2008. DOI: https://doi.org/10.1590/S0034-71672008000600012. Acesso em 11 fev. 2020.
FREITAS, Mateus; PEREIRA, Eliane Regina. O diário de campo e suas possibilidades. Quaderns de Psicologia, Barcelona, v. 20, n. 3, p. 235-244, 2018. DOI: https://doi.org/10.5565/rev/qpsicologia.1461. Acesso em: 23 jul. 2020.
FREITAS, Maria Édila Abreu; SPAGNOL, Carla Aparecida; CAMARGOS, Anadias Trajano. Observação e diário de campo: técnicas utilizadas no estágio da disciplina Administração em Enfermagem. Revista Baiana de Enfermagem, Salvador, v. 1, n. 1, 2006. Disponível em: http://dx.doi.org/10.18471/rbe.v1i1.3899. Acesso em 23 jul. 2020.
GAUER, Ana Paula Maihack et al. Ações de reorientação da formação profissional em Fisioterapia: enfoque sobre cenários de prática. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v. 22, n. 65, 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/1807-57622016.0852. Acesso em: 20 mai. 2020.
IZECKSOHN, Mellina Marques Vieira et al. Preceptoria em Medicina de Família e Comunidade: desafios e realizações em uma Atenção Primária à Saúde em construção. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 22, p. 737-746, 2017. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232017223.332372016. Acesso em: 23 fev. 2020.
LACERDA, Lusineide Carmo Andrade; TELES, Roxana Braga de Andrade; OMENA, Cristhiane Maria Bazílio de. Estágio supervisionado: Percepção do preceptor sobre o processo de ensino-aprendizagem em um hospital de ensino. Revista e-Curriculum, São Paulo, v. 17, n. 2, p. 574-591, 2019. DOI: https://doi.org/10.23925/1809-3876.2019v17i2p574-591. Acesso em: 23 fev. 2020.
LIMA, Edna Franco de et al. Contribuições do estágio não obrigatório para a vivência prática em fisioterapia; perspectivas e desafios: um relato de experiência/Contributions of the non-obligatory stage to practical living in physiotherapy; outlook and challenges: a report of experience. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v. 5, n. 12, p. 30376-30382, 2019. DOI: https://doi.org/10.34117/bjdv5n12-161. Acesso em: 18 mai. 2020.
LIMA, Erivaldo Santos de; CARVALHO, Vanessa Lôbo de. Perspectiva do discente monitor na construção de estudos de caso em saúde no curso de Fisioterapia. Revista Brasileira de Educação e Saúde, Pombal, v. 9, n. 3, p. 37-43, 2019. DOI: https://doi.org/10.18378/rebes.v9i3.6598. Acesso em: 21 jul. 2020.
LIMA, Erivaldo Santos de et al. Educação em saúde para o fortalecimento do controle social no Sistema Único de Saúde. Revista Brasileira de Educação e Saúde, Pombal, v. 9, n. 4, p. 98-104, 2019. DOI: https://doi.org/10.18378/rebes.v9i4.7000. Acesso em: 18 mai. 2020.
MONTES, Lorena de Godoi; RODRIGUES, Cibele Isaac Saad; AZEVEDO, Gisele Regina de. Avaliação do processo de feedback para o ensino da prática de enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 72, n. 3, p. 663-670, 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0539. Acesso em: 6 fev. 2020.
OLIVEIRA, Dafylla Kelly Silva et al. A arte de educar na área da saúde: experiências com metodologias ativas. Humanidades & Inovação, Palmas, v. 2, n. 1, 2015. Disponível: https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/60/61. Acesso em: 7 fev. 2020.
ROCHA, Vera Maria da. Aprendendo a aprender: fazeres da Abenfisio no processo de formação do fisioterapeuta. Cadernos de educação, saúde e fisioterapia, Porto Alegre, v. 1, n. 1, 2014. Disponível em: http://revista.redeunida.org.br/ojs/index.php/cadernos-educacao-saude-fisioter/article/view/2358-8306.v1n1.2014.p002. Acesso em: 4 mar. 2020.
SILVA, Dannyelle Shyrlley dos Santos da et al. Planejamento estratégico situacional e saúde da população indígena: experiência na graduação em Fisioterapia. Diversitas Journal, Santana do Ipanema, v. 5, n. 3, p. 1805-1817, 5 jul. 2020. DOI: https://doi.org/10.17648/diversitas-journal-v5i3-1138. Acesso em: 21 jul. 2020.
SILVA, Grasiela Garrett da et al. Formação inicial de professores na enfermagem, fisioterapia e odontologia. Saúde & Transformação Social/Health & Social Change, Florianópolis, v. 6, n. 3, p. 118-128, 2015. Disponível em: http://stat.saudeetransformacao.incubadora.ufsc.br/index.php/saudeetransformacao/article/view/3038. Acesso em 06 fev. 2020.
SILVA, John Victor dos Santos; SANTOS JÚNIOR, Claudio José dos; RIBEIRO, Mara Cristina. Ensino integrado em Saúde e prática interprofissional: uma experiência na graduação. Revista Docência do Ensino Superior, Belo Horizonte, v. 9, e014820, p. 1-14, 2019. DOI: https://doi.org/10.35699/2237-5864.2019.14820. Acesso em: 24 fev. 2020.
SOARES, Amanda Nathale et al. O diário de campo utilizado como estratégia de ensino e instrumento de análise do trabalho da enfermagem. Revista Eletrônica de Enfermagem, Goiânia, v. 13, n. 4, p. 665-70, 2011. DOI: https://doi.org/10.5216/ree.v13i4.10415. Acesso em: 5 jan. 2020.
TREVISO, Patrícia; COSTA, Bartira Ercília Pinheiro da. Percepção de profissionais da área da saúde sobre a formação em sua atividade docente. Texto & Contexto Enfermagem, Florianópolis, v. 26, n. 1, p. 1-9, 2017. DOI: https://doi.org/10.1590/0104-07072017005020015. Acesso em: 6 fev. 2020.
UNCISAL – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS. Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em Fisioterapia. Maceió: UNCISAL, 2016. Disponível em: https://proeg.uncisal.edu.br/wp-content/uploads/2017/09/PPC-FISIOTERAPIA-2016.pdf. Acesso em: 21 jul. 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Erivaldo Santos de Lima
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Política de acesso aberto:
A Revista Docência do Ensino Superior é um periódico de Acesso Aberto, o que significa que todo o conteúdo está disponível gratuitamente, sem custo para o usuário ou sua instituição. Os usuários podem ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, pesquisar ou vincular os textos completos dos artigos, ou usá-los para qualquer outra finalidade legal, sem solicitar permissão prévia do editor ou do autor, desde que respeitem a licença de uso do Creative Commons utilizada pelo periódico. Esta definição de acesso aberto está de acordo com a Iniciativa de Acesso Aberto de Budapeste (BOAI).