Um diálogo nas licenciaturas sobre fanzinagem e suas potencialidades educativas
relato de experiência extensionista
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-5864.2024.49453Palavras-chave:
produção de fanzines, inovação no ensino, formação docente, graduaçãoResumo
Este relato possui o objetivo de descrever produtos e analisar contribuições da fanzinagem para a formação de licenciandos, tendo o seu foco em vivências provenientes de uma oficina com fanzines – que configurou, em 2022, atividade de extensão numa Instituição Pública de Ensino Superior situada em Fortaleza (Ceará, Brasil). A fim de responder à questão: quais produtos e saberes foram construídos pelos participantes nas vivências de uma ação universitária pautada na fanzinagem?, o estudo percorre e interliga os campos teórico-metodológicos das práticas de ensino e da formação docente. Enquadra-se nos moldes da pesquisa descritiva e elege como público-alvo os próprios participantes da experiência extensionista – quatro licenciandos das áreas de Ciências Biológicas, Física, Química e Geografia. O trabalho proposto na oficina resultou na elaboração de quatro fanzines, que se deu nos moldes da fabricação artesanal, pois os licenciandos se sentiram motivados a elaborá-los considerando prioritariamente a associação de textos e desenhos, ambos feitos à mão. As observações das ações registradas no diário de campo e a análise dos produtos foram indicadoras de que esses sujeitos construíram aprendizagens específicas sobre a ferramenta. Tal suposição advém do quanto eles se engajaram nos diálogos, como também da satisfação e do ânimo demonstrados no cumprimento das tarefas. Logo, acredita-se que os participantes compreenderam o poder inventivo, inovador, artístico e socializador do instrumento, podendo tornar-se profissionais sensíveis à ressignificação das práticas tradicionais de ensino, quando promoverem sua implementação no exercício futuro da profissão.
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