Produção acadêmica e científica em programas stricto sensu
uma análise sob o recorte de gênero
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-5864.2022.35108Palavras-chave:
docentes, pesquisadora, iniquidade de gênero, licença parentalResumo
A maternidade tem impacto na carreira docente. Dessa forma, objetivou-se analisar a produtividade de docentes inseridos/as em programas de pós-graduação stricto sensu sob recorte de gênero e maternidade. Trata-se de um estudo descritivo, documental e quantitativo, realizado a partir do acesso a currículos Lattes de docentes de ambos os sexos, inseridos em programas de pós-graduação stricto sensu no Nordeste do Brasil, no quadriênio 2017-2020. Os dados foram analisados pela estatística descritiva simples e 90 currículos foram incluídos na amostra, sendo 30 referentes ao sexo feminino que gozaram da licença-maternidade, 30 do sexo feminino sem licença e 30 do sexo masculino. Os achados revelam produtividade acadêmica e científica maior em docentes do sexo masculino, em parte, pelas desigualdades de gênero identificadas. Conclui-se que o viés de gênero dificulta a produtividade equânime entre os gêneros, ainda mais díspares frente à maternidade, o que reforça a necessidade de políticas de igualdade entre os gêneros na academia.
Downloads
Referências
ABDALA, M. S.; MOURA, S. B. A inserção da mulher no magistério: da vocação ao profissionalismo nas escolas de educação primária. ReonFacema, [S.L.], v. 2, n. 1, p. 169-173, jan./mar. 2016. Disponível em: http://www.facema.edu.br/ojs/index.php/ReOnFacema/article/view/74. Acesso em: 15 ago. 2020.
ALVES, Priscila Castro. Qualidade de vida e esgotamento profissional do professor universitário, 2017. Orientador: Helena Borges Martins da Silva Paro. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2017.
ANDRADE, R. O. Maternidade no currículo. Pesquisa Fapesp, 27 ago. 2018. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/maternidade-no-curriculo/. Acesso em: 30 jul. 2020.
ATAIDE, P. C.; NUNES, I. M. L. Feminização da Profissão Docente: as representações das professoras sobre a relação entre ser mulher e ser professora do ensino fundamental. Revista Educação e Emancipação, São Luís, v. 9, n. 1, p. 167-188, jan./jun. 2016. Disponível em: http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/reducacaoemancipacao/article/view/4984/0. Acesso em: 05 ago. 2020. DOI: http://dx.doi.org/10.18764/2358-4319.v9n1p167-188.
BACKES, V. P.; THOMAZ, J. R.; SILVA, F. F. Mulheres docentes no ensino superior: problematizando questões de gênero na Universidade Federal do Pampa. Cadernos de Educação, Tecnologia e Sociedade, Inhumas, v. 9, n. 2, p. 166-181, 2016.
BARROS, S. C. V.; MOURÃO, L. Trajetória profissional de mulheres cientistas à luz dos estereótipos de gênero. Psicologia em estudo, [S.L.], v. 25, e46325, p. 1-16, 28 maio 2020. Disponível em: https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/PsicolEstud/article/view/46325. Acesso em: 25 jul. 2020. DOI: https://doi.org/10.4025/psicolestud.v25i0.46325.
BRASIL. Câmara dos Deputados. Pós-graduação stricto sensu e Produção científica no brasil. Estudo Técnico. Consultoria Legislativa, 2019.
BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos. Resolução 466/2012. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf. Acesso em: 17 jun. 2020.
BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos. Resolução 510/2016. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso510.pdf. Acesso em: 17 jun. 2020.
BRILHANTE, A. V. M.; MOREIRA, G. A. R.; VIEIRA, L. J. E. S.; SILVA, R. M.; CATRIB, A. M. F. The “Northeastern Male” in formative years: sexuality and gender relations among teenagers. Rev. Bras. Promoção da Saúde, Fortaleza, v. 28, n. 4, p. 471-78, 30 dez. 2015.
BRITO, A. G. C.; QUONIAM, L.; MENA-CHALCO, J. P. Exploração da Plataforma Lattes por assunto: proposta de metodologia. TransInformação, Campinas, v. 28, n. 1, p. 77-86, jan./abr. 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tinf/a/P3CJs6ms3HsTbQxsQKqKYps/abstract/?lang=pt. Acesso em: 30 jun. 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/2318-08892016002800006.
CAMPOS, M. L. Feminismo e movimentos de mulheres no contexto Brasileiro: A constituição de identidades coletivas e a busca de incidência nas políticas públicas. Revista Sociais & Humanas, Santa Maria, v. 30, n. 2, p. 35-54, 20 out. 2017. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/sociaisehumanas/article/view/27310. Acesso em: 10 jul. 2020. DOI: https://doi.org/10.5902/2317175827310.
CENTRO DE GESTÃO E ESTUDOS ESTRATÉGICOS – CGEE. Mestres e doutores 2015 - Estudos da demografia da base técnico-científica brasileira. Brasília, DF: 2016. 348p.
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior [CAPES]. (2018). GEOCAPES. Disponível em: https://geoCAPES.CAPES.gov.br/geoCAPES/. Acesso em: 30 jun. 2020.
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (CAPES). Matrícula no mestrado e doutorado no Nordeste cresce 200%. Universidade Federal de Campina Grande. 2019. Disponível em: https://portal.ufcg.edu.br/em-dia/498-matricula-no-mestrado-e-doutorado-no-nordeste-cresce-200.html. Acesso em: 30 jun. 2020.
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (CAPES). Plataforma Sucupira. Brasil, 2014. Disponível em: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/. Acesso em: 30 jun. 2020.
CRISPIN, A. L. Trabalho e gênero: análise da feminização e feminilização na docência do ensino superior na universidade do extremo sul catarinense. 2015. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Socioeconômico) – Universidade do Extremo Sul Catarinense, Santa Catarina, 2015. Disponível em: http://repositorio.unesc.net/handle/1/4349. Acesso em: 10 jul. 2020.
FARIA, I. B. A trajetória das mulheres na ciência: as consequências e os desafios de produzir conhecimento em um mundo historicamente masculino. 2018. 11 f. TCC (Graduação) - Curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciências Humanas, Instituto de Ciências Humanas, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2018.
FREITAS, M. F. Q.; SOUZA, J. Pensar a formação e a pesquisa na pós-graduação stricto sensu. Educar em Revista. Curitiba, v. 34, n. 71, p. 9-18, set./out. 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/er/v34n71/0104-4060-er-34-71-9.pdf. Acesso em: 24 ago. 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/0104-4060.62549.
GREGORY, J. Feminismos e resistência: trajetória histórica da luta política para conquista de direitos. Caderno Espaço Feminino, Uberlândia, v. 30, n. 2, p. 47-68, 12 fev. 2018. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/neguem/article/view/38949. Acesso em: 15 ago. 2020. DOI: https://doi.org/10.14393/CEF-v30n2-2017-3.
HAYASHI, M. C. P. I.; GUIMARÃES, V. A. L. A comunicação da ciência em eventos científicos na visão de pesquisadores. Em Questão, Porto Alegre, v. 22, n. 3, p.161-183, set/dez. 2016. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/63251. Acesso em: 16 ago. 2020. DOI: http://dx.doi.org/10.19132/1808-5245223.161-183.
IVO, A. A.; FERREIRA, C. F. Maternidade e produção científica: Análise dos editais de fomento à pesquisa nas Universidade Públicas do Rio Grande do Sul. Revista Diversidade e Educação, [S.L.], v. 7 (especial), p. 165-182, 2019. Disponível em: https://periodicos.furg.br/divedu/article/view/9428. Acesso em: 18 out. 2020. DOI: https://doi.org/10.14295/de.v7iEspecial.9428.
JABLONSKI, B. A. Divisão de tarefas domésticas entre homens e mulheres no cotidiano do casamento. Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília, v. 30, n. 2, p. 262-275, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pcp/a/mJKLzrKLJCcMpnNHfr9PcGt/?lang=pt. Acesso em: 20 set. 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/S1414-98932010000200004.
KAWASAKI, B. C. Critérios da avaliação Capes para Programas de Pós-Graduação. Revista Adusp, São Paulo, n. 60, p. 102-117, maio 2017. Disponível em: https://www.adusp.org.br/files/revistas/60/mat10.pdf. Acesso em: 20 ago. 2020.
KUENZER, A.; MORAES, M. C. M. Temas e tramas na pós-graduação em educação. Educação & Sociedade, Campinas, v. 26, n. 93, p. 1341-1362, set./dez. 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/NCGYCZkVyFqBNwCTJnjWJ8x/?lang=pt. Acesso em: 15. ago. 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-73302005000400015.
LACERDA, A. L.; WEBER, C.; PORTO, M. P.; SILVA, R. A. A importância dos eventos científicos na formação acadêmica: estudantes de biblioteconomia. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 13, n. 1, p.130-144, jan./jun., 2008. Disponível em: https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/553/678. Acesso em: 14 set. 2020.
LANDERDAHL, M. C.; VIEIRA, L. B.; CORTES, L. F.; PADOIN, S. M. M. Processo de empoderamento feminino mediado pela qualificação para o trabalho na construção civil. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, p. 306-312, abr./jun. 2013. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=127728367015. Acesso em: 12 nov. 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/S1414-81452013000200015.
MARRY, C. As carreiras das mulheres no mundo acadêmico: O exemplo da biologia. In: COSTA, A. O.; BRUSCHINI, C.; HIRATA, H.; SORJ, B. (org.). Mercado de trabalho e gênero: comparações internacionais. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008. p. 401-419.
MELLO-CARPES, P. B.; ABREU, A. R. P.; STANISCUASKI, F.; SOUZA, M. A; CAMPAGNOLE-SANTOS, M. J.; IRIGOYEN, M. C. Actions developed by the Brazilian Physiological Society to promote women participation in science. Advances in Physiology Education, [S.L.], v. 43, n. 2, p. 199-206, 1 jun. 2019. American Physiological Society. Disponível em: https://journals.physiology.org/doi/full/10.1152/advan.00216.2018. Acesso em: 15 out. 2020. DOI: https://doi.org/10.1152/advan.00216.2018.
NUCCI, M. F. Maternidade, gênero e ciência: reflexões e tensionamentos. Apresentação na 31ª Reunião Brasileira de Antropologia, Brasília, dez. 2018, p. 1-17.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT). Igualdade de gênero e raça no trabalho: avanços e desafios. Brasília: OIT, 2010.
PARADELLA, R. Diferença cai em sete anos, mas mulheres ainda ganham 20,5% menos que homens. Agência de notícias IBGE. 2019. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/23924-diferenca-cai-em-sete-anos-mas-mulheres-ainda-ganham-20-5-menos-que-homens. Acesso em: 15 ago. 2020.
PINSKY, C. B.; PEDRO, J. M. Igualdade e especificidade. In: PINSKY, J.; PINSKY, C. B. História da cidadania. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2003. p. 91-115.
SILVA, F. F. Conciliando identidades: Mulher, mãe, esposa cientista. Seminário Internacional Fazendo Gênero 10, 2013, Florianópolis. Anais eletrônicos... Disponível em: http://www.fg2013.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/20/1384792028_ARQUIVO_FabianeFerreiradaSilva.pdf. Acesso em: 14 jun. 2020.
SOUSA, L. P.; GUEDES, D. R. A desigual divisão sexual do trabalho: um olhar sobre a última década. Estud. av., São Paulo, v. 30, n. 87, p. 123-139, ago. 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/PPDVW47HsgMgGQQCgYYfWgp/?lang=pt. Acesso em: 25 ago. 2020. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142016.30870008.
United Nations Development Programme (UNDP). Human Development Report 2016. Disponível em: https://hdr.undp.org/sites/default/files/2016_human_development_report.pdf. Acesso em: 15 ago. 2020.
VAZ, D. V. O teto de vidro nas organizações públicas: evidências para o Brasil. Economia e Sociedade, Campinas, v. 22, n. 3, p. 765-790, dez. 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ecos/v22n3/07.pdf. Acesso em: 20 ago. 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-06182013000300007.
VELHO, L. Prefácio. In: SANTOS, L. W.; ICHIKAWA, E. Y.; CARGANO, D. F. (org.). Ciência, tecnologia e gênero: desvelando o feminino na construção do conhecimento. Londrina: IAPAR, 2006. p. 13-18.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Suzete Gonçalves Caçula, Mauro Mccarthy de Oliveira Silva, Beatriz de Castro Magalhães, Grayce Alencar Albuquerque
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Política de acesso aberto:
A Revista Docência do Ensino Superior é um periódico de Acesso Aberto, o que significa que todo o conteúdo está disponível gratuitamente, sem custo para o usuário ou sua instituição. Os usuários podem ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, pesquisar ou vincular os textos completos dos artigos, ou usá-los para qualquer outra finalidade legal, sem solicitar permissão prévia do editor ou do autor, desde que respeitem a licença de uso do Creative Commons utilizada pelo periódico. Esta definição de acesso aberto está de acordo com a Iniciativa de Acesso Aberto de Budapeste (BOAI).