Tendências temporais de internações de crianças por condições sensíveis à atenção primária em Minas Gerais, Brasil

Autores

  • Giselle Lima de Freitas Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública. Belo Horizonte, MG-Brasil. https://orcid.org/0000-0002-8118-8054
  • Thaís Rodrigues de Souza Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública. Belo Horizonte, MG-Brasil. https://orcid.org/0000-0001-7613-9365
  • Francisco Carlos Félix Lana Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública. Belo Horizonte, MG-Brasil. https://orcid.org/0000-0001-9043-3181
  • Fernanda Penido Matozinhos Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública. Belo Horizonte, MG-Brasil. https://orcid.org/0000-0003-1368-4248
  • Alexandra Dias Moreira Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública. Belo Horizonte, MG-Brasil. https://orcid.org/0000-0001-7459-1657
  • Ricardo Alexandre Arcêncio Universidade de São Paulo - USP, Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública. Ribeirão Preto, SP-Brasil. https://orcid.org/0000-0003-4792-8714

DOI:

https://doi.org/10.35699/reme.v26i.38797

Palavras-chave:

Atenção Primária à Saúde, Saúde da Criança, Estudos de Séries Temporais

Resumo

Objetivo: analisar a tendência das internações por condições sensíveis à atenção primária em crianças menores de cinco anos de idade, no estado de Minas Gerais. Métodos: estudo ecológico de séries temporais utilizou registros do Sistema de Informação Hospitalar, período de 2008 a 2018. As análises de tendência foram realizadas pelo método de Prais-Winsten para verificar tendências: estacionárias (p > 0,05), decrescentes (p < 0,05 e coeficiente de regressão negativo) ou ascendentes (p < 0,05 e coeficiente de regressão positivo) por região de saúde e por grupo etário (até um ano e de um a quatro anos). Resultados: houve tendência decrescente de internações entre crianças no estado (variação percentual anual = -4,96%; p < 0,05), com redução de internações por gastroenterites infecciosas e complicações, pneumonias bacterianas e asma. Observou-se aumento de internações por anemia; doenças pulmonares e infecções de ouvido, nariz e garganta. Para crianças menores de um ano, foi observado que as internações por doenças preveníveis por imunização e condições sensíveis apresentaram tendência ascendente (ß=5,69 e p < 0,05), com destaque para a sífilis congênita. Conclusões: o cenário de Minas Gerais é similar ao de outros estados brasileiros, nos quais se observa redução de internação de crianças de até cinco anos, com aumento de internações por anemia, doenças pulmonares e infecção de ouvido, nariz e garganta. Ainda que existam melhorias nas práticas e políticas voltadas para a saúde da criança, os achados reforçam o planejamento de ações para o cuidado a agravos preveníveis na atenção primária.

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Arquivos adicionais

Publicado

08-04-2022

Como Citar

1.
Freitas GL de, Souza TR de, Lana FCF, Matozinhos FP, Moreira AD, Arcêncio RA. Tendências temporais de internações de crianças por condições sensíveis à atenção primária em Minas Gerais, Brasil. REME Rev Min Enferm. [Internet]. 8º de abril de 2022 [citado 5º de dezembro de 2024];26. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/reme/article/view/38797

Edição

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Pesquisa

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