Presença de álcool em adolescentes vítimas de homicídios em Belo Horizonte 2005-2009
DOI:
https://doi.org/10.5935/1415-2762.20140021Palavras-chave:
Homicídio, Adolescente, Transtornos Relacionados ao Uso de Álcool, Consumo de Bebidas AlcoólicasResumo
O objetivo do estudo foi avaliar a prevalência de exame toxicológico positivo (ET+) realizado post mortem e as características das vítimas de violência homicida, com idade de 10 a 19 anos, na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, no período de 2005 a 2009. Realizou-se estudo descritivo de base populacional a partir de dados obtidos no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Entre as 4.159 vítimas de homicídios de todas as idades, 1.008 (24,2%) tinham 13 a 19 anos. Nesse grupo etário predominaram os homens (95%), solteiros (98,8), negros (81,2%), com até oito anos de estudo (68,8%) e mortos por arma de fogo (87,5%) em via pública (68,8%). Evidenciou-se ET+ em 80 casos (7,9%). A positividade do ET e o nível de alcoolemia aumentaram com o aumento da idade, com alcoolemia máxima aos 18 anos. Destaca-se a similaridade entre as características das vítimas adolescentes com ET+ e as das demais idades. Ressalte-se que não foi possível determinar o tempo decorrido entre a agressão, a morte e a realização da necropsia. Diante do crescimento da mortalidade por agressão entre os adolescentes brasileiros, os resultados do estudo revelam o uso do álcool como fator a ser incluído entre as políticas públicas visando à redução da violência e à cultura da paz.Referências
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