Políticas da performatividade
a experiência da Praia da Estação em Belo Horizonte e a afirmação de um direito menor
DOI:
https://doi.org/10.35699/2525-8036.2020.15143Palavras-chave:
Praia da Estação, Performatividade, Espaço, Direito menorResumo
Este artigo propõe uma reflexão sobre o caráter performativo da política e do direito através da experiência da Praia da Estação em Belo Horizonte e em diálogo com Carla Rodrigues, Félix Guattari, Gilles Deleuze, Igor Oliveira, Judith Butler e Thálita Motta. Essa experiência urbana é um evento artístico-cultural que ocorre desde 2010, transformando a praça central da capital de Minas Gerais (um estado sem mar) em uma verdadeira praia. Ele surge após o Decreto nº 13.798/2009 do então prefeito Márcio Lacerda, proibindo a realização de eventos de qualquer natureza na Praça da Estação. Entendo que a Praia é um evento que celebra o poder performativo dos corpos de que nos fala Judith Butler. Corpos que colocam em ato o caráter público da praça e o direito à cidade no próprio ato de realizar sua manifestação. Dialogando também com a “literatura menor” de Deleuze e Guattari, essa dimensão performativa presentifica, ao meu ver, um devir minoritário do direito como tarefa do povo. Um direito menor capaz de constituir outros mundo possíveis.
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