O aparente paradoxo democrático
reflexões entre a lucidez e a cegueira do ódio à democracia
DOI:
https://doi.org/10.35699/2525-8036.2018.5098Palavras-chave:
Democracia, Ensaio sobre a Lucidez, Ódio à democraciaResumo
Neste artigo propomo-nos discutir a polissemia da democracia, uma vez que a expressão tem sido utilizada indiscriminadamente para justificar argumentos e ações que, a princípio, não seriam do cerne democrático. Tomando como mote o “Ensaio sobre a Lucidez” de José Saramago (2005), levantamos a questão do aparente paradoxo da democracia: bradada como o símbolo de soberania popular, esta soberania está longe de ser efetivada, servindo-se do regime político para poucos. A partir da apresentação da obra literária, é possível, primeiro, apresentar o argumento do paradoxo para, no segundo ponto, iluminar a reflexão demonstrando que este paradoxo é, na verdade, somente aparente, porque o que está em jogo não é a democracia em si, mas é o ódio a ela, conforme apresentado por Jacques Rancière (2014).
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