Political representation crisis in Brazil
political clientelism and the social rights - a vicious cycle
DOI:
https://doi.org/10.35699/2525-8036.2025.54597Keywords:
Social Rights, Democracy, Political Clientelism, Political Rights, Representative CrisisAbstract
This paper explores how the ineffectiveness of social rights in Brazil perpetuates political clientelism, creating a vicious cycle. In a context where voters rely on immediate benefits due to the lack of a minimum level of social rights realization, their vote for the Legislature does not necessarily reflect their political-ideological preferences, leading to a disconnect between the convictions of the voter and the elected politician. In the legislative sphere, clientelist politicians are not concerned with their own ideals and cast their votes based on political convenience. This is particularly evident in the negotiation between the Legislature and the Executive regarding budget amendments, where legislators use budget control to secure electoral support through pork-barrel practices and, in return, offer support to the government. As a result, clientelist policies become a tool for maintaining power, diverting the focus of politicians, who should instead be dedicating more time, resources, and effort to the development of public policies that could effectively realize social rights. The analysis demonstrates that the relationship between social rights and the qualitative exercise of political rights is central to understanding the strengthening of clientelism, which, in turn, distorts the legislative function, perpetuates socioeconomic inequalities, and weakens democracy by widening the gap between the people as a social entity and the people as an institutional entity.
Downloads
References
ABRANCHES, Sérgio. As vias tortuosas da democracia e a crise da representação no Brasil. Revista USP, São Paulo, n. 134, p. 59–74, 2022. Disponível em: http://li.cnm.org.br/r/mgKsBH. Acesso em: 18 ago. 2024.
ABRANCHES, Sérgio. O que é articulação política. E quais são os seus limites. SINDICONTAS, Curitiba, 28 mar. 2019. Disponível em: http://li.cnm.org.br/r/0UL6wg. Acesso em: 13 ago. 2024.
ABRANCHES, Sérgio. Presidencialismo de Coalizão: O Dilema Institucional Brasileiro. Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 31, n. 1, p. 5-34, 1988. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1XiEKeTbGvSZ0OmtuPb0Qvt-vqWXGzH_j/edit. Acesso em: 03 jun. 2025.
ABRANCHES, Sérgio. Presidencialismo de Coalizão: raízes e evolução do modelo político brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
AMES, Barry. Electoral strategy under open-list proportional representation. American Journal of Political Science, v. 39, n. 2, p. 406-433, 1995. Disponível: https://www.scirp.org/reference/referencespapers?referenceid=2909084. Acesso em: 03 jun. 2025.
AMES, Barry. Os entraves à democracia no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003.
AMES, Barry. The Deadlock of Democracy in Brazil. Ann Arbor: University of Michigan. 2001.
BRASIL. [Constituição (1988)]. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Brasília-DF: Presidência da República, 2023.
BELLO, Enzo. Cidadania e direitos sociais no Brasil: um enfoque político e social. Espaço Jurídico, Joaçaba, v. 8, n. 2, p. 139, 2007. Disponível em: http://li.cnm.org.br/r/BUaTin. Acesso em: 13 set. 2024.
BENEVIDES, Maria Victória de Mesquita. Educação para a democracia. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, n. 38, p. 223–237, 1996. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ln/a/yKyLWKGYV8TNKLLKrRR6LpD/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 03 jun. 2025.
BOBBIO, Noberto. A teoria das formas de governo. 6. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1992.
BOBBIO, Norberto. Liberalismo e democracia. 6. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 2005.
BOBBIO, Norberto. O Futuro da Democracia: Uma defesa das regras do jogo. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
BORBA, Francisco da Silva. Dicionário Unesp do português contemporâneo. São Paulo: Unesp, 2004.
BURDEAU, Georges. O Estado. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
CAMPANTE, Rubens Goyatá. O Patrimonialismo em Faoro e Weber e a Sociologia Brasileira. Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 46, n. 1, p. 153-193, 2003.
CANAL UM BRASIL. Educação de má qualidade limita as liberdades individuais. YouTube, 2 ago. 2024. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2CxwB4ZsrwU. Acesso em: 27 ago. 2024.
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: O longo caminho. 27. ed. aum. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2021.
CARVALHO, José Murilo de. Mandonismo, Coronelismo, Clientelismo: Uma Discussão Conceitual. Dados, Rio de Janeiro, v. 40, n. 2, p. 229–250, 1997. Disponível em: https://www.scielo.br/j/dados/a/bTjFzwWgV9cxV8YWnYtMvrz/. Acesso em: 03 jun. 2025.
CARVALHO, Osvaldo Ferreira de. As políticas públicas como concretização dos direitos sociais. Revista de Investigações Constitucionais, v. 6, n. 3, p. 779, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rinc/a/JsrYZ4CfJsDSRntd3L6BpHj/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 03 jun. 2025.
CERVI, Emerson Urizzi. Produção legislativa e conexão eleitoral na assembleia legislativa do estado do Paraná. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, v. 17, n. 32, p. 1-30, 2009. Disponível em: http://li.cnm.org.br/r/AcRjt9 Acesso em: 13 ago. 2024.
DALLARI, Dalmo Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 1991.
DRAZEN, Allan; ESLAVA, Marcela. Pork Barrel Cycles. Cambridge, Mass: National Bureau of Economic Research, 2006. Disponível em: https://www.nber.org/papers/w12190. Acesso em: 27 ago. 2024.
FAORO, Raymundo. Os Donos do Poder: formação do patronato brasileiro. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Globo, 2003.
FARIAS, Francisco Pereira de. Clientelismo e democracia capitalista: elementos para uma abordagem alternativa. Rev. Sociologia Política, Curitiba, v. 1, n. 15, p. 49-65, 2000. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsocp/a/Vt3rtCnPQQPbVBRLP3BTPCs/abstract/?lang=pt. Acesso em: 03 jun. 2025.
FEREJOHN, John Arthur. Pork Barrel Politics: Rivers and Harbors Legislation, 1947-1968. Stanford: Stanford University Press, 1974.
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 12. ed. rev. Salvador: Jus Podivm, 2020.
FIUZA, Solange Cristina Rodrigues; DA COSTA, Lucia Cortes. O direito à assistência social: o desafio de superar as práticas clientelistas. Serviço Social em Revista, v. 17, n. 2, p. 64-90, 2015. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/ssrevista/article/view/19220. Acesso em: 03 jun. 2025.
FUNDAÇÃO ABRINQ. Um retrato da infância e adolescência no Brasil: Programa Presidente Amigo da Criança. São Paulo, n. 1, 2022. Disponível em: http://li.cnm.org.br/r/FxciHL. Acesso em: 10 ago. 2024.
GUSTIN, Miracy Barbosa de Sousa; DIAS, Maria Tereza Fonseca; NICÁCIO, Camila Silva. (Re)pensando a pesquisa jurídica: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Almedina, 2020.
HABERMAS, Jurgen. Direito e Democracia entre Facticidade e Validade I. Trad. Flávio Beno Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997.
HOLSTON, James. Insurgent Citizenship: Disjunctions of Democracy and Modernity in Brazil. Princeton: Princeton University Press, 2008.
LIMA, Ivana Stolze. Clientelismo e política no Brasil do século XIX. Mana, Rio de Janeiro, v. 5, n. 2, p. 183–186, 1999. Disponível em: http://li.cnm.org.br/r/KbR6Pf. Acesso em: 13 set. 2024.
MATA, Sérgio da. A viagem redonda de Jessé Souza. Sociologias, Porto Alegre, v. 20, n. 47, p. 424-437, 2018.
MCMENEMY, John. The Language of Canadian Politics: A Guide to Important Terms and Concepts. 3rd. ed. Waterloo: Wilfrid Laurier University Press, 2001.
NAGEL HULLEN, Angélica Cristina. Cidadania e Direitos Sociais no Brasil: um longo percurso para o acesso aos direitos fundamentais. Rev. secr. Trib. perm. revis, Asunción, v. 6, n. 11, p. 213-227, 2018. Disponível em: http://li.cnm.org.br/r/o8vkdH. Acesso em: 16 ago. 2024.
NUNES, Edson. A Gramática Política do Brasil: Clientelismo e Insulamento Burocrático. 3. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.
OCDE. PISA 2022 Results (Volume I): The State of Learning and Equity in Education. Paris: OECD Publishing, 2023. Disponível em: http://li.cnm.org.br/r/qjhLvY. Acesso em: 15 set. 2024.
OCDE. PISA 2022 Results (Volume III): Creative Minds, Creative Schools. Paris: OECD Publishing, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.1787/765ee8c2-en. Acesso em: 03 jun. 2025.
OCDE. PISA 2022 Results (Volume IV): How Financially Smart Are Students?, Paris: OECD Publishing, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.1787/5a849c2a-en. Acesso em: 03 jun. 2025.
PEREIRA, Carlos; RENNO, Lúcio. O que é que o reeleito tem? O retorno: o esboço de uma teoria da reeleição no Brasil. Brazilian Journal of Political Economy, v. 27, n. 4, p. 664–683, 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rep/a/NbLsLqGMrdkSTDzYdNHWbdr/?lang=pt. Acesso em: 03 jun. 2025.
PIRES JÚNIOR, José Antônio Meyer. Emendas Orçamentárias Individuais: "Pork Barrel" brasileiros?. Revista da CGU, Brasília, v. 1, n. 1, p. 56-102, 2006. Disponível em: https://repositorio.cgu.gov.br/handle/1/34397. Acesso em: 26 ago. 2024.
PITKIN, Hanna Fenichel. The Concept of Representation. Berkeley: University of California Press, 1967.
PONTUAL, Helena Daltro. Emendas ao Orçamento. Agência Senado, [S. l.], [S. d.]. Disponível em: http://li.cnm.org.br/r/RIP4AF. Acesso em: 26 ago. 2024.
PUTNAM, Hilary. Una Reconsideración De La Democracia De Dewey. In: PUTNAM, Hilary. Como Renovar La Filosofia. Madrid: Ed. Cátedra, 1994.
RESENDE, Enio. Cidadania: o remédio para as doenças culturais brasileiras. 2. ed. São Paulo: Summus, 1992.
SANTANA, Vitor Leal. Atraindo o Pork: Que Fatores Explicam a Execução das Emendas Orçamentárias no Brasil?. Dissertação (Mestrado em Ciência Política) - Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília, Brasília, 2011. Disponível em: http://li.cnm.org.br/r/bbm11I. Acesso em: 18 ago. 2024.
SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na Constituição Federal de 1988. 9. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2011.
SEIBEL, Erni José; OLIVEIRA, Heloisa Maria José de. Clientelismo e seletividade: desafios às políticas sociais. Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, 39. ed, 2006. Disponível em:http://li.cnm.org.br/r/nG7ziR. Acesso em: 16 ago. 2024.
SELL, Carlos Eduardo. Leituras de Weber e do Brasil: da política à religião, do atraso à modernidade. Revista Ciências Sociais Unisinos, São Leopoldo, v. 43, n. 3, 2007. Disponível em: https://revistas.unisinos.br/index.php/ciencias_sociais/article/view/5673. Acesso em: 03 jun. 2025.
SINGER, Peter. A política das classes dominantes. In: IANNI, Octavio. (org.). Política e revolução social no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1965.
SOLLA, Paulo Ramon da Silva. O princípio democrático como efetivador dos direitos sociais no processo legislativo. Assembleia Legislativa da Paraíba, João Pessoa, 2013, p. 8. Disponível em: https://abrir.link/czVLg Acesso em: 19 ago. 2024.
SOUZA, Jessé. (org.). O malandro e o protestante: a tese weberiana e a singularidade cultural brasileira. Brasília: Editora UnB, 1999.
SOUZA, Jessé. A Ética Protestante e a Ideologia do Atraso Brasileiro. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 13, n. 38, p. 97-116, 1998. Disponível: https://www.scielo.br/j/rbcsoc/a/XssDyH8Tv43MWNRkwVNMHJc/abstract/?lang=pt. Acesso em: 03 jun. 2025.
SUNSTEIN, Cass R. Designing Democracy: What Constitutions Do. Oxford: Oxford University Press, 2001.
TORRES, Ricardo Lobo. A cidadania multidimensional na era dos direitos. In: TORRES, Ricardo Lobo. Teoria dos Direitos Fundamentais. Rio de Janeiro: Renovar, 2001.
WEBER, Max. Economia e sociedade: fundamentos de sociologia compreensiva. v. 1. Brasília: EdUnB, 1999.
WERNECK VIANNA, Luiz. Weber e a interpretação do Brasil. Novos Estudos, São Paulo, v. 53, 1999. Disponível em: https://gramsci.org/?id=85&page=visualizar. Acesso em: 03 jun. 2025.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Copyright (c) 2025 Igor Piedade, Maria Eduarda Gonçalves Teixeira da Costa

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
1. Os conteúdos dos trabalhos são de exclusiva responsabilidade de seu autor.
2. É permitida a reprodução total ou parcial dos trabalhos publicados na Revista, desde que citada a fonte.
3. Ao submeterem seus trabalhos à Revista os autores certificam que os mesmos são de autoria própria e inéditos (não publicados em qualquer meio digital ou impresso).
4. Os direitos autorais dos artigos publicados na Revista são do autor, com direitos de primeira publicação reservados para este periódico.
5. Para fins de divulgação, a Revista poderá replicar os trabalhos publicados nesta revista em outros meios de comunicação como, por exemplo, redes sociais (Facebook, Academia.Edu, etc).
6. A Revista é de acesso público, portanto, os autores que submetem trabalhos concordam que os mesmos são de uso gratuito.
7. Constatando qualquer ilegalidade, fraude, ou outra atitude que coloque em dúvida a lisura da publicação, em especial a prática de plágio, o trabalho estará automaticamente rejeitado.
8. Caso o trabalho já tenha sido publicado, será imediatamente retirado da base da revista, sendo proibida sua posterior citação vinculada a ela e, no número seguinte em que ocorreu a publicação, será comunicado o cancelamento da referida publicação. Em caso de deflagração do procedimento para a retratação do trabalho, os autores serão previamente informados, sendo-lhe garantido o direito à ampla defesa.
9. Os dados pessoais fornecidos pelos autores serão utilizados exclusivamente para os serviços prestados por essa publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros.
