A geometria na gravura de Gilvan Samico

entre a técnica e a narrativa, a racionalização do espaço mítico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2237-5864.2021.20564

Palavras-chave:

Gilvan Samico, xilogravura, história das imagens, arte da memória, gravura

Resumo

O presente texto tem como objetivo explicar como o processo de geometrização, que ocorreu na obra de Gilvan Samico, interferiu na construção do espaço das imagens, procurando compreender alguns significados que elas podem assumir a partir dessa transformação. Para isso as gravuras são analisadas comparativamente, considerando suas relações com a palavra e a memória, seus traços culturais e sua dimensão temporal. Concebendo a potência da imagem, enquanto objeto que desperta histórias e lembranças, o que é inerente às gravuras é colocado em paralelo com a construção de um pensamento matemático racional na arte. A obra de Samico é marcada por sobrevivências das imagens da memória, que apresentam uma transversalidade na técnica, nos temas e na forma.

Referências

AMARAL, Aracy. Arte para que? A preocupação social na arte brasileira 1930 – 1970. São Paulo:

Livraria Nobel, 1984.

BARROS, Leandro Gomes de. A história de Juvenal e o dragão. Recife: [s.n., 19-? ]. 20 p. Disponível em <http://docvirt.com/docreader.net/docreader.aspx?bib=RuiCordel&pasta=&pesq=LC6043>. Acesso em: 25 mar. 2020.

BELTING, Hans. Antropologia da Imagem. Para uma ciência da imagem. Tradução de Artur Morão. Lisboa: KKYM, 2014.

BRITO, Ronaldo. Samico: do desenho à gravura. In: ______. Samico: do desenho à gravura. São

Paulo: Pinacoteca do Estado, 2004. p. 11-13

COUTO, Maria de Fátima Morethy. Por uma vanguarda nacional. A crítica brasileira em busca de uma identidade artística (1940-1960). Campinas: Editora da Unicamp, 2004.

DIDI-HUBERMAN, Georges. A imagem sobrevivente: história da arte e tempo dos fantasmas

segundo Aby Warburg. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.

DELARUE, Paul. Le conte de l'homme aux trois chiens. In: DIDI-HUBERMAN, Georges. Saint Georges et le dragon. Versions d'une légende. Paris: Adam Biro, 1994. ISBN 2-87660-139-7. Publicado originalmente em DELARUE, Paul. Le conte populaire français. Catalogue raisonné des versions de France et des pays de langue française, Paris, Érasme, 1957, I. p. 145.

ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano. tradução Rogério Fernandes. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

FONSECA, F. Entrevista com Gilvan Samico. ouvirOUver, Uberlândia, 15(2), p. 620-633. 2020.

Disponível em <https://doi.org/10.14393/OUV-v15n2a2019-50281>. Acesso em 10 mai. 2020.

MORAIS, Frederico. Encantamento. In:______. Samico: 40 anos de gravura. 1. ed. reimpr. – Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil; Recife: Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, 1998. p.7-11.

PANOFSKY, Erwin. A perspectiva como forma simbólica. In: ARGAN, Giulio Carlo. História da arte italiana. São Paulo: Cosac&Naify, 2003. v. 2.

SAMAIN, Etienne. As imagens não são bolas de sinuca. Como pensam as imagens. In: ______. Como pensam as imagens. Campinas: Editora da Unicamp, 2012. p. 21-36.

SAMICO, Gilvan. Depoimento. In: BRITO R. C., Samico: do desenho à gravura. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 2004. p. 23-54.

VALDEON, Julio. León y Castilla. Historia de España. Feudalismo y consolidación de los pueblos

hispánicos (siglos XI - XV). 3ª ed. Barcelona: Editorial Labor S.A., 1983

YATES, Frances Amelia. A arte da memória. Tradução de Flavia Bancher. Campinas: Editora da

Unicamp, 2007.

ZUMTHOR, Paul. La lettre et la voix de la “littérature” médiévale. Paris: Editions Du Seuil, 1987.

Downloads

Publicado

2021-01-29

Como Citar

FONSECA, F. A geometria na gravura de Gilvan Samico: entre a técnica e a narrativa, a racionalização do espaço mítico. PÓS: Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG, Belo Horizonte, v. 11, n. 21, p. 276–307, 2021. DOI: 10.35699/2237-5864.2021.20564. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistapos/article/view/20564. Acesso em: 14 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos - Seção aberta