Status social, civilidade

(Reflexões sobre a tela O Casal Arnolfini, de Jan van Eyck)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2237-5864.2021.26163

Palavras-chave:

O Casal Arnolfini., Pintura renascentista., Burguesia., Mercantilismo., Civilidade.

Resumo

Neste artigo interdisciplinar, fundindo História das Mentalidades e Artes Plásticas, abordamos a tela O casal Arnolfini (1434), do pintor flamengo Jan van Eyck (c. 1390-1441),como uma ilustração sugestiva do nascimento da Europa Moderna e da família burguesa, no Renascimento Quatrocentista. Por meio da análise dos gestos, vestes, mobiliário e objetos de decoração, fixados por van Eyck, é possível verificar como a burguesia tornou-se dona do poder, assumindo os lugares ocupados pela nobreza, da qual herdaria costumes e etiquetas. A união do brasão à bolsa, como símbolos distintivos de poder, implicou a busca por códigos de civilidade e etiqueta que pusessem em equilíbrio os valores da vida pública e as exigências da vida privada.

Biografia do Autor

  • Álvaro Cardoso Gomes, USP - Universidade de São Paulo

    Professor Titular da USP (Universidade de São Paulo). Possui graduação em Letras Vernáculas (1968), doutorado em Letras (Literatura Portuguesa), livre-docência pela mesma Universidade (1973 e 1981), pós-doutor em Portugal e nos Estados Unidos. Foi Visiting Professor na University of California Berkeley (1982) e Visiting Writer no Middlebury College (2006 e 2007), ensinando Literatura Brasileira. Lecionou no programa de pós-graduação interdisciplinar "Educação, Comunicação, Administração" da Universidade São Marcos (2002-2012). Exerceu o cargo de coordenador do curso de Letras da USP (1997-1999), do curso de Letras da Universidade São Marcos (1999-2000) e de Pró-Reitor de Graduação na mesma Universidade (2000-2003), especializando-se na administração de cursos, na orientação e direção do corpo docente, na elaboração de grades curriculares, de acordo com orientações do MEC. Foi professor Titular de graduação e pós-graduação e Coordenador do mestrado em Ciências Humanas da UNISA (Universidade Santo Amaro 2012-2020). 

  • Alzira Lobo de Arruda Campos, UNISA - Universidade Santo Amaro

    Graduação em História pela Universidade de São Paulo (1962), mestrado em História Social pela Universidade de São Paulo (1978), doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (1986) e livre-docência em Metodologia da História, pela Unesp (1998). Foi professora titular da Universidade São Marcos, onde exerceu a função de Coordenação do Programa de pós-graduação em Educação, Administração e Comunicação (nível: mestrado) e Pró-Reitora de Pós-Graduação. Tem experiência na área de História e de Metodologia, com ênfase em História das Mentalidades e Metodologia Interdisciplinar e na área de Educação. Faz parte, como Docente em tempo integral, do Programa de Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas da Unisa.

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Publicado

2021-07-19

Edição

Seção

Artigos - Seção aberta

Como Citar

Status social, civilidade: (Reflexões sobre a tela O Casal Arnolfini, de Jan van Eyck). PÓS: Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG, Belo Horizonte, v. 11, n. 22, p. 464–491, 2021. DOI: 10.35699/2237-5864.2021.26163. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistapos/article/view/26163. Acesso em: 19 dez. 2024.