A beleza do corpo obeso figurado
da invisibilidade ao enquadramento oblíquo
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-5864.2022.36148Palavras-chave:
Corpo obeso, Beleza, Cinema, Literatura, Artes visuaisResumo
A aparição do corpo obeso no cinema repercute a histórica dificuldade de seu enquadramento na cultura em geral. Para discutirmos a presença do corpo obeso em distintos planos de figuração, recorremos às análises de Giorgio Agamben sobre a reciprocidade no uso dos corpos, Marie-José Mondizan quanto à ética na mídia contemporânea e Deleuze sobre a estética fílmica. Das adaptações de dois romances – Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago, e o filme homônimo de Fernando Meirelles; Crônica da casa assassinada, de Lúcio Cardoso, e o filme A casa assassinada, de César Saraceni – chegaremos ao protagonismo do corpo obeso no filme Out of Rosenheim [Bagdad Café], para, enfim, experimentarmos o vigor da sua beleza.
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Filmes:
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Ensaio sobre a cegueira. Direção: Fernando Meirelles. Brasil/Canadá/Japão/Reino Unido/Itália: 2008, cor, 121min.
A casa assassinada. Direção: César Saraceni. Brasil: 1971, cor, 103min.
Out of Rosenheim [Bagdad Café]. Direção: Percy Adlon. EUA/Alemanha: 1987, 108min.
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