“Artífices da arte de pintar e dourar”
ensino, aprendizado e relações de trabalho na capitania de Minas Gerais – século XVIII
DOI:
https://doi.org/10.35699/2238-2046.2023.45197Palavras-chave:
Mestres e aprendizes, Oficina de pintura, Pintura de perspectiva, QuadraturaResumo
O artigo apresenta a análise do Libelo Cível envolvendo o artista português Manoel Rebelo
de Souza e seu aprendiz João Batista de Figueiredo. Pretendo, com esta publicação,
promover a reflexão sobre o ensino, o aprendizado e as relações de trabalho que cercam a prática quadraturista setecentista em Minas Gerais e no Norte de Portugal, região de origem do mestre pintor implicado no litígio. Para realizar este estudo, procurei confrontar os dados colhidos no processo judicial com documentos contemporâneos e obras acadêmicas e literárias que abordam o tema. Durante a investigação, verifiquei que as campanhas decorativas dos templos mineiros eram executadas por uma equipe, uma oficina liderada por profissionais peritos e composta por aprendizes, familiares, escravos e oficiais admitidos para a realização de inúmeras empreitadas artísticas.
Referências
ALVES, Célio Macedo. Minas Colonial: pintura e aprendizado. O caso exemplar de João Batista de
Figueiredo. Telas e Artes, Belo Horizonte, n. 15, p. 34-40, 2000.
ARAÚJO, Jeaneth Xavier de. A pintura de Manoel da Costa Ataíde no contexto da época moderna.
In: CAMPOS, Adalgisa Arantes (org.). Manoel da Costa Ataíde: aspectos históricos, estilísticos,
iconográficos e técnicos. Belo Horizonte: C/Arte, 2007, p. 31-62.
ARAÚJO, Jeaneth Xavier de. Os Artífices do Sagrado e a Arte Religiosa nas Minas Setecentistas:
Trabalho e Vida Cotidiana. São Paulo: Annablume, 2013.
ARGAN, Giulio Carlo. História da arte italiana: de Giotto a Leonardo. São Paulo: Cosac & Naify,
(v. 2).
BAZIN, Germain. História da História da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
BONNET, Marcia. Entre o Artifício e a Arte: pintores e entalhadores no Rio de Janeiro setecentista.
Rio de Janeiro: Secretaria Municipal da Cultura: Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, 2009.
BOSCHI, Caio C. O Barroco Mineiro: Artes e Trabalho. São Paulo: Brasiliense, 1988.
BRANDÃO, Angela. O Livro dos Regimentos dos Oficiais Mecânicos e os estudos arquitetônicos da
Biblioteca Nacional de Portugal: uma interpretação. VIS: Revista do Programa de Pós-graduação em
Arte da Unb, v. 15, n. 2, p. 8-21, jul.-dez. 2016.
DRUMOND, Marco Aurélio. Indumentária e Cultura Material: produção, comércio e usos na
Comarca do Rio das Velhas (1711-1750). 2008. 220 f. Dissertação (Mestrado em História) – FAFICH,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008.
ESCOREL, Silvia. Vestir poder e poder vestir: o tecido social e a trama cultural nas imagens do traje
negro (Rio de Janeiro – século XVIII). 2000. 254 f. Dissertação (Mestrado em História) – IFCS,
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2000.
GIOVANNINI, Luciana Braga. A construção de cúpulas imaginárias na capitania de Minas Gerais:
a pintura de perspectiva e a expressão de uma concepção religiosa (1725-1800). 2022. 780 f. Tese
(Doutorado em História) – FAFICH, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2022. (3
cadernos).
HAUSER, Arnold. História Social da Arte e da Literatura. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
KARASCH, Mary C. A vida dos escravos no Rio de Janeiro (1808-1850). São Paulo: Companhia das
Letras, 2000.
LEVY, Hannah. Modelos europeus na pintura colonial. Revista do SPHAN, Rio de Janeiro, n. 8, p.
-155, 1944.
MACHADO, Maria José Goulão. La puerta falsa de América: a influência artística portuguesa na
região do Rio da Prata no período colonial. 2005. 936 f. Dissertação (Doutoramento em História da
Arte). Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Coimbra, 2005. (2 volumes).
MAGNANI, Maria Claudia Almeida Orlando. José Soares de Araújo: de pintor a arquiteto, um artista
completo. In: IX COLÓQUIO LUSO-BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA ARTE. 9., 2014. Anais. Belo
Horizonte: [s.n.], 2014, p. 1-19.
MARTINS, Hudson Lucas Marques. O Mestre pintor: A trajetória de João Nepomuceno Correia e
Castro & a Arte da pintura em Minas Gerais nos séculos XVIII e XIX. 2013. 145 f. Dissertação
(Mestrado em História) – ICHL, Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, 2013.
MARTINS, Hudson Lucas Marques. Os pintores e a sua arte na Capitania de Minas Gerais, 1720 a
2017. 396 f. Tese (Doutorado em História) – PPGHIS, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro, 2017. (2 tomos).
MARTINS, Judith. Dicionário de Artistas e Artífices dos séculos XVIII e XIX em Minas Gerais. Rio
de Janeiro: IPHAN, 1974.
NORONHA SANTOS, Francisco Agenor de. Um Litígio entre marceneiros e entalhadores no Rio de
Janeiro: Autos de Execução de 1759-1761. Revista do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, Rio de Janeiro, p. 295-316, 1942.
OLIVEIRA, Myriam Andrade Ribeiro de. O Rococó Religioso no Brasil e seus antecedentes
europeus. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
PAIVA, Eduardo França. Dar nome ao novo: uma história lexical da Ibero-América entre os séculos
XVI e XVIII (as dinâmicas de mestiçagens e o mundo do trabalho). Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
PAIVA, Eduardo França. Filhos de Índios e Negros e dinâmicas de mestiçagens nas Minas Gerais do
século XVIII: entre o cativeiro e a liberdade. In: ALVEAL, Carmen.; DIAS, Thiago Alves (org.). Espaços
Coloniais: domínios, poderes e representações. São Paulo: Alameda, 2019, p. 139-170.
PEREIRA, Danielle Manoel dos Santos. A pintura ilusionista no meio-norte de Minas Gerais –
Diamantina e Serro – e São Paulo – Mogi das Cruzes (Brasil). 2012. 235f. Dissertação (Mestrado em
Artes) – IA, Universidade Estadual Paulista, São Paulo, 2012.
PEVSNER, Nikolaus. Academias de Arte: passado e presente. São Paulo: Companhia das Letras,
SILVA, Maria Beatriz Nizza da (org.). Brasil: Colonização e Escravidão. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
SENNETT, Richard. O Artífice. Rio de Janeiro: Record, 2020.
SERRÃO, Vítor. O maneirismo e o estatuto social dos pintores portugueses. Lisboa: Imprensa
Nacional: Casa da Moeda, 1983.
SERRÃO, Vítor. A pintura maneirista em Portugal. Lisboa: Biblioteca Breve, 1992.
SERRÃO, Vítor. A ANBA entre a prática das artes e o ensino artístico: um percurso acadêmico de
sucesso. In: ACADEMIA NACIONAL DE BELAS ARTES. Belas Artes da Academia: Uma coleção
desconhecida 1836-2016. Lisboa: Ministério da Cultura: Academia Nacional de Belas Artes, 2016. p.
-47.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Luciana Braga Giovannini
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado
- É responsabilidade dos autores a obtenção da permissão por escrito para usar em seus artigos materiais protegidos por lei de Direitos Autorais. A Revista PÓS não é responsável por quebras de direitos autorais feitas por seus colaboradores.