Quando o tempo se torna espaço
a canção como “máquina de suprimir o tempo”
DOI:
https://doi.org/10.35699/2238-2046.2023.45336Palavras-chave:
Interartes., Imagem, Clube da Esquina n. 2, Milton Nascimento, HibridismoResumo
Este texto se situa em interseções de campos disciplinares, especialmente dos Estudos Interartes e da Fenomenologia. Reflete sobre as vivências do tempo na música em geral e, particularmente, na canção “Clube da esquina no
. 2”, composta por Milton Nascimento, Lô Borges e Márcio Borges, na gravação de Milton Nascimento, do álbum Angelus (1993). O
percurso metodológico deste artigo se baseia principalmente, em três referências teóricas:
a aproximação entre música e mito no que tange às experiências do tempo (LÉVI-STRAUSS, 2010), o entendimento de música enquanto imagem (IAZZETTA, 2016; CAESAR, 2001) e os conceitos de espaços estriado e liso (BOULEZ, 1963). Como resultados, o artigo inscreve a canção – em suas possíveis experiências com tempos, espaços e imagens (visuais e sonoras) – na perspectiva do hibridismo da arte contemporânea.
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