A configuração da tragicidade em Bodas de Sangue
a morte encena
DOI:
https://doi.org/10.35699/2238-2046.2024.48430Palavras-chave:
Trágico, morte, teatro, LorcaResumo
O gênero trágico, dentro da dramaturgia, tem seu auge em dois momentos: na Antiguidade, com o teatro grego, e no Renascimento, especialmente com o teatro elisabetano, os quais se tornaram emblemáticos. Em que medida esse gênero se
expressaria em uma dramaturgia do século XX? A proposição deste artigo é elencar elementos de constituição da referencialidade trágica, analisando Bodas de sangue, de Garcia Lorca, com o objetivo de destacar a composição estética dessa tragédia, que se alicerça no referencial da tragédia grega (Segal, 1994) e explora as potências do texto teatral (Rosenfeld, 2000), apresentando a morte como força motriz na configuração dos personagens e linha mestra da ação dramática, destacando a correlação entre conteúdo e estrutura textual.
Referências
BERRETINI, Célia. Leonardo, ou em torno de um nome de Bodas de sangue. In: BERRETINI, Célia. O
teatro ontem e hoje. São Paulo: Perspectiva, 1980.
CANDIDO, Maria Regina; CORNELLI, Gabriele. A arte e o ofício de poeta trágico. In: LESSA, Fábio de
Sousa; SILVA, Andréia Cristina Lopez Frazão da. (orgs.). História e trabalho: entre artes e ofícios. Rio
de Janeiro: Mauad X, 2009. p. 47-58.
DE CARLI, Elisana. A imagem do corpo na tragédia antiga: uma visualidade verbal. Visualidades,
Goiânia, v. 13, n. 1, p.192-209, jan-jun 2015. Disponível em: https://doi.org/10.5216/vis.v13i1.34149.
Acesso em: 4 fev. 2023.
EAGLETON, Terry. Doce violência: a ideia do trágico. Trad. Alzira Allegro. São Paulo: Editora Unesp,
ELIAS, Norbert. A solidão dos moribundos,seguido de, “Envelhecer e morrer”. Trad. Plínio
Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
FERREIRA, Antonio Celso. Literatura: a fonte fecunda. In: PINSKY, Carla B.; LUCA, Tânia Regina de.
(orgs.). O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2015. p. 61-91.
GARCIA LORCA, Federico. Bodas de sangre. Edición de Allen Josephs y Juan Caballero. 2. ed.
Madrid: Ediciones Cátedra, 1986.
GARCIA LORCA, Federico. Bodas de sangue. Trad. Cecília Meireles. Rio de Janeiro: Agir, 1960.
GARCIA LORCA, Federico. Bodas de sangue. Trad. Antonio Mercado. São Paulo: Abril Cultural, 1977.
GARCIA LORCA, Federico. Bodas de sangue. Trad. Rubia Goldoni. São Paulo: Editora Peixoto Neto,
MACHADO, Irley. A metafísica do corpo - o corpo em sofrimento no teatro de Garcia Lorca.
ouvirOUver, v. 10, n. 1, p. 50-61, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.14393/OUV13-
v10n1a2014-3. Acesso em: 7 out. 2022.
MARTINO, Luís Mauro Sá; MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro. No caos da convivencia: ideias
práticas sobre a arte de lidar com os outros. Petrópolis: Vozes, 2020.
OLIVA, César. O teatro no século XX. Eduga:Revista Galega de Ensino, n. 28, f. 2, p. 311-332, 2000.
Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=1357435. Acesso em: 10 jan.
ROSENFELD, Anatol. A teoria dos gêneros. In: ROSENFELD, Anatol. O teatro épico. 4. ed. São Paulo:
Perspectiva, 2000. p. 15-36.
SARRAZAC, Jean-Pierre. Sete observações sobre a possibilidade de um trágico moderno – que
poderia ser um trágico (do) quotidiano. Pitágoras 500, Campinas, v. 3, n. 1, p. 3-15, 2013.
Disponível em: https://doi.org/10.20396/pita.v3i1.8634731. Acesso em: 20 jan. 2023.
SARRAZAC, Jean-Pierre. Poética do drama moderno. São Paulo: Perspectiva, 2017.
SEGAL, Charles. O ouvinte e o espectador. In: VERNANT, Jean-Pierre (org.). O homem grego. Lisboa:
Presença, 1994. p. 175-198.
SELIGMANN-SILVA, Márcio. Arte, dor, kátharsis ou variações sobre a arte de pintar o grito. Alea:
revista letras neolatinas, v. 5, n. 1, p. 29-46, jan/jun 2003.
ZANOTTO, Ilka M. Prefácio de Bodas de Sangue. In: GARCIA LORCA, Federico. Bodas de sangue.
Trad. Rubia Goldoni. São Paulo: Editora Peixoto Neto, 2004. p. 11-25.
Downloads
Publicado
Versões
- 2024-05-13 (2)
- 2024-04-01 (1)
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Elisana De Carli
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado
- É responsabilidade dos autores a obtenção da permissão por escrito para usar em seus artigos materiais protegidos por lei de Direitos Autorais. A Revista PÓS não é responsável por quebras de direitos autorais feitas por seus colaboradores.