Mulheres, vento e geo-grafia
DOI:
https://doi.org/10.35699/2238-2046.2024.48803Palavras-chave:
Terranas, Paisagem, Tecnologia da bolsa, Contracolonização, Cinemadocumentário.Resumo
Este artigo é sobre a presença de duas mulheres em dois documentários, filmados em comunidades habitadas pelo vento. O objetivo é seguir e descrever seus percursos nas imagens para pensar com (Haraway, 2023) elas sobre o cuidado na manutenção da vida contra o fim do mundo. A grafia de seus corpos na paisagem e o uso da tecnologia da bolsa convida a refletir sobre uma presença relacional (Escobar, 2014), aterrada, que reconhece os seres dos quais dependem (Latour, 2020). A conclusão é que seus modos de
vida desafiam o entendimento moderno-colonial e sua presença no cinema potencializa uma grafia contracolonial (Bispo dos Santos, 2023), uma geo-grafia (Porto Gonçalves, 2002) feita de intrincados entrelaçamentos de vidas que coabitam os lugares.
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