Apreciação crítico-pedagógica da obra “Assentamento”, de Rosana Paulino
o corpo da mulher negra em perspectiva
DOI:
https://doi.org/10.35699/2238-2046.2025.54767Palavras-chave:
anacronismo, corpo e sociedade, pedagogia estética, crítica da arte, Rosana PaulinoResumo
O artigo tem como objetivo analisar criticamente a série “Assentamento” de Rosana Paulino, sob a perspectiva do corpo da mulher negra. Utiliza-se uma metodologia qualitativa que envolve a análise crítica detalhada da obra, com foco na desconstrução de representações históricas de violência contra corpos negros. O estudo investiga como “Assentamento” subverte esses relatos, promovendo discussões sobre racismo, identidade e temporalidade. Além disso, relaciona a obra a debates contemporâneos como os estudos decoloniais e a teoria crítica da raça. Conclui-se que essa abordagem pedagógica crítica capacita os estudantes para uma fruição crítica e transformadora das artes visuais, enriquecendo o currículo educacional ao integrar arte, poder e resistência.
Downloads
Referências
ANZALDÚA, Gloria. Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo. Estudos Feministas, v. 8, n. 1, p. 229-236, 2000. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/9880. Acesso em: 23 set. 2024.
BENJAMIN, Walter. Œuvres I. Traduzido do alemão por Maurice de Gandillac, Rainer Rochlitz e Pierre Rush. Paris: Gallimard, 2000.
BOAHEN, Albert Adu (org.). História geral da África, VII: África sob dominação colonial, 1880-1935. 2. ed. rev. Brasília: Unesco, 2010.
BUTLER, Judith. La vie psychique du pouvoir: L’assujettissement en théories. Tradução de Brice Matthieussent. Paris: Amsterdam, 2022.
CARDOSO, Lourenço. A branquitude acadêmica, a invisibilização da produção científica negra, a autoproteção branca, o pesquisador branco e o objetivo-fim. Educação, v. 47, n. 1, p. e72/1-24, 2022. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/62742. Acesso em: 17 ago. 2025.
CARNEIRO, Sueli. Dispositivo de racialidade: a construção do outro como não-ser como fundamento do ser. Rio de Janeiro: Zahar, 2023.
COLLINS, Patricia Hill; BILGE, Sirma. Interseccionalidade. Tradução de Rane Souza. São Paulo: Boitempo, 2021.
CRENSHAW, Kimberlé. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Estudos Feministas, v. 10, n. 1, p. 171-188, jun. 2002. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2002000100011&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 23 set. 2024.
CUNHA, Eneida Leal. Corpo, afeto, rasura: apropriações da adversidade. Revista Z Cultural, v. 1, p. 3, 2021. Disponível em: https://revistazcultural.pacc.ufrj.br/corpo-afeto-rasura-apropriacoes-da-adversidade/. Acesso em: 23 set. 2024.
DEUS, Zélia Amador de. Espaços africanizados do Brasil: algumas referências de resistência, sobrevivências e reinvenções. Tempo – Técnica – Território, v. 3, n. 2, 2016.
DIBONDO, Douce. La charge raciale : Vertige d’un silence écrasant. Paris: Fayard, 2024.
DIDI-HUBERMAN, Georges. Que emoção! Que emoção? São Paulo: Editora 34, 2016.
DIDI-HUBERMAN, Georges. Diante do tempo: história da arte e anacronismo das imagens. Tradução de Vera Casa Nova e Márcia Arbex. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2017.
FANON, Frantz. Peau noire, masques blancs. Paris: Seuil, 1952.
FLEURI, Reinaldo Matias. Intercultura e educação. Revista Brasileira de Educação, n. 23, p. 16-35, 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbedu/a/SvJ7yB6GvRhMgcZQW7WDHsx/?format=pdf. Acesso em: 23 set. 2024.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GERALDO, Sheila Cabo. A história da arte, a memória, o trauma. In: XXXVII COLÓQUIO DO COMITÊ BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA ARTE, 37., 2017, Salvador. Anais […]: História da Arte em Transe. Salvador: Comitê Brasileiro de História da Arte, 2018. v. 1, p. 65-75.
HITA, Maria Gabriela (org.). Raça, racismo e genética em debates científicos e controvérsias sociais. Salvador: EDUFBA, 2017.
hooks, bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. Tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2021.
LARBONE, Ana Amélia de Paula. Branquitude, colonialismo e poder: a produção do conhecimento acadêmico no contexto brasileiro. In: MÜLLER, Tânia Mara Pedroso; CARDOSO, Lourenço (org.). Branquitude: estudos sobre a identidade branca no Brasil. Curitiba: Appris, 2017. p. 91-105.
LEITE, Maria Isabel; REDDIG, Amalhene Baesso. O lugar da infância nos museus. MUSAS: Revista Brasileira de Museus e Museologia, n. 3, p. 32-41, 2007. Disponível em: https://www.museus.gov.br/wp-content/uploads/2011/01/Musas3.pdf. Acesso em: 22 set. 2024.
MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
NASCIMENTO, Beatriz. Uma história feita por mãos negras: relações raciais, quilombos e movimentos. Organização de Alex Ratts. Rio de Janeiro: Zahar. 2021.
NOCHLIN, Linda. Porque não houve grandes mulheres artistas? In: AYERBE, Julia (ed.). Tradução de Juliana Vacaro. 2. ed. rev. São Paulo: Edições Aurora, 2016. Disponível em: http://www.edicoesaurora.com/ensaios/Ensaio6.pdf. Acesso em: 8 ago. 2024.
NOGUERA, Renato. Denegrindo a educação: um ensaio filosófico para uma pedagogia da pluriversalidade. Revista Sul-Americana de Filosofia e Educação, n. 18, p. 62-73, out. 2012. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/resafe/article/view/4523. Acesso em: 23 ago. 2024.
ORTEGA, Anna. “Somos muito ingênuos em relação ao poder da imagen”, afirma Rosana Paulina. UFRGS Jornal da Universidade, 24 jun. 2021. Disponível em: https://www.ufrgs.br/jornal/somos-muito-ingenuos-em-relacao-ao-poder-da-imagem-afirma-rosana-paulino/. Acesso em: 17 ago. 2025.
OYĚWÙMÍ, Oyèrónkẹ. A invenção das mulheres: construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero. Tradução de Wanderson Flor do Nascimento. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021.
PANOFSKY, Erwin. Significado nas artes visuais. São Paulo: Perspectiva, 2009.
PINTO, Tânia Regina. Rosana Paulino e a arte de humanizar mulheres negras. Primeiros Negros, 24 abr. 2024. Disponível em: https://primeirosnegros.com/rosana-paulino-e-a-arte-de-humanizar-mulheres-negras/. Acesso em: 17 ago. 2025.
QUIJANO, Aníbal. “Raza”, “Etnia”, “Nación”, cuestiones abiertas. In: FORGUES, Roland. (éd.). José Carlos Mariategui y Europa: El otro aspecto del descubrimiento. Lima: Amauta, 1992.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidad del poder y clasificación social. Trayectorias, v. 4, n. 7/8, p. 58-89, 2001. Disponível em: https://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/se/20140506032333/eje1-7.pdf. Acesso em: 23 set. 2024.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. In: LANDER, Edgardo (éd.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: Clacso, 2005. p. 201-246.
QUIJANO, Aníbal. Questioning ‘Race’. Socialism and Democracy, v. 21, n. 1, p. 45-53, 2007. Disponível em: https://doi.org/10.1215/9781478059356-005. Acesso em: 17 ago. 2025.
QUIJANO, Aníbal. Cuestiones y horizontes: de la dependencia histórico-estructural a la colonialidad/descolonialidad del poder. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: CLACSO; Lima: UNMSM, 2020. p. 839-859. Disponível em: https://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/bitstream/CLACSO/15657/1/Antologia-esencial-Anibal-Quijano.pdf. Acesso em: 17 ago. 2025.
QUIJANO, Aníbal; WALLERSTEIN, Immanuel. Americanity as a Concept or the Americas in the Modern World System. International Journal of Social Sciences, n. 134. Paris: Unesco, 1992.
RAMOSE, Magobe. African Philosophy Through Ubuntu. Harare: Mond Books, 1999.
RAMOSE, Magobe. Globalização e Ubuntu. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010. p. 175-220.
RAMOSE, Magobe. Sobre a legitimidade e o estudo da filosofia africana. Tradução de Dirce Eleonora Nigo Solis, Rafael Medina Lopes e Roberta Ribeiro Cassiano. Ensaios Filosóficos, v. 4, p. 6-23, out. 2011.
REINA, Andrei. Rosana Paulino e a sutura da arte no tecido social brasileiro. Bravo!, 7 dez. 2018. Disponível em: https://medium.com/revista-bravo/rosana-paulino-e-a-sutura-da-arte-no-tecido-social-brasileiro-9bdb7f744b4e. Acesso em: 17 ago. 2025.
ROSANA PAULINO [site]. 2024. Disponível em: https://www.rosanapaulino.com.br. Acesso em ago. 2024.
SEGATO, Rita. Crítica da colonialidade em oito ensaios: uma antropologia por demanda. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021.
TEIXEIRA, Marina Dias. Ser artista negra: o olhar de Rosana Paulino sobre passado, presente e futuro. SP-Arte, São Paulo, 18 nov. 2019. Disponível em: https://www.sp-arte.com/editorial/ser-artista-negra-o-olhar-de-rosana-paulino-sobre-passado-presente-e-futuro/. Acesso em ago. 2024.
TONIAL, Felipe Augusto Leques; MAHEIRIE, Kátia; GARCIA Jr., Carlos Alberto Severo. A resistência à colonialidade: definições e fronteiras. Revista de Psicologia da UNESP, v. 16, n. 1, p. 18-26, jun. 2017. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-90442017000100002&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 19 dez. 2024.
VERGÈS, Françoisa. Françoise Vergès: “o museu ocidental se baseia numa narrativa de desapropriação”. [Entrevista concedida a] Sandra Cureau. Museu Contemporâneo, 22 set. 2020. Disponível em: https://museucontemporaneo.com.br/francoise-verges-o-museu-ocidental-se-baseia-numa-narrativa-de-desapropriacao/. Acesso em: 17 ago. 2025.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Camila Cunha, Márcia Almeida

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado
- É responsabilidade dos autores a obtenção da permissão por escrito para usar em seus artigos materiais protegidos por lei de Direitos Autorais. A Revista PÓS não é responsável por quebras de direitos autorais feitas por seus colaboradores.







