Experiência do tempo: reflexões acerca da temporalidade histórica na escrita ensaística de Bertrand Russell
Resumo
Desde que se François Hartog, em sua obra Regimes de historicidade, expressou suas análises sobre experiências do tempo, muito se desenvolveu nas discussões acerca dos limites e possibilidades desse modelo de interpretação histórica. Tendo isso em vista, o que proponho neste artigo é acrescentar a reflexão acerca do papel da construção de identidade nas experimentações dos períodos. Para tanto, utilizar-me-ei do caso dos ensaios do filósofo inglês Bertrand Russell, encontrados na coletânea Retratos da memória & outros ensaios, afim de demonstrar como o tempo histórico está profundamente relacionado com um tempo subjetivo, ordenado narrativamente. Nesse sentido, as reflexões aqui presentes serão divididas em três momentos: (1) a breve explicitação do período de crise histórica referente à Guerra Fria, (2) como este contexto de tensão é utilizado como construtor da identidade de Russell e, por fim, (3) a relação entre a escrita ensaística, seu aspecto narrativo, e a elaboração da temporalidade humana. Concluindo, assim, a indissociação dos sujeitos e seus contextos nas experiências do tempo.
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