As cartas do “doutor”

a influência do discurso médico-científico no engendramento de comportamentos sociais.

Autores

  • Gabriel Afonso Vieira Chagas Universidade Federal de Minas Gerais

Resumo

Abordar a relação das pesquisas médico-científicas com o comportamento da sociedade
nunca foi tema mais atual. O presente artigo presta-se a debruçar sobre a influência que o discurso
médico-científico exerceu sobre as decisões matrimoniais de vários grupos familiares que permitem
debater na larga escala o abandono da estratégia de casamentos consanguíneos em prol de
casamentos extrafamiliares a fim de se precaver da geração de prole que herde doenças
geneticamente potencializadas pelo casamento consanguíneo de seus progenitores. A relação entre
sociedade e ciência em momento tão contemporâneo é resultado da construção que essa relação
passou ao longo de um século e meio e, a mudança das práticas sociais de casamento, resultadas dos
enunciados emanados pelas pesquisas médico-científicas é o melhor campo para se analisar o lugar
do discurso médico no engendramento dos comportamentos sociais. Cabe lembrar que as relações
conjugais estão no mais íntimo dos lares de qualquer sociedade, e é necessária uma grande
incorporação desse discurso para que a sociedade modele seu comportamento nesse lugar de acordo
com os predicados médico-científicos.

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Biografia do Autor

Gabriel Afonso Vieira Chagas, Universidade Federal de Minas Gerais

Mestrando da Linha de Pesquisa História Social da Cultura na Universidade Federal de Minas Gerais é graduado em História pela mesma Universidade (UFMG) nas modalidades Licenciatura (2014) e Bacharelado (2015). Pesquisa história de Minas Colonial, com ênfase em história da família, das elites e dos casamentos endogâmicos. Foi bolsista de Iniciação Científica pelo CNPQ e participa do grupo de pesquisa População e Economia de Minas Gerais. Também tem interesse por pesquisas na área de ensino de história, tendo desenvolvido projeto de extensão na área. Possui bom conhecimento de paleografia, tendo participado como ouvinte e coordenador da Oficina de Paleografia da UFMG desde março de 2012 à setembro de 2015.

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Publicado

2020-09-30