Entre o dito e o não dito: a participação feminina paraguaia durante a Guerra do Paraguai
Resumo
Pretende-se investigar e analisar a composição iconográfica da obra Batalha de Campo Grande (1871), colocando em foco o processo de “Outridade”: a constituição da identidade nacional brasileira, bem como a construção do “outro” paraguaio. Considerando a representação feita pelo reconhecido pintor brasileiro Pedro Américo, construída unicamente com figuras masculinas, tanto nas forças paraguaias quanto brasileiras, inquieta-nos a ausência das mulheres paraguaias na pintura. Em contraposição à ausência no quadro, as mulheres paraguaias eram maioria da população do país antes, durante e depois da guerra. Buscamos compreender de que forma a categoria de gênero se fez presente na construção do “outro” e, assim, da própria constituição de um projeto de identidade brasileira. Desse modo, para nossa análise também utilizamos periódicos brasileiros contemporâneos à guerra (1864-1870), buscando contrapor as narrativas construídas sobre as mulheres paraguaias e sua participação no confronto militar.
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