Políticas de corporalidade e autonomismo nas experiências de militância da Comisión por el Derecho al Aborto (1988-2007)

Autores

Resumo

 Este trabalho objetiva analisar as estratégias e formulações teórico-políticas desenvolvidas pela Comisión por el Derecho al Aborto (1988-2007, Argentina), organização feminista que articulou a Campaña Nacional por el Aborto Legal, Seguro y Gratuito (2005-atual). Para tanto, analisam-se os 16 volumes do boletim Nuevos Aportes, publicado pelo coletivo no período, priorizando, metodologicamente, suas dimensões de materialidade cultural e de circulação. Em diálogo com o feminismo pós-estruturalista (Butler, 2003; 2018; 2019) e a crítica da colonialidade neoliberal latino-americana (Brown, 2018; Gago, 2015; Segato, 2016), identifica-se a consolidação de um projeto de crescente radicalidade, manifestada pela recusa do fenômeno de onguização; afirmação subversiva do aborto enquanto potência corporal; e formação de alianças intersetoriais. Propõe-se, a partir do dessilenciamento prático do aborto e da auto-elaboração histórica denotada por seu Archivo Feminista, que essas militâncias fraturam a totalidade de escritas históricas e dos sistemas de subjetivação normativa a ela conectados (Haraway, 1995; Scott, 2007).

Biografia do Autor

  • Rafaela Zimkovicz, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

    Estudante de graduação em História (Licenciatura) pela Universidade Federal do Paraná e bolsista de Iniciação Científica (PIBIC/UFPR Tesouro Nacional). Realiza pesquisa sobre os movimentos contemporâneos queer e de feminismo autonomista na América Latina sob orientação da Profª. Drª. Priscila Piazentini Vieira (DEHIS-UFPR). Tem interesse pelos temas de gênero e sexualidade, teoria feminista e história contemporânea. 

Downloads

Publicado

2024-03-12