Modernidade desiludida
tempos, raça e memória, questões a partir de “Recordações do Escrivão Isaías Caminha” (1909), de Lima Barreto
Resumo
Em 2022 se comemorou o centenário de morte do escritor carioca Lima Barreto (1881 – 1922), da Semana de Arte Moderna (1922) e do Bicentenário da Independência do Brasil (1822), constituindo três momentos-chave para a história e memória literária, cultural e política do país. Muitas páginas e canetas foram gastas em trabalhos diversos sobre a obra de Lima Barreto. No entanto, o presente artigo busca levantar e elaborar questões relativas à experiência do tempo do negro na modernidade brasileira, tendo como eixo o romance inicial do autor, isto é, o “Recordações do Escrivão Isaías Caminha” (1909). Para refletir sobre a experiência do tempo, proponho pensar em formas de temporalização do tempo (HARTOG, 2019) e formas de temporalização da raça (um conceito que está em desenvolvimento), analisando a Primeira República e, tomando de empréstimo, aspectos da trajetória do escritor. Por fim, busca-se pensar a relação entre tempos, raça, memória e modernidade através do diálogo entre historiografia e literatura.
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