A biografia e a escrita de si
os usos políticos de um relato de viagem no Oitocentos
Resumo
Neste artigo analiso as relações entre o relato de viagem, os indícios de uma escrita de si e os usos políticos desse tipo de registro, por meio da obra Viagem de Cuiabá ao Rio de Janeiro, pelo Paraguay, Corrientes, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, de 1847, de Henrique Beaurepaire Rohan. O objetivo deste trabalho é narrar a volta do engenheiro militar para o Rio de Janeiro, em 1846, após dois anos servindo na província do Mato Grosso. A memória é marcada pela descrição das paisagens, dos aspectos sociais, culturais e políticos do Paraguai e configura-se como um primeiro exercício de escrita corográfica do engenheiro, gênero comum entre os militares do Império. Além da descrição pretensamente objetiva, o texto carrega intenções veladas e marcas pessoais que apontam para a construção de uma “escrita de si” (GOMES, 2004) e de uma “imagem para os outros” (POLLAK, 1992), que o autor construía possivelmente em busca de reconhecimento político e intelectual, principalmente no campo socioprofissional no qual atuava.
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