“Formar, Cultivar e Disciplinar”: a Ospb e os interesses político-econômicos da ditadura empresarial militar brasileira no Ensino Médio nas décadas de 1960 e 1970

Resumo

Este artigo caracteriza o modelo educacional tecnicista brasileiro durante a Ditadura civil-empresarial-militar, com foco nas décadas de 1960 e 1970. Analisa os impactos sociais, políticos e econômicos das reformas educacionais, destacando a disciplina de Organização Social e Política Brasileira (OSPB). Discute o conceito de “ditadura empresarial-militar” e seus usos pela historiografia, a partir das investigações de René Dreifuss, descrevendo o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) e seu papel no Golpe de 1964. Baseado em Dermeval Saviani, aborda os projetos educacionais em disputa no período – escolanovismo e tecnicismo – e como o tecnicismo se legitimou durante o regime militar. Esse modelo educacional atendia aos interesses político-econômicos da elite empresarial-militar, sem contribuir para a formação crítico-reflexiva da população, especialmente da classe trabalhadora. A análise inclui legislação educacional pós-1964 e o livro didático de Victor Mussumeci (1975). A Ditadura contou com o apoio das forças armadas e empresários, sendo o IPES fundamental no “golpe”, influenciando a política, mídia e educação.