“A arte de partejar”: o projeto para uma Escola Normal de Arte Obstetrícia no Império do Brasil

Autores

  • Rogéria Cristina Alves Universidade Federal de Minas Gerais
  • Harley Francisco de Assis UNINTER

Palavras-chave:

Parteiras, História da Saúde, Século XIX.

Resumo

Uma carta que apresentava um projeto de funcionamento para uma Escola Normal de Arte Obstetrícia no Brasil, esse é o teor do documento apresentado. O autor, o médico Florêncio Estanislão Le Masson, elaborou e enviou uma carta, na qual expunha seus objetivos à Câmara Municipal da cidade de Mariana, no ano de 1833 - com vistas a angariar fundos para a empreitada. O documento retrata bem o cenário médico brasileiro na primeira metade do século XIX: a busca pela institucionalização das práticas médicas e o banimento dos rituais cotidianos considerados obsoletos e inapropriados. No âmbito da historiografia das ciências médicas, o documento revela parte importante da trajetória da “arte obstétrica” – nome dado à prática do parto e aos cuidados ligados a esse evento, após sua incorporação pela medicina. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rogéria Cristina Alves, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutoranda em História Social da Cultura pelo programa de pós-graduação em História, da Universidade Federal de Minas Gerais.Mestre em História Social da Cultura (2011). Especialista em Inspeção Escolar pelo Centro Universitário UNINTER (2014).Graduada em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (2009). Possui experiência no ensino de história,em diferentes níveis: ensino fundamental, médio e superior. Atualmente é professora supervisora de estágio, no curso de Pedagogia, na Universidade Aberta do Brasil, UAB, pelo Centro de Educação a Distância da Universidade Federal de Ouro Preto (CEAD/UFOP), no polo de Lagoa Santa (MG). Trabalhou com a conservação e digitalização de documentos históricos do século XVIII. Possui experiência na leitura paleográfica de manuscritos dos séculos XVIII e XIX . Atualmente pesquisa a circulação dos marfins africanos no mundo Português e integra o projeto de pesquisa "A circulação de marfim entre Portugal, Guiné, Angola e Minas (1700-1800)", coordenado pela Professora Doutora Vanicléia Silva Santos (UFMG). É servidora na Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, onde é analista educacional (2013 - Atual) e desempenha suas funções na Superintendência de Modalidades e Temáticas Especiais de Ensino, atuando especialmente com a temática da educação escolar quilombola e a educação para as relações étnico-raciais. É integrante da equipe gestora dos Núcleos de Pesquisa e Estudos Africanos, Afro-brasileiros e da Diáspora (NUPEAAs) - Projeto Ubuntu na SEE/MG;Participa do grupo de estudos sobre os marfins africanos - Departamento de História/UFMG.

Harley Francisco de Assis, UNINTER

Possui pós graduação em enfermagem do trabalho pelo Centro Universitário Uninter (2013). Tem experiência na área de enfermagem, com ênfase em enfermagem cirúrgica de urgência e emergência e psiquiatria.Também realiza atendimento de enfermagem domiciliar - home care. Trabalha na atenção básica, atende à mulheres vítimas de violência, de diversas naturezas. Possui experiência como professor do ensino médio na área de ciências exatas (química). Atualmente cursa disciplina isolada;Bases Teórico Metodológicas e Práticas da Atenção Integral à Saúde da Mulher em Situação de Violência do Mestrado Profissional de Promoção de Saúde e Prevenção da Violência e disciplina a distância: Atenção Integral à Saúde da Mulher em Situação de Violência EAD da Faculdade de Medicina da UFMG.

Referências

BARRETO, Maria Renilda Nery. Assistência ao nascimento na Bahia oitocentista. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.15, n.4, out.-dez. 2008. P.901-925.

BRASIL. Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. Comissão de Legislação Participativa. Parteiras tradicionais: mães da pátria. — Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2008.
BRENES, Anayansi C. A arte da parturição no Brasil, século XIX. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1991000200002 Acesso em 25 de novembro de 2014.

DEL PRIORE, Mary. Ao sul do corpo: Condição feminina, maternidades e mentalidades no Brasil Colônia. Rio de Janeiro: José Olympo, 1993.

_____. Magia e Medicina na colônia: o corpo feminino. In: História das Mulheres no Brasil. DEL PRIORE, Mary (org.) & BASSANESSI, Carla (org. de textos). 8ª Edição. São Paulo: Contexto, 2006. P.79.

FURTADO, Júnia F. (Org.). FERREIRA, Luís G. Erário Mineral. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, Centro de Estudos Históricos e Culturais. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 2002. P. 336.

MILLES, A. Women, Health and Medicine. Philadelphia: Open University Press, Milton Keynes, 1991.

MONTAGNER, Miguel Ângelo. Sociologia da saúde ou medicina social? Um escorço comparativo entre França e Brasil. Revista On Line Saúde e Sociedade. São Paulo, 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902008000200018. Acesso em 26 de Nov. 2015.
MOTT, Maria Lúcia. Dossiê Parto. Revista de Estudos Feministas. Volume 10, nº 002. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. 2002. P. 399 a 401.

MOTT, Maria Lúcia. Partos, Parteiras e Parturientes: Mme. Durocher e sua época. Tese (Doutorado em História Social) Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. São Paulo, 1998.
NAGAHANA, Elizabeth E. I. & SANTIAGO, Silvia Maria. A institucionalização médica do parto no Brasil. Ciência e Saúde Coletiva. Revista Ciência e Saúde Coletiva, 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232005000300021&script=sci_abstract&tlng=pt Acesso em 20 de julho de2015.

RIESCO, Maria Luiza G. & TSUNECHIRO, Maria Alice. Formação profissional de obstetrizes e enfermeiras obstétricas: Velhos problemas ou novas possibilidades? Revista Estudos Feministas. Volume 10, nº 002. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. 2002. P. 449 a 459.

VIEIRA, E. M. A medicalização do corpo feminino. P. 67-78. In: GI FFIN, K. &COSTA, S.H. Questões da saúde reprodutiva. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1999.

Downloads

Publicado

2017-01-31