Africanos libertos em tempos de escravismo: um pouco mais sobre a precariedade da liberdade no Brasil oitocentista
Palavras-chave:
Escravidão, Libertos, Redes sociaisResumo
No Brasil tem crescido o interesse por pesquisas sobre trajetóriais individuais e a formação de redes sociais, as quais tem enriquecido as reflexões sobre estratégias de agentes históricos nos mais diversos estratos que marcaram as sociedades do passado brasileiro. Influenciado por recentes estudos que postularam teses sobre a precariedade da liberdade no Brasil oitocentista, este artigo analisa a trajetória de africanas egressas do cativeiro numa região que foi grande receptora de indivíduos oriundos do tráfico transatlântico de escravos. A reconstrução de suas relações de compadrio e as suas estruturas familiares possibilitou enxergar a força da escravidão nas sociabilidades forjadas, a qual, diga-se, pôs à prova, cotidianamente, a condição de liberdade, o que exigiu estratégias que demarcassem o lugar social destes indivíduos libertos. Por fim, a microanálise permitiu enxergar africanos libertos como agentes históricos que ultrapassaram os limites das hierarquias vigentes, construindo laços sociais que não se enquadraram pelas estruturas sociais do mundo dos senhoes de escravos.
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