Reflexões sobre escritas e trajetórias da História das Ciências no Brasil nos séculos XIX ao XXI

Autores

  • Alexander Lima Reis Bacharel em história, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Pesquisador colaborador no Programa de Capacitação Institucional (PCI) do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST). Rio de Janeiro – RJ. Brasil. https://orcid.org/0000-0002-1793-8711
  • Millena Souza Farias Mestre em História pelo Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal Fluminense (PPGH-UFF). Atualmente, é Pesquisadora Colaboradora do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST - MCTIC). https://orcid.org/0000-0002-8087-0094

Palavras-chave:

História da ciência, escrita da ciência, historiografia da ciência

Resumo

Este artigo tem por objetivo realizar um balanço de algumas modalidades de escrita da história das ciências no Brasil. Num primeiro momento, o texto apresenta um panorama da historiografia e dos estudos que abordaram o tema de história das ciências entre décadas de 1950 e 1980. Em seguida, recua-se ao século XIX e início do XX, para fazer uma reflexão sobre o lugar de escrita da história das ciências em periódicos, livros comemorativos, verbetes biográficos e necrológios. Por último, procura-se apresentar as novas temáticas e elencar as publicações recentes que contribuíram para a renovação da escrita e reconfiguração de objetos, temas e agentes. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Referências Bibliográficas

Livros, artigos e teses

ALMEIDA, Marta. Da Cordilheira dos Andes a Isla de Cuba, passando pelo Brasil: os congressos médicos latino americanos e brasileiros (1888-1929). Tese (Doutorado em História Social) USP, 2004.
________. Turismo científico e vivências culturais no Rio de Janeiro e em Lima no início do século XX. In: X Encontro Internacional da ANPHLAC - Associação Nacional de Pesquisadores e Professores de História das Américas, 2012, São Paulo. Anais do X Encontro Internacional da ANPHLAC, 2012.
ANDRADE, Ana Maria Ribeiro de. Físicos, Mésons e Política: a Dinâmica da Ciência na Sociedade. 1. ed. São Paulo: HUCITEC / MAST - CNPq, 1999.
AZEVEDO, Fernando de. As ciências no Brasil. 2 Volumes. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2ª. Ed., 1994. (1ªa Ed. 1955-56).
BARRETO, Luiz Muniz. Observatório Nacional: 160 anos de história (1827-1987). Rio de Janeiro: Observatório nacional / Academia Brasileira de Ciências, 1987.
BEDIAGA, Begonha. “Conciliar o útil ao agradável e fazer ciência: Jardim Botânico do Rio de Janeiro – 1808 a 1860”. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, vol.14, n.4, pp. 1131-1157, 2007.
BENCHIMOL, Jaime Larry. Dos micróbios aos mosquitos. Febre amarela e a revolução pasteuriana no Brasil. RIO DE JANEIRO: Ed. Fiocruz/Ed. UFRJ, 1999.
________. O Brasil e a medicina tropical dos anos 1880 até a Primeira Guerra Mundial In: Isabel Maria Amaral, Ana Carneiro, Teresa Salomé Mota, Victor M. Borges, José L. Doria. (Org.). Percursos da Saúde Pública nos séculos XIX e XX? a propósito de Ricardo Jorge. Lisboa: Editora Celom / Fundação para a Ciência e Tecnologia, 2010, v., p. 119-134.
CAMENIETZKI, Carlos Ziller. O Cometa, o Pregador e o Cientista. Antonio Vieira e Valentin Stansel observam o céu da Bahia no século XVII. Revista da Sociedade Brasileira de História da Ciência , Rio de Janeiro, v. 14, p. 37-52, 1995.
________. Ecos do escândalo. Os peregrinos do padre Alexandre de Gusmão em Portugal do século XVII. Sigila (Paris) , v. 33, p. 87-98, 2014.
CARVALHO, José Murilo de. A Escola de Minas de Ouro Preto: o peso da glória. São Paulo: Cia. Ed. Nacional; Rio de Janeiro: Finep, 1978.
CHAGAS, Carlos Ribeiro Justiniano das. “Oswaldo Cruz”. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, 8(2): I-IX. Julho de 1917. [Disponível em: http://memorias-old.ioc.fiocruz.br/pdf/Tomo08/tomo08(f2)_I-IX.pdf, acessado em 20/04/2018]
________. “Traços de Oswaldo Cruz”. Mem. Inst. Oswaldo Cruz; 15(1):5-57, 1922.
________. “Descoberta do Tripanozoma cruzi e verificacäo da tripanozomiase americana: retrospecto historico”. Mem. Inst. Oswaldo Cruz; 15(1):67-76, 1922.
COSTA, Kássia Pereira da. A arte de Marianne North: Entre tempos e histórias do século XIX. (Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação de História da UNIRIO). Orientadora: Heloisa Gesteira. Rio de Janeiro: UNIRIO, 2015. 119 f.
D'AMBROSIO, Ubiratan. Joaquim Gomes de Souza, o 'Souzinha' (1829 -1864). In: Martins, R. A.; Martins L. A. C.; Silva, C. C.; Ferreira, J. M. H. (eds.). Filosofia e história da ciência no Cone Sul. 3 encontro Campinas: AFHIC, 2004.
DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Aspectos da ilustração no Brasil. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - RIHGB. Vol. 278. jan - mar. 1968. pp. 105-170.
DOMINGUES, Heloisa Maria Bertol. “Ciência, um caso de política: as relações entre as ciências naturais e a agricultura no Brasil Império”. Resgate – Revista Interdisciplinar de Cultura. V. 6, n. 7, p. 121-126, 1997.
________. A ideia de progresso no processo de institucionalização nacional das ciências no Brasil: a Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional. in: Asclepio, Vol. XLVIIl-2-1996. pp. 149-162.
EDLER, Flavio. C. “Saber médico e poder profissional: do contexto luso-brasileiro ao Brasil Imperial”. In: PONTE, Carlos Fideles; FALLEIROS, Ialê. (Org.). Na corda bamba de sombrinha: a saúde no fio da história. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2010.
FERRI, Mario. G.; MOTOYAMA, Shozo. História das ciências no Brasil, 3.vol. São Paulo: EDUSP, 1979-80.
FIGUEIRÔA, Silvia. Mundialização da ciência e respostas locais: sobre a institucionalização das ciências naturais no Brasil. Asclepio, vol 1-2, 1998.
FLECK, Eliane Cristina Deckmann; JOAQUIM, M. A. Sobre os 'hijos del Paraguay' e as 'personas naturales inteligentes': uma análise dos relatos sobre saberes e práticas tradicionais indígenas no Paraguay Natural Ilustrado, de José Sánchez Labrador SJ. (1771-1776). Memoria Americana - Cuadernos de Etnohistória , v. 25, p. 29-46, 2017.
GAMA, Ruy (ORG). História da Técnica e da Tecnologia. São Paulo: Edusp, 1985.
GAMA, Ruy. A tecnologia e o trabalho na História. São Paulo: Nobel/Edusp, 1987.
GESTEIRA, Heloisa M. “Instrumentos matemáticos e a construção do território: a missão de Diogo Soares e Domingos Capassi ao Brasil (1720-1750)”. In: KURY e GESTEIRA (orgs). Ensaios de história das ciências no Brasil: das Luzes à nação independente. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2012.
________. O Quarto de Círculo MAST 1993 0111: Representações e deslocamentos de um artefato. In: BARBOZA, Christina Helena da Motta. Histórias de ciência e tecnologia no Brasil. Rio de Janeiro: Museu de Astronomia e Ciências Afins, 2016. (MAST: 30 anos de pesquisa, v.3).
HEIZER, A. L. . O Tratado, o astrônomo , o instrumento. Revista Brasileira de História da Ciência, v. 1, p. 167-177, 2008.
________. João Barbosa Rodrigues. Um naturalista entre o Império e a República. Revista Brasileira de História da Ciência, v. 5, p. 89-100-96, 2012.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Caminhos e Fronteiras. 3ª Ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. (1ª Ed. RJ: José Olympio, 1956).
JUNGHANS, Miriam. Emilia Snethlage (1868–1929): uma naturalista alemã na Amazônia. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.15, supl., p.243-255, jun. 2008.
KURY, Lorelai. “O naturalista Veloso”. Revista História. São Paulo: n. 172, p. 243-277, Junho 2015.
________. A filosofia das viagens: Vandelli e a história natural. O gabinete de curiosidades de Domenico Vandelli. Rio de Janeiro: Dantes, 2008, p. 73-82.
________. “Descrever a pátria, difundir o saber”. KURY, L. (org.). In: Iluminismo e império no Brasil: o Patriota (1813 – 1814). Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2007.
LIMA, Flavia Pedroza. Observações e descrições astronômicas de indígenas brasileiros. A visão dos missionários, colonizadores, viajantes e naturalistas. Dissertação (Mestrado em Ciências) – COPPE,Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 2004. [Apresentação em Revista Brasileira de História da Ciência, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, p. 175-177, jul./dez. 2004]
LOPES, Maria Margaret. Latin American Museums: comparative studies and links. Scientific Instruments and Museums. 1ª ed. Turnhout: Brepols Publishers, 2002, v. XVI, p. 221-236.
________. O Brasil descobre a pesquisa científica: os museus e as ciências naturais no século XIX. São Paulo: Hucitec, 1997.
MACEDO, Joaquim Manuel de, 1820-1882. Necrológio de frei Custódio Alves Serrão. Rio de Janeiro : RIHGB. T. 36, pt. 2, v. 47, p. 625-639, 1873.
MARINHO, Pedro. Companhia Estrada de Ferro D. Pedro II: a grande escola prática da nascente Engenharia Civil no Brasil oitocentista. Topoi (Online) v. 16, p. 203-233, 2015.
MARINHO, Pedro (ORG). Dossiê temático 'Engenharia e Política. Revista Brasileira de História da Ciência. 1. ed. Rio de Janeiro: SBHC, 2010. v. 3. 259p
MIGNOLO, Walter. Os esplendores e as misérias da ‘ciência’: colonialidade, geopolítica do conhecimento e pluri-versalidade epistêmica. In: Santos, Boaventura S. (org) Conhecimento prudente para uma vida decente. São Paulo: Ed. Cortez, 2004.
MOREIRA, Ildeu de C. A Terra Gira! 1851: A primeira experiência com o pêndulo de Foucault no Brasil. Notas da História da Física no Brasil. Física na Escola, v. 2, n. 1, 2001.
MOTTA, Ivania Pocinho. Viajantes britânicas na América do Sul: gênero e cultura imperial (1868-1892). 2015. Tese (Doutorado em História Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-03082016-150350/>. Acesso em: 2018-04-30.
MOTOYAMA, S. "História da ciência no Brasil. Apontamentos para uma análise crítica", Quipu, México, vol. 5, n.2, 1988, p. 167-189.
PATACA, Ermelinda M. Terra, água e ar nas viagens científicas portuguesas (1755-1808). São Paulo: Instituto de Geociências/UNICAMP, 2006.
PESTRE, Dominique. Por uma nova história social e cultural das ciências: novas definições, novos objetos, novas abordagens. São Paulo: Cadernos, Instituto de Geociências - IG/UNICAMP. V.6, Nº 7, 1996.
PIMENTA, Tânia Salgado. Barbeiros- sangradores e curandeiros no Brasil (1808-28). História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 5, n.2, p. 349-374, 1998.
PROFESSOR S. von Prowasek. - Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 7(1):1-3, 1915.
RAJ, Kapil. Conexões, Cruzamentos, Circulações: a passagem da cartografia britânica pela Índia, séculos XVII e XIX. Revista de História e Cultura das Ideias, v. 24, p. 155-179, 2007.
RÍOS, Sara Aguilera. “Quipu: Una Revista Latinoamericana de la Historia de las Ciencias y la Tecnología”. In: Biblio 3W. Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales. Universidad de Barcelona. Nº 212, 28 de febrero de 2000.
RODRIGUES, Teresinha De Jesus Alvarenga. Observatório Nacional - 185 Anos. Rio De Janeiro: Ed. Observatório Nacional, 2012. 180 páginas.
SÁ, Magali Romero. A Zoologia da Comissão Científica de Exploração. In: Kury, Lorelai(org.). Comissão Científica do Império 1859 – 1861. Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson, 2009. pp. 157 – 162.
________. Do veneno ao antídoto: Barbosa Rodrigues e os estudos e controvérsias científicas sobre o curare. Revista Brasileira de História da Ciência, v. 5, p. 12-21, 2012.
SANJAD, Nelson R. Nos jardins de São José: uma história do Jardim Botânico do Grão Pará, 1796-1873. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, Campinas (SP), 2001.
SCHWARTZMAN, Simon. Formação da comunidade científica no Brasil. São Paulo: Ed. Nacional; Rio de Janeiro: FINEP, 1979.
SILVA, Clovis P. da. Otto de Alencar Silva versus Auguste Comte. Revista de la Sociedad Española de Historia de las Ciencias y de las Técnicas, v. 18, 1995.
SILVA, Márcia Regina Barros da. “História e historiografia das ciências latino-americanas: Quipu (1984-2000)”. Revista Brasileira de História da Ciência, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p. 47-57, jan/ jun, 2014.
STEPAN, N. Gênese e evolução da ciência brasileira: Oswaldo Cruz e a política de investigação científica e médica. Rio de Janeiro: Ed. Artenova, 1976.
VASCONCELLOS, Figueiredo de. “Noticia historica: sobre o preparo da vaccina anti-pestosa por Oswaldo Cruz”, no Instituto de Manguinhos. Mem. Inst. Oswaldo Cruz; 15(1):58-66, 1922.
VERGARA, Moema Rezende e CAPILÉ, Bruno. Circunstâncias da Cartografia no Brasil oitocentista e a necessidade de uma Carta Geral do Império. Revista Brasileira de História da Ciência, v. 5, p. 37-49, 2012.
________. Ciências, fronteiras e nação: comissões mistas de demarcação dos limites territoriais entre Brasil e Bolívia, 1895-1901. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas , v. 5, p. 345-361, 2010.
VIDEIRA, Antonio Augusto Passos. Os 175 Anos do Observatório Nacional. Rio de Janeiro: Observatório Nacional, 2002.
________. A física no Brasil entre 1934 e 1966. São Paulo: Sociedade Brasileira de Física, 2016.


Obras de referência

DICIONÁRIO Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1930). Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz – (http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br).
MORIZE, Henrique. Observatório Astronômico: um século de história (1827-1927). Rio De Janeiro (RJ): Museu De Astronomia E Ciências Afins, 1987.
NEIVA, Arthur. Esboço histórico sobre a botânica e a zoologia no Brasil: de Gabriel Soares de Sousa, 1587, a 7 de setembro de 1922. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1989.
O PATRIOTA Jornal Literário, Político, Mercantil do Rio de Janeiro. (v. 1, t. 1, n. 1-3) Jan. fev. mar. [Disponível em: https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/6817, acessado em 18/04/2018]
RODRIGUES, João Barboza. Hortus Fluminensis ou Breve noticia sobre as plantas cultivadas no Jardim Botanico do Rio de Janeiro para servir de guia aos visitantes. Rio de Janeiro: Leuzinger, 1895. [Disponível em: http://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/242782 , acessado em 18/04/2018].
________. Lembrança do 1º Centenário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 1808-1908. Rio de Janeiro: Officinas da Renascença, E. Bevilacqua & Cia. 1908. [Reeditado. 2ª Ed. Rio de janeiro: Banco Safra, 1998
SILVA, João Manuel Pereira da. Os varões illustres do Brazil durante os tempos coloniáes. Pariz : Livr. de A. Franck : Livr. Guillaumin et Cia, 1858.
SISSON, S. A. [editor] Galeria dos brasileiros ilustres. Brasília : Senado Federal, 1999.

Downloads

Publicado

2018-05-29