Coney Island e a nostalgia de um "divertimento irresponsável" em Lana Del Rey
Keywords:
Coney Island, divertimento irresponsável, Lana Del ReyAbstract
Neste trabalho, discutimos as políticas de divertimento kitsch de Coney Island, península em Nova York, imbricando temporalidades distintas de suas formas de entretenimento. Coney Island emerge como consequência da modernidade e do capitalismo tardio dentro do próprio território dos Estados Unidos, fornecendo uma diversão dita "banal" em sua área periférica nos séculos XIX e XX, e sendo alvo das mesmas peias mercadológicas ao passar por processos de especulação imobiliária e de esterilização e gourmetização do entretenimento – séculos XX e XXI. Articulamos nossa discussão pela concepção de "divertimento irresponsável" (WISNIK; LUPINACCI, 2010). Traçamos um panorama da península e aplicamos a conceituação dos autores a duas canções da artista nova-iorquina Lana Del Rey – Carmen e Off To The Races –, que revelam nostalgicamente frivolidade e ausência de responsabilidade na narrativa do prazer fast-food (rápido, barato e monopolizador, no estilo estadunidense de consumo), seja na forma de entretenimento concebida para a ilha nos séculos XIX e XX, seja na forma estabelecida nos últimos anos.
Downloads
References
BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1986.
DE LUCA, Isabel. Coney Island retoma lugar icônico em NY. O Globo, Nova York, 01 jun. 2014. Disponível em: https://oglobo.globo.com/mundo/coney-island-retoma-lugar-iconico-em-ny-12677239. Acesso em: 30 jun. 2018.
DYER, Richard. Pastiche. Londres; Nova York: Routledge, 2007.
GALEANO, Eduardo. De pernas pro ar: a escola do mundo ao avesso. E-book. Porto Alegre: L&PM Editores, 2011.
HABERMAS, Jürgen. O discurso filosófico da modernidade: doze lições. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
HALL, Stuart. Da Diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG; Brasília: Representação da UNESCO no Brasil, 2003.
JAMESON, Fredric. Espaço e imagem: teoria do pós-moderno e outros ensaios. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1995.
KEHL, Maria Rita. O tempo e o cão: a atualidade das depressões. São Paulo: Boitempo Editorial, 2009.
PRYSTHON, Angela. Utopias da frivolidade. Recife: Cesárea, 2014.
SARLO, Beatriz. Cenas da vida pós-moderna: intelectuais, arte e vídeo-cultura na Argentina. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1997.
SERELLE, Márcio. Uma outra república do entretenimento. Rumores, v. 4, n. 8, p. 1-11, 2010. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/Rumores/article/view/51202. Acesso em: 25 jun. 2018.
SHALTIEL, Jason. Coney Island residents seeing big changes as real estate booms. AM New York, Nova York, 27 jul. 2016. Disponível em: https://www.amny.com/real-estate/city-living/brooklyn/coney-island-residents-seeing-big-changes-as-real-estate-booms-1.12098520. Acesso em: 27 jun. 2018.
SOARES, Thiago. Percursos para estudos sobre música pop. In: PEREIRA DE SÁ, Simone.; CARREIRO, Rodrigo.; FERRARAZ, Rogério (orgs.). Cultura pop. Salvador: EDUFBA; Brasília: Compós, 2015, p. 19-33.
WISNIK, Guilherme; LUPINACCI, Heloisa. Coney Island e o divertimento irresponsável. Serrote, São Paulo, mar. 2010, p. 1-3. Disponível em: https://www.revistaserrote.com.br/2011/07/coney-island-e-o-divertimento-irresponsavel/. Acesso em: 25 jun. 2018.
ŽIŽEK, Slavoj. O ano em que sonhamos perigosamente. E-book. São Paulo: Boitempo Editorial, 2012.
Downloads
Published
Issue
Section
License
O(A) autor(a), para fins de submissão à revista Temporalidades, deve declarar que o trabalho aqui submetido é de autoria do mesmo e nunca foi publicado em qualquer meio, seja ele impresso ou digital.
O(A) autor(a) também declara estar ciente das seguintes questões:
Os direitos autorais para artigos publicados na Temporalidades são do autor, com direitos de primeira publicação para o periódico;
Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito;
A revista permitirá o uso dos trabalhos publicados para fins não-comerciais, incluindo direito de enviar o trabalho para bases de dados de acesso público.
A Temporalidades adota a licença internacional Creative Commons 4.0 (CC BY).