Black Mirror e a cegueira moral da Modernidade

Autores/as

  • Maria Visconti Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Palabras clave:

Black Mirror, Cegueira Moral, Extermínio

Resumen

A série televisiva Black Mirror, criada por Charlie Brooker, nos apresenta um futuro de distopia, onde a tecnologia avançada tomou conta da vida das pessoas, e com tons de ficção científica. A série, apesar de se passar em um espaço de tempo desconhecido, nos apresenta elementos sociais muito familiares. O episódio retratado nesse texto, Engenharia reversa (Men against fire), nos coloca questionamentos e desconfortos que o sociólogo Zygmunt Bauman há muito tempo nos alertava: de que não aprendemos nada com o Holocausto, e de que a sociedade estaria em perigo até hoje, do mesmo jeito que estava em perigo em 1933. O objetivo desse artigo é fazer uma relação entre esse episódio e as teorias de Bauman e Hannah Arendt, acerca das lições do totalitarismo, dos elementos modernos que tornaram o Holocausto possível e da cegueira moral que acomete a sociedade moderna, fazendo com que não estejamos livres de outro Holocausto. Essa concepção se insere na proposta de Pierre Rosanvallon, nos usos da história para o presente e no constante diálogo entre o passado e o presente na história filosófica do político.

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Biografía del autor/a

Maria Visconti, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Licenciada em história pela Universidade Federal de Minas Gerais. Mestranda em História e Culturas Políticas pela Universidade Federal de Minas Gerais.

Citas

ENGENHARIA REVERSA. Black Mirror. Netflix: episódio 5, temporada 3. Lançamento 21 de outubro de 2016.
ROSANVALLON, Pierre. Por uma história do político. São Paulo: Alameda Casa Editorial, 2010.
ARENDT, Hannah. Compreender: formação, exílio e totalitarismo (ensaios). São Paulo: Companhia das Letras; Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.
ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e Holocausto. Rio de Janeiro: Zahar, 1998, p. 118.
LANZMANN, Claude. Shoah, 1985.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e Holocausto. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
ARENDT, Hannah. Origens do Totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
BAUMAN, Zygmunt; DONSKIS, Leonidas. Cegueira moral: a perda de sensibilidade na modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
ARENDT, Hannah. Responsabilidade e Julgamento. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
ARENDT, Hannah. Crises da República. São Paulo: Perspectiva, 2010.
ASSY, Bethânia. Ética, responsabilidade e juízo em Hannah Arendt. São Paulo: Perspectiva, 2015.
ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 2011.
ARENDT, Hannah. A promessa da política. Rio de Janeiro: DIFEL, 2010.

Publicado

2017-05-31