Ulisses não é como antigamente: um debate sobre a ficcionalização nos romances gregos

Autores/as

Palabras clave:

Helenismo, Império Romano, gênero discursivo.

Resumen

A partir de um breve debate sobre algumas divergentes considerações históricas e literárias, o artigo pretende explorar as especificidades das narrativas ficcionais em prosa em torno do século II – modernamente denominadas de romances – no que tange o papel do leitor na reelaboração da tradição cultural. Para tanto, coteja-se algumas diferentes acepções poéticas e historiográficas do período clássico e helenístico. A conclusão é de que a invenção de um novo gênero discursivo é própria de uma nova consciência do tempo histórico.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Igor B. Cardoso, Doutorando em História pela Universidade Federal de Minas Gerais

Mestre em História pela Universidade Federal de Minas Gerais, atualmente é doutorando pela mesma instituição com pesquisa em História Antiga e recepção da cultura clássica.

Citas

Fontes antigas
ARISTÓTELES. Poética. Tradução E. De Sousa Porto Alegre: Globo, 1966.
ARISTOTLE. Poetica. Ed. R. Kassel. Oxford: Clarendon Press, 1965.
CÁRITON DE AFRODÍSIAS. Quéreas e Calírroe. Tradução do grego, introdução e notas de Maria de Fátima de Sousa e Silva. Lisboa: Cosmos, 1996.
CHARITON. Callirhoe. Edited and translated by G. P. Goold. Cambridge; London: Havard University Press, 1995.
_________. Chairéas et Callirhoé. Texte établi et traduit par Georges Molinié. Paris: Les Belles Lettres, 1989.
_________. De Chaerea et Callirhoe. Ed. W. E. Blake. Oxford: Clarendon Press, 1938.
HERÓDOTO. História. Tradução Brito Broca. Rio de Janeiro: Ediouro, 1994.
HERODOTUS. The histories. With an English translation by A. D. Godley. Cambridge: Harvard University Press. 1920.
HOMERO. Odisseia. Tradução Carlos Alberto Nunes. 5 ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.
HOMERUS. Odyssea. Ed. P. von der Muhll. Basel: Lichtenhahn, 1962.
JULIANUS. Epistulae. In: Ouevres complètes. J. Bidez (ed.). Paris: Belles Lettres, 1960.
L’EMPEREUR JULIEN. Lettres et fragments. In: Ouevres complètes. Texte revu et traduit par J. Bidez. 3 ed. Paris: Les Belles Lettres, 1972 (Tome I, 2ª partie).
LONGO. Dáfnis e Cloé. Tradução Denise Bottmann. Campinas: Pontes, 1990.
LONGUS. Daphnis et Chloe. Ed. G. Dalmeyda. Paris: Belles Lettres, 1934.
LUCIAN. Lucian Opera. Ed. M. D. Macleod. Oxford: Clarendon Press, 1972 (v. I). 1974 (v. II); 1980 (v. III).
LUCIAN. Lucian with an english translation. Ed. by K. Kilburn (v. VI), M. D. Macleod (v. VII). Cambridge: Harvard University Press, 1959 (v. VI); 1961 (v. VII)
LUCIANO. Como se deve escrever a história. Tradução, notas apêndices e o ensaio “Luciano e a história” de Jacyntho Lins Brandão. Belo Horizonte: Tessitura, 2009.
_________. Luciano I. Tradução do grego, introdução e notas Custódio Magueijo. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2012.
_________. Luciano II. Tradução do grego, introdução e notas Custódio Magueijo. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2012.
THUCYDIDES. Historiae. Ed. by H. S. Jones and J. E. Powell. Oxford: Clarendon Press, 1942, 2 v.
TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Introdução, tradução e notas de Mário da Gama Kury. Brasília: UNB, 1982.

Bibliografia
ÁLVAREZ, Lourdes Rojas. Caritón de Afrodisias y los orígenes de la novela griega. México, D.F.: Facultad de Filosofia y Letras, UNAM, 2006.
BAKHTIN, Mikhail. Para uma filosofia do ato. Tradução de Carlos Alberto Faraco e Cristóvão Tezza. [Sem edição, 1993].
_________. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. Tradução de Aurora Bernadini [et. al.]. 4 ed. São Paulo: Unesp, 1998.
BOMPAIRE, Jacques. Lucien écrivain: imitatión et création. Paris: Les Belles Lettres: Nino Aragno, 2000.
BRANDÃO, Jacyntho Lins. A invenção do romance: narrativa e mimese no romance grego. Brasília: UnB, 2005.
_________. A poética do hipocentauro: literatura, sociedade e discurso ficcional em Luciano de Samósata. Belo Horizonte: UFMG, 2001.
_________. Antiga musa: (arqueologia da ficção). Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, 2005.
_________. Mito, páhtos e ecfrase em Luciano (De Domo 22). Anais do II Colóquio Internacional do GIPSA: Imagem e discurso na Antiguidade Clássica, 2000, p. 1-7.
_________. Traduzir Homero do grego para o grego: (as mediações da teoria). Scripta Clássica On-line: Literatura, Filosofia e História na Antiguidade, n. 2, Belo Horizonte, 2006, p. 5-29.
BRANHAM, R. Bracht. Unruly eloquence: Lucian and the comedy of traditions. Cambridge; London: Harvard University Press, 1989.
BOWIE, Ewen. The Ancient readers of the Greek novels. In: SCHMELING, Gareth (ed.). The novel in the Ancient world. Boston; Leiden: Brill Academic Publishers, 2003.
CABRERO, María del Carmen. Elogio de la mentira: sobre las Narrativas verdaderas de Luciano de Samósata. Bahía Blanca: Universidad Nacional del Sur, 2006.
CUEVA, Edmund. The myths of fiction: studies in the canonical greek novels. Ann Arbor: The University of Michigan Press, 2007.
DABDAB TRABULSI, José Antonio. Dionisismo, poder e sociedade na Grécia até o fim da época clássica. Belo Horizonte: UFMG, 2004.
FUTRE PINHEIRO, Marília. The genre of the novel: a theoretical approach. In: CUEVA, Edmund (ed.). A companion to the Ancient novel. Oxford: Wiley Blackwell, 2014.
GLOCK, H-J. Dicionário Wittgenstein. Tradução de Helena Martins. Rio de Janeiro Jorge Zahar, 1998.
GOBRY, Ivan. Vocabulário grego da filosofia. Tradução Ivone Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
GOLDHILL, Simon. Foucault’s virginity: ancient erotic fiction and the history of sexuality. New York; Cambrdige: Cambridge University Press, 2002.
HADOT, Pierre. Exercices spirituels et philosophie antique. 2 ed. Paris: Études Augustiniennes, 1987.
HALPERN, Richard. Theater and democratic thought: Arendt to Rancière. Critical Inquiry, v. 37, n. 3, 2011, p. 545-572.
JONES, C. P. Culture and society in Lucian. Cambridge: Harvard University, 1986.
LALANNE, Sophie. Une éducation grecque: le roman grec ancien. La Découverte: Paris, 2006.
LEBRUN, Gerard. O conceito de paixão. In: CARDOSO, Sérgio (org.). Os sentidos da paixão. São Paulo: Companhia das letras, 1986.
LEME-LOPES, André. Qual a verdade em Histórias verdadeiras? In: EUGÊNIO, João Kennedy (org.). Ficção e história: encontros com Luciano. Teresina: EDUFPI, 2010.
NUSSBAUM, Martha. Fortuna e ética. In: A fragilidade da bondade: fortuna e ética na tragédia e na filosofia grega. Tradução Ana Aguiar Cotrim. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
MORGAN, J. R. Fiction and history: historiography and novel. In: MARINCOLA, John (ed.). A companion to Greek and Roman historiography. Malden; Oxford: Blackwell Publishing, 2007.
PATTONI, Maria Pia. Longus’ Daphnis and Chloe: literary transmission and reception. In: CUEVA, Edmund (org.). A companion to the Ancient novel. Oxford: Wiley Blackwell, 2014.
RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. 2 ed. Tradução de Mônica Costa Netto. São Paulo: ECO expermental org.; Ed. 34, 2009.
RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa – Tomo I. Constança Marcondes Cesar. Campinas: Papirus, 1994.
STARR, Raymond. The circulation of literary texts in the Roman World. The Classical Quarterly, v. 27, n. 1, 1987, p. 213-223.
VASCONCELOS, Ana Paula Cardoso. Entre Petrônio e Longo: uma proposta de pedagogia erótica. Rio de Janeiro: UERJ, 2011.
VEYNE, Paul. Acreditavam os gregos em seus mitos?: ensaio sobre a imaginação constituinte. Tradução Horácio Gonzales e Milton Nascimento. São Paulo: Brasiliense,1984.
WHITMARSH, Tim. Narrative and identity in the Ancient Greek Novel: returning romance. Cambridige: Cambridge University Press, 2011.
WINKLER, John. The constraints of desire: the anthropology of sex and gender in Ancient Greece. New York; London: Routledge, 1981.
WITTGENSTEIN, Ludwig. Investigações filosóficas. Tradução de Marcos Montagnoli. 3 ed. Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco; Petrópolis: Vozes, 2004.
WOUTERS, Alfons. Irony in Daphnis’ and Chloe’s Love lessons. Quaderni Urbinati di Cultura Classica, v. 26, n. 2, 1987, p. 111-118.

Publicado

2019-06-25