Administração por escrito: a circulação de notícias entre Brasil e Portugal (XVII-XIX)

Autores

  • Nayara Vignol Lucheti Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP), campus de Franca

Palavras-chave:

Correspondência, governo ultramarino, Brasil colônia.

Resumo

Principalmente a partir dos Seiscentos – com as prescrições da Coroa, a publicação dos manuais de escrita e a criação do Conselho Ultramarino e da Secretaria de Estado do Brasil –, dar notícias a respeito do que ocorria nas terras do Brasil foi um ato cotidiano às autoridades locais. Analisando as prescrições nos Regimentos dos Governadores do Brasil e a correspondência administrativa enviada, principalmente, ao Conselho Ultramarino, buscaremos, nesse trabalho, compreender o sistema de governação por escrito na América portuguesa. Para mais, queremos apreender a importância das epístolas administrativas para contar, na esfera dos membros da administração e governança brasílicos, o que ocorria no além-mar. Partindo da ideia de que a correspondência foi a principal forma de comunicação entre os distantes naquele tempo, buscaremos pensar como se desenvolveu o governo ultramarino lusitano por meio do trâmite de informações entre os membros da administração do Estado do Brasil e Portugal entre meados do Seiscentos e início do Oitocentos. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Nayara Vignol Lucheti, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP), campus de Franca

Mestranda em História e Cultura Social – Programa de Pós-graduação em História e Cultura Social – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais – UNESP –  Universidade Estadual Paulista, “Júlio de Mesquita Filho”, campus de Franca. Franca, SP – Brasil. Bolsista FAPESP. E-mail: n.vignol@gmail.com.

 

Referências

Fontes:

ARRIGHI, Ludovico Vicentino degli. La operina di Ludovico Vicentino, da imparare di scrivere littera cancellarescha. Roma: [s.n.], 1524. Disponível em: <https://archive.org/details/laoperinadiludou00arri>. Acesso em 9 out. 2017.
CARTA dos oficiais da Câmara do Rio de Janeiro ao rei [D. João V]. In: Arquivo Histórico Ultramarino, Rio CARTA do [governador do Rio de Janeiro], Luís Vaía Monteiro, ao rei [D. João V]. In: Arquivo Histórico Ultramarino, D. 2251, 4 de janeiro de 1730.
CARTA dos oficiais da Câmara do Rio de Janeiro ao rei [D. João V]. In: Arquivo Histórico Ultramarino, Rio de Janeiro, D. 2272, 18 de fevereiro de 1730.
CARTA do [governador do Rio de Janeiro], Luís Vaía Monteiro, ao rei [D. João V]. In: Arquivo Histórico Ultramarino, Rio de Janeiro, D.2337, 2 de julho de 1730.
CARTA dos oficiais da câmara do Rio de Janeiro ao rei [D. João V]. In: Arquivo Histórico Ultramarino, Rio de Janeiro, D. 2430, 2 de maio de 1731.
CARTA do ouvidor-geral do Crime [do Rio de Janeiro]. In: Arquivo Histórico Ultramarino, Rio de Janeiro, D. 11758, 6 de outubro de 1796.
CARTA GERAL que foi a Sua Magestade sobre diversos particulares de 25 de junho de 1691. In: BIBLIOTECA NACIONAL. Documentos Históricos: Provisões, Patentes, Alvarás, Cartas (1648-1711), vl. XXXIII. Rio de Janeiro: Typ.Arch. de Hist. Bras., 1936, p. 356. Disponível em:
<http://memoria.bn.br/pdf/094536/per094536_1936_00033.pdf>. Acesso em: 3 mar. 2016.
CUESTA, Juan de la. Libro y tratado para enseñar á leer y escribir brevemente. Gloria: Juan Gracian, 1589.
FREIRE, Francisco José. O secretário portuguez compendiosamente instruído no modo de escrever cartas por meio de huma instrucção preliminar, regras de Secretaria, Formulário de tratamentos e hum grande numero de cartas em todas as espécies que tem mais uso com varias cartas discursivas sobre as obrigações, virtudes e vicios do novo Secretario. Lisboa: João Nunes Esteves, 1823, p. I. Utilizamos aqui uma edição posterior da obra, sendo a original datada de 1745.
OFÍCIO do [governador da Bahia] conde da Ponte [João de Saldanha da Gama] ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] visconde de Anadia [João Rodrigues de Sá e Melo]. In: Arquivo Histórico Ultramarino, Bahia, D. 16615, 1 de abril de 1806.
REGIMENTO da Secretaria de Estado em que se contém o modo porque os Senhores Reis de Portugal escrevem a seus vassalos, e os Príncipes e outras pessoas de fora do Reino, além dos estilos pelos quais se hão de firmar e fazer as cartas na Secretaria para o Rei assinar apud KOROBTCHENKO, Júlia Platonovna. A Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros da Guerra: a instituição, os instrumentos e os homens (1736-1756). 198 f. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade de Lisboa, Departamento de História da Faculdade de Letras, Lisboa, 2011, Anexo Documental, pp.10-53.
REGIMENTO de Tomé de Sousa, escrito em Almerim aos 17 de dezembro de 1548. In: MENDONÇA, Marcos Carneiro de. Raízes da Formação Administrativa do Brasil. V. 1. Rio de Janeiro: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro/Conselho Federal de Cultura, 1972, p. 35-51.
REGIMENTO do governador Francisco Giraldes. In: MENDONÇA, Marcos Carneiro de. Raízes da Formação Administrativa do Brasil. V. 1. Rio de Janeiro: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro/Conselho Federal de Cultura, 1972, p. 259-277.
REGIMENTO de Gaspar de Sousa. In: MENDONÇA, Marcos Carneiro de. Raízes da Formação Administrativa do Brasil. V. 1. Rio de Janeiro: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro/Conselho Federal de Cultura, 1972, pp. 437-442.
REGIMENTO de que hão de enviar o Presidente e Conselheiros do Conselho Ultramarino, que Vossa Majestade ordenar, para Vossa Majestade ver. Lisboa: [s.n.], 1644, p. 139.

Estudos:

BICALHO, Maria Fernanda. A cidade e o império: O Rio de Janeiro no século XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
BOUZA ALVAREZ, Fernando. Portugal no Tempos dos Filipes. Política, Cultura e Representações (1580-1668). Lisboa: Edições Cosmos, 2000
CAETANO, Marcello. O Conselho Ultramarino: esboço da sua história. Rio de Janeiro: Sá Cavalcante, 1969.
CONCEIÇÃO, Adriana Angelita da. Sentir, escrever e governar: a prática epistolar e as cartas de D. Luís de Almeida, 2° marquês do Lavradio (1768-1779). 384 f. Tese (Doutorado em História) – Universidade de São Paulo, Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
DIAS, Érika S. de Almeida Carlos. Informação e memória: o projeto resgate e a administração do Brasil colonial no século XVIII. IRIS, Recife, v.1, n.1, pp.43-66, jul./dez. 2012.
GOMES, Rita Costa. A corte dos reis de Portugal no final da Idade Média. Lisboa: DIFEL, 1995.
HESPANHA, António Manuel. As vésperas do Leviathan: instituições e poder político. Portugal – séc. XVIII. Coimbra: Almedina, 1994.
MILLÁN, José Martínez (Org.). La Corte de Felipe II. Madrid: Alianza Editorial, 1998.
SANTOS, Maria José Azevedo. Assina quem sabe e lê que, pode. Coimbra: Imprensa da Universidade, 2004.
SANTOS, Marilia Nogueira. Escrevendo cartas, governando o império: A correspondência de Antônio Luís Gonçalves da Câmara Coutinho no governo-geral do Brasil (1691-1693). 267 f. Dissertação (Mestrado em História) –Universidade Federal Fluminense, Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2007.
SCHWARTS, Stuart B. Burocracia e sociedade no Brasil colonial: a Suprema Corte na Bahia e seus juízes (1609-1751). São Paulo: Perspectiva, 1979.

Downloads

Publicado

2018-01-30