A prática política em "tempos de clandestinidade": as táticas dos militantes do PC do B para convencer os moradores do Araguaia ao projeto de guerra popular prolongada.

Autores

  • Wellington Sampaio da Silva Universidade Federal do Ceará (UFC); Instituto Federal do Tocantins (IFTO - Campus Araguaína)

Palavras-chave:

Guerrilha do Araguaia, Cotidiano, Política

Resumo

A “Guerrilha do Araguaia”, movimento armado arquitetado pelos militantes do Partido Comunista do Brasil (PC do B), nas décadas de 1960 e 1970 na região do Araguaia, constitui uma temática já bastante evidenciada pela historiografia contemporânea. Ao longo de mais de 40 anos após o fim do conflito armado, diferentes autores(as) vêm buscando interpretar esse acontecimento da história de nosso país seguindo diferentes perspectivas. O artigo discuti o cotidiano e a política enquanto relações tecidas no campo micro, isto é, das maneiras de viver e fazer inseridas no dia-a-dia dos moradores do Araguaia nesse período. Para fazer a revolução, meta principal dos militantes do PC do B no Araguaia, estes tiveram que reinventar suas práticas políticas e se adaptar ao universo cultural dos moradores da região, influenciando seu cotidiano e sendo influenciados por eles. Nesse sentido, a partir dos relatos orais de ex-guerrilheiros, da documentação publicada pelo PC do B sobre o movimento e das memórias de alguns moradores da região, construímos uma versão das relações estabelecidas por esses dois grupos.

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Biografia do Autor

Wellington Sampaio da Silva, Universidade Federal do Ceará (UFC); Instituto Federal do Tocantins (IFTO - Campus Araguaína)

Professor do Ensino Básico Técnico e Tecnológico do Instituto Federal do Tocantins (IFTO - Campus Araguaína) Mestre em História pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e doutorando em História Social da Universidade Federal do Ceará (UFC).

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Publicado

2018-01-30