Para uma história da ciência quinhentista: entre desafios e anacronismos

Autores

  • Diego Pimentel de Souza Dutra Universidade Federal Fluminense/CAPES

Palavras-chave:

Ciência Moderna, Renascimento, Descobrimentos.

Resumo

O presente artigo inicia com um levantamento dos principais desafios existentes no estudo do conhecimento científico europeu, na passagem da Idade Média para a Modernidade. Em se tratando de um cenário anterior ao nascimento da Ciência Moderna, é muito comum se deparar com análises anacrônicas, no sentido de imputar conceitos e análises que não correspondem às problemáticas da época, atribuindo preocupações “modernas” demais para o período em questão. Temos assim, uma dupla intenção. Primeiramente, demonstrar brevemente como a concepção de ciência renascentista estava longe de ser um saber caótico, estando, muito pelo contrário, fortemente estruturada. E por fim, dar visibilidade a correntes de pensamentos que foram silenciadas no processo de edificação de uma cientificidade moderna, demonstrando que a Revolução Científica do século XVII guardou contribuições de segmentos que, no entanto, a historiografia tradicional tratou de negligenciar.

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Biografia do Autor

Diego Pimentel de Souza Dutra, Universidade Federal Fluminense/CAPES

Possui graduação em História (2010) e mestrado em História Social (2013), ambos pela Universidade Federal Fluminense. Tem experiência na área de História, com ênfase em História da Baixa Idade Média e Moderna e História da Ciência. Atualmente, atua como doutorando em História Social pela Universidade Federal Fluminense.

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Publicado

2018-01-30