Editorial
DOI:
https://doi.org/10.17851/1983-3652.9.1.i-iiiPalavras-chave:
editorial, Texto Livre, linguagem e tecnologiaResumo
A revista Texto Livre: Linguagem e Tecnologia, no seu volume 9, número 1 de 2016, tem a honra de colocar ao alcance de todos 12 relevantes contribuições em três trilhas (eixos temáticos) de pesquisas distintas e complementares: Linguística e Tecnologia, Educação e Tecnologia e Cadernos do STIS. Os olhares dos autores contemplados neste número se entrelaçam como linhas, formando uma teia de conhecimento, rica pela diversidade de abordagens descritas, de forma pormenorizada, nos textos que compõem este exemplar.
Embora a temática seja livre e, portanto, diversa, vê-se, no entanto, o empenho destemido e o compromisso voraz de cada autor ao trazer a público seu trabalho, tratando cada tema de forma objetiva, ampliando o tópico proposto, aprofundando a discussão, trazendo à tona questionamentos instigadores e reflexões à luz do que se conhece sobre Tecnologia, Linguagem e Educação. Sendo assim, os artigos agora ao seu dispor expõem de forma transparente as visões de cada autor. Poderia dizer, poeticamente, que nos abrem as janelas do seu mundo, nos convidando a refletir sobre seus principais focos de interesses, contribuindo, sobremaneira, para o avanço do nosso conhecimento e para a disseminação e compartilhamento dos saberes por eles construídos. Marie-Josée Goulet e Christine Fournier,no artigo em francêsClassification des sujets abordés dans dix manuels de rédaction web: vers un outil de référence pour l’enseignement universitaire, traz um levantamento realizado sobre uma classificação de temas específicos em dez manuais de redação Web. Os dados analisados revelam que há lista de tópicos base, competência editorial nos manuais e sete temas específicos comuns aos manuais do corpus,confirmando assim ser a escrita na Web complexa e multidisciplinar. ExplorandoA verbo-visualidade em tira quadrinizada da Mafalda: cortesia/descortesia linguística e humor nas interlocuções da narrativa figurativa, Carlos Augusto Andrade e Diogo de Souza Cardoso dão luz em seu artigo aos efeitos de sentido que surgem quando analisamos as relações dialógicas estabelecidas e visíveis nas marcas de cortesia e descortesia linguística presentes na materialidade verbo-visual desse gênero textual.
Partindo de um viés sociolinguístico, Emanuel Ângelo Nascimento, no artigo Humor, ideologia e discurso: a circulação dos estereótipos do caipira em piadas na internet, busca discutir o funcionamento do discurso do humor relacionado à circulação dos clichês do caipira na internet, tentando compreender como se dá a perpetuação desses chavões, lugares-comuns, na rede. A Retórica e a Linguística Textual são as áreas tratadas por Maria Flávia Figueiredo e Alan Ribeiro Radi em O Orador Humorístico: a construção do Ethos na comédia.Os autores escolheram o gênero stand-up comedy para analisar, em um vídeo do comediante Danilo Gentili, as marcas deixadas pelo orador no seu discurso, levantando os traços constitutivos do seu ethos.A questão das alterações de sentidos da expressão “Vem Pra Rua”é investigada no artigo Vem pra rua: um estudo sobre ressignificação, de Suzana Jordão da Costa, cujo corpus foi levantado de junho e julho de 2013 nos ambientes virtuais Facebook, Youtube e site jornalístico G1. Após os dados serem compilados pelo software Wordsmith Tools (5.0), observou-se que houve uma ressignificação da expressão “Vem Pra Rua”, indo desde letra de música para status de perfil em uma rede social. O uso de doissoftwares de transcrição, Eudico Language Annotator (ELAN) e o Computerized Language ANalysis (CLAN),é indicado como auxílio para as pesquisas com enfoque multimodal no processo de aquisição da linguagem, sendo isso discutido por Jéssica Tayrine Gomes de Melo Bezerra, Paula Michely Soares da Silva e Marianne Carvalho Bezerra Cavalcante, no artigo Softwares de transcrição como auxílio para as pesquisas com enfoque multimodal no processo de aquisição da linguagem. Ambos os softwares mostram sua relevância nesse estudo: enquanto aquele auxilia na anotação de dados sobre gravações de áudio ou vídeo, este permite a realização de anotações simultâneas de fala, gestos e elementos contextuais observados em interações comunicativas.
Na trilha Educação e tecnologia, O conceito de letramento digital e suas implicações pedagógicas foi amplamente discutido por Mariana Vidotti de Rezende. A autora pondera que o que se observa na prática de sala de aula atual é a simples inclusão do uso dos recursos tecnológicos nas práticas letradas tradicionais. Defende, portanto, que o uso das tecnologias nas práticas pedagógicas deveria vir embasadas primeiro em pilares essenciais da formação, isto é no aprendizado da Língua Portuguesa e na compreensão do conceito de letramento digital. Em Letramento literário na EaD: rodas de conversa em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, Giselle Larizzatti Agazzi, com a colaboração da Maria Teresa Ginde de Oliveira e Débora Reffi de Souza, faz uso das ferramentas fórum e rodas de conversa em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa em EaD para a promoção da formação do leitor literário, procurando refletir sobre opapel do docente como mediador noAmbiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e como promotor da experiência literária dos seus alunos. No artigo Crítica, adaptação e organização na construção colaborativa de documentos nas nuvens, Raquel Franco Santos e Ivan Luiz Marques Ricarte nomeiam as dificuldades que um texto na era digital traz para pesquisadores da área de Computação, Educação e Linguística. Propõem os autores, como uma possível solução para esse problema, o uso de um modelo a serviço da construção colaborativa de documentos em nuvens, denominado ferramenta CCDC-TEO, cujo resultados nos mostram resultados satisfatórios do seu uso.
Valquiria Oscar Teixeira, em Tecnologia e políticas educacionais: desafios e contribuições das tecnologia da informação e comunicação em escolas estaduais da cidade de Itaperuna, avalia a relevância das TIC no contexto educativo pelo viés das políticas públicas no espaço escolar e do olhar do educador. A análise dos dados coletados através de questionário e pesquisa bibliográfica apontam as seguintes conclusões: se por um lado, o auxílio das TIC na escola consegue mostrar o que significa viver na sociedade do conhecimento, por outro atestou que a formação deficitária do docente e aspectos infraestruturais das instituições são obstáculos atravancadores do êxito na utilização das TIC na maior agência de letramento – a escola.
No penúltimo artigo deste número, Extensão para a educação: a experiência de capacitação a distância do Espaço do Produtor,João Batista Mota, Silvane Guimarães Silva Gomes e Estela da Silva Leonardomostram a análise dos dados coletados no ano de 2012 de usuários dos cursos online do site Espaço do Produtor, do CEAD/UFV. Os autores procuraram investigar se os recursos das TIC estimulam o autoaprendizado do usuário e se há uma viabilidade técnica e institucional para se desenvolver um site para a realização de atividades de extensão de universidades públicas. Os dados analisados mostram que, além de atingir um elevado público, há uma possibilidade de atingir espacialmente um gama elevada de usuários possibilitando a eles se aprofundarem no assunto, que tem grande importância na vida profissional e no seu cotidiano.
Na última trilha deste número, Caderno do STIS, a autora Vanderlice dos Santos Andrade Sól, em Contextualizando a Educação Continuada de Professores de Línguas Estrangeiras no Brasil, problematiza a educação continuada de professores de línguas estrangeiras (LE) no Brasil, ponderando sobre algumas questões: como têm se constituído as propostas de educação continuada em línguas estrangeiras no Brasil e quais são os incentivos existentes, de fato, para que ocorra uma implementação eficiente. Segundo a autora, é importante trazer estas questões à tona para se produzir reflexões e mudanças significativas nesse campo.
Desejamos a todos uma produtiva leitura!
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