CAPITALISMO, TRABALHO E EDUCAÇÃO: ÊNFASES À MEMÓRIA DO TRABALHADOR SOBRE A ESCOLA NOTURNA.
Palavras-chave:
Reestruturação produtiva, escola noturna, memória, trabalhador, capitalismo.Resumo
As reconfigurações indicadas pela reestruturação produtiva se tornam ainda mais nítidas no decorrer da década de 90, tanto em sua face política, com a vigência do modelo neoliberal, como em sua face social, pelo favorecimento de um sistema altamente concentrador. Agora a tônica é transferir para os indivíduos a responsabilidade por seu estado de exclusão, isentando o Estado de quaisquer responsabilidades a este respeito. O trabalhador é impelido a frequentar a escola, tendo por compreensão as possibilidades de mobilização social advindas da escolarização. Esse senso comum vem de uma herança que compreende a escola segundo os moldes tecnicistas formulados em outro contexto histórico. É esta memória herdada que nos permitiu compreender a existência de uma assimetria entre as representações formuladas pelo trabalhador e as reais possibilidades indicadas pela escolarização no atual contexto. Enquanto o trabalhador sustenta a expectativa de adquirir uma profissão a partir do curso do ensino regular, o Estado não lhe confere garantias sobre inserções no mercado.