A INTERFERÊNCIA DO EMPRESARIADO NAS POLÍTICAS PARA A EDUCAÇÃO DO TRABALHADOR

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17648/2238-037X-trabedu-v28n3-9854

Palavras-chave:

Política Educacional, Ensino Médio, Educação Profissional

Resumo

Este artigo, por meio de pesquisa bibliográfica e documental, tem o objetivo de apresentar os caminhos históricos que levaram o atual governo federal a sancionar a Lei n. 13415/2017, da reforma do ensino médio. Objetiva ainda discutir a tendência histórica da interferência dos empresários na elaboração das políticas educacionais, voltadas para o ensino médio e para a educação profissional, no Brasil. Apresenta indícios destas interferências desde a elaboração da Lei Capanema, passando pelo período ditatorial, em que a profissionalização compulsória foi colocada em prática por meio da Lei n. 5692/1971. No processo de elaboração da LDBEN/1996, o ideário neoliberal reitera a prioridade de preparar o sujeito para as exigências do mundo da produção. A partir de 2006, com a instituição do movimento empresarial “Todos Pela Educação”, a influência deste grupo torna-se mais orgânica e ocorre em parceria com o MEC e entidades como o CONSED, obtendo forte presença na elaboração das diretrizes para a reforma do ensino médio. Conclui destacando que as políticas para a educação, historicamente, são elaboradas em um contexto de disputa entre projetos muito diferentes de sociedade e mediatizadas pelos confrontos entre as classes antagônicas. Assim, reforçam a oferta de uma educação para formação da força de trabalho que atenda aos interesses do empresariado e se afastam do ideal de formação humana e plena dos sujeitos sociais.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Renata Bento Leme, Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Londrina - UEL, Graduação em Pedagogia pela UNESP/Marília. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES

Maria José Ferreira Ruiz, Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Doutora em Educaçãopela Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho" (UNESP/Marília). Pós doutora em Educação pela UFRGS. Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Londrina. Docente da área de Política e Gestão da Educação, na Universidade Estadual de Londrina e do Progeama de Pós graduação em Educação.

Sandra Regina de Oliveira Garcia, Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Doutora em Educação pela Universidade Federal do Paraná, Mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, Graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual de Londrina. Professora Associada da Universidade Estadual de Londrina na área de Política e Gestão da Educação.

Referências

BRASIL, Decreto Nº 6.094, de 24 de Abril de 2007. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6094.htm Acesso em: 09 jul. 2018.

BRASIL. Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. Brasília, 1995. Disponível em: http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/publicacoes-oficiais/catalogo/fhc/plano-diretor-da-reforma-doaparelho-do-estado-1995.pdf Acesso em :11 jul. 2018.

BRASIL. Lei n. 13.415/2017. Altera as Leis nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e [...] e institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2017/lei-13415-16-fevereiro-2017-784336-publicacaooriginal-152003-pl.html. Acesso em: 12 jul. 2018.

FERRETTI, Celso J. Reformulações do Ensino Médio. Revista HOLOS, Ano 32, Vol. 6. 2016.

FERREIRA, Eliza B. A Contrarreforma do ensino Médio no Contexto da Nova Ordem e Progresso. Educ. Soc., Campinas, v. 38, nº. 139, p.293-308, abr.-jun., 2017.

FERREIRA, Amarilio; BITTAR, Marisa. Educação e ideologia tecnocrática na Ditadura Militar. Cad. Cedes, Campinas, Vol. 28, n. 76, p. 333-355, 2008.

FRIGOTTO, Gaudêncio. Os Circuitos da História e o balanço da educação no Brasil na primeira década do Século XXI. In: Revista Brasileira de Educação. V. 16, n. 46, 2011. p. 235-254. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v16n46/v16n46a13. Acesso em:12 jul. 2018.

GHIRALDELLI JR., Paulo. História da Educação. 2ª. Ed. São Paulo, SP: Cortez, 2001.

LAVAL, C. A escola não é uma empresa: o neo-liberalismo em ataque ao ensino público. Londrina: Planta, 2004.

MOTTA, Vânia Cardoso da.; FRIGOTTO, Gaudêncio. Porque a urgência da Reforma do Ensino Médio? Medida Provisória N. 746/2016 (Lei n. 13.415/2017). Educ. Soc., Campinas, v. 38, nº. 139, p.355- 372, abr.-jun., 2017.

PALMA FILHO, João C. A Educação Brasileira no período de 1930 a 1960: a era Vargas. Pedagogia Cidadã. Cadernos de Formação. História da Educação. 3. ed. São Paulo: PROGRAD/UNESP- Santa Clara Editora, 2005.

SAVIANI, D. O Plano de Desenvolvimento da Educação: análise do projeto do MEC. Educ. Soc., Campinas, v. 28, n. 100 - Especial, p. 1231-1255, out. 2007.

Downloads

Publicado

2019-12-11

Como Citar

LEME, R. B.; RUIZ, M. J. F.; GARCIA, S. R. de O. A INTERFERÊNCIA DO EMPRESARIADO NAS POLÍTICAS PARA A EDUCAÇÃO DO TRABALHADOR . Trabalho & Educação, Belo Horizonte, v. 28, n. 3, p. 87–100, 2019. DOI: 10.17648/2238-037X-trabedu-v28n3-9854. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/trabedu/article/view/9854. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS