Da rasura do trágico à possibilidade da tragédia
uma revisão das hipóteses de Eduardo Lourenço sobre a tragédia à brasileira
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2025.58571Palabras clave:
trágico, tragédia, trauma, sublime, Eduardo LourençoResumen
O artigo tem como intenção problematizar a caracterização da literatura brasileira como “rasura do trágico” por Eduardo Lourenço. Para tanto, o artigo é dividido em três partes, correspondentes a três objetivos: na primeira, visa-se a apresentar o conceito de “rasura do trágico” em Lourenço, demonstrando suas bases psicanalíticas; na segunda, objetiva-se a repensar o conceito de “trágico” em Lourenço, ressaltando suas semelhanças com o conceito de “real” lacaniano; por fim, na terceira parte, propomos uma interpretação do trágico à brasileira com base em alguns pressupostos da Poética de Aristóteles. Concluímos assim que, se a literatura brasileira pode ser entendida como “rasura do trágico”, é apenas no sentido de que nossos modos de representar a catástrofe resistem ao registro sublime e a uma estética que valoriza o silêncio traumático.
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