Heranças da escrita desde a condição feminina: notas sobre pintura e literatura
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.29.3.283-304Palabras clave:
escrita, pintura, feminino, Julia KristevaResumen
Na intenção de problematizar os efeitos do primado do falo em nossa cultura escrita, propõe-se um retorno a heranças soterradas pela hegemonia falocrática. Nesse sentido, a alternativa sugerida contra o rebaixamento da escrita produzida pelas mulheres encontra no pensamento de Julia Kristeva um caminho a ser percorrido pela teoria da literatura. A proposta sustenta-se no retorno a algumas referências pictóricas ocidentais que participam de diferentes obras dessa pensadora. No cruzamento da pintura e literatura, encontra-se em Polylogue a recuperação da leitura de Giotto por Matisse e reflexões acerca da cor. Em Possessões, nota-se que o debate se mantém a partir das reflexões em torno de Artemísia Gentileschi e de Georgia O’Keeffe. No volume O ódio e o perdão, as cartas o’keeffianas aprofundam a relação entre sua pintura e possíveis transformações sintáticas. Trata-se, portanto, de localizar, ao longo da obra de Kristeva, argumentos que produzam abertura a escritas por vir.
Descargas
Referencias
BENKE, Britta. Visiones del desierto. In: BENKE, Britta. Georgia O’Keeffe (1887-1986): flores en el desierto. Madrid: Taschen, 2003. p. 55-72.
DERRIDA, Jacques. Com o desígnio, o desenho. In: DERRIDA, Jacques. Pensar em não ver: escritos sobre as artes do visível (1979-2004). Organização de Ginette Michaud, Joana Masó, Javier Bassas. Tradução de Marcelo Jacques de Moraes. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2012. p 161-190.
GARRARD, Mary D. Artemisia Gentileschi: The Image of the Female Hero in Italian Baroque Art. Princeton: Princeton University Press, 1989, p.290.
JARDIM, Luciana Abreu. O corpo atravessado pela técnica. In: JARDIM, Luciana Abreu. Clarice Lispector e Julia Kristeva: dois discursos sobre o corpo. Orientador: Maria Eunice Moreira. 2008. 565 f. Tese (Doutorado em Letras – Teoria da Literatura) – Faculdade de Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008. p. 218-397.
KRISTEVA, Julia. As metamorfoses da “linguagem” na descoberta freudiana (Os modelos freudianos da linguagem). In: KRISTEVA, Julia. Sentido e contra-senso da revolta: poderes e limites da psicanálise I. Tradução de Ana Maria Scherer. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 62-112
KRISTEVA, Julia. Décollations. In: KRISTEVA, Julia. Visions Capitales (avec Liudvig Feïerbakh). Paris: Réunion des musées nationaux, 1998. p. 81-100.
KRISTEVA, Julia. Des madones aux nus: une représentation de la beauté féminine. In: KRISTEVA, Julia. La Haine et le pardon: pouvoirs et limites de la psychanalyse. Paris: Fayard, 2005. v. III, p. 143-173.
KRISTEVA, Julia. Falar em psicanálise: os símbolos da carne e do retorno. In: KRISTEVA, Julia. Meu alfabeto: ensaios de literatura, cultura e psicanálise. Tradução de Adriana Zavaglia. São Paulo: Ed. Sesc, 2017. p. 53-66.
KRISTEVA, Julia. La Forme inévitable. In: KRISTEVA, Julia. La Haine et le pardon: pouvoirs et limits de la psychanalyse. Paris: Fayard, 2005. v. III, p. 481-500.
KRISTEVA, Julia. La Joie de Giotto. In: KRISTEVA, Julia. Polylogue. Paris: Seuil, 1977. p. 383-408.
KRISTEVA, Julia. La Révolte intime: pouvoirs et limites da psychanalyse. Paris: Fayard, 1997. v. II.
KRISTEVA, Julia. La Révolution du langage poétique: l’avant-garde à la fin du XIX siècle. Lautréamont et Mallarmé. Paris: Seuil, 1974.
KRISTEVA, Julia. Le Génie féminin: la vie, la folie, les mots. Paris: Fayard, 2002. tome III: Colette.
KRISTEVA, Julia. Le Génie féminin: la vie, la folie, les mots. Paris: Fayard, 2000. tome II: Melanie Klein
KRISTEVA, Julia. Les Métamorphoses du “language” dans la découverte freudienne (Les modèles freudiens du language). In: KRISTEVA, Julia. Sens et non-sens de la révolte: pouvoirs et limites de la psychanalyse. Paris: Fayard, 1996. v. I, p. 51-102.
KRISTEVA, Julia. Possessions. Paris: Fayard, 1996.
KRISTEVA, Julia. Possessões. Tradução de Maria Helena Franco Martins. Rio de Janeiro: Rocco, 2003.
KRISTEVA, Julia. Pouvoirs de l´horreur. essais sur l’abjection. Paris: Seuil, 1980.
LISPECTOR, Clarice. Água viva. São Paulo: Círculo do livro, 1973.
MERLEAU-PONTY, Maurice. A linguagem indireta e as vozes do silêncio. In: MERLEAU-PONTY, Maurice. Textos escolhidos. Tradução e notas de Marilena de Souza Chauí, Nelson Alfredo Aguilar, Pedro de Souza Moraes. 2 ed. São Paulo: Abril Cultural, 1984. p. 141-175.
MERLEAU-PONTY, Maurice. L’Oeil et l’esprit. Paris: Éd. Gallimard, 1964.
SHEPHERDSON, Charles. Uma libra de carne: a leitura lacaniana d’O visível e o invisível. Tradução de Ronaldo Manzi Filho. Discurso. São Paulo, n. 36, p. 95-126, 2007. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2007.38074.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2019 Luciana Abreu Jardim (Autor)

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Authors who publish with this journal agree to the following terms:Authors retain copyright and grant the journal right of first publication with the work simultaneously licensed under a Creative Commons Attribution Non-Commercial No Derivatives License that allows others to share the work with an acknowledgement of the work's authorship and initial publication in this journal.Authors are able to enter into separate, additional contractual arrangements for the non-exclusive distribution of the journal's published version of the work (e.g., post it to an institutional repository or publish it in a book), with an acknowledgement of its initial publication in this journal.Authors are permitted and encouraged to post their work online (e.g., in institutional repositories or on their website) prior to and during the submission process, as it can lead to productive exchanges, as well as earlier and greater citation of published work (See The Effect of Open Access).