Capitalismo como praga

Água funda, de Ruth Guimarães

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.35699/2317-2096.2024.49448

Palabras clave:

Ruth Guimarães, romance Água funda, cultura caipira, etnocídio, modernização conservadora

Resumen

o ensaio se propõe a interpretar o romance Água funda, de Ruth Guimarães (1946), tendo como enquadramento teórico um conjunto de esculturas de Aleijadinho, além de recolha de uma lenda realizada pela própria autora. Ao final, ocorre um cotejo com as ideias de Antonio Candido a respeito da mudança social sofrida pelos “caipiras”. Em meio a esse diálogo, o ensaio analisa o método de construção do romance, argumentando que a lenda da Mãe de Ouro é o perdido fundamento simbólico da trama. A forma do romance aparece como figuração crítica do etnocídio sofrido pela cultura caipira em meio aos processos de modernização conservadora do latifúndio.

Descargas

Los datos de descarga aún no están disponibles.

Referencias

ANDRADE, Mário de. (1920). A arte religiosa no Rio. Revista do Brasil, 5/52, p. 289-293.

ANDRÉ, Sônia Nickel. A trajetória da mãe do ouro na literatura gaúcha. Dissertação (Mestrado em História da Literatura). Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, 2006. Disponível em: https://repositorio.furg.br/handle/1/2688?show=full. Acesso em: 10 out. 2022.

BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

CAETANO, Anajá. Negra Efigênia paixão do senhor branco. São Paulo: Edicel, 1966.

CANDIDO, Antonio. Os parceiros do Rio Bonito: estudo sobre o caipira paulista e a transformação dos seus meios de vida. São Paulo: Duas Cidades/ Editora 34, 2001.

CLASTRES, Pierre. Arqueologia da violência. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Cosac Naify, 2014.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Sebastião Nascimento, com colaboração de Raquel Camargo. São Paulo: Ubu Editora, 2020.

FRANTZ, Ricardo André. “Crucificação de Jesus”, Santuário de Bom Jesus de Matosinhos. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b2/Aleijadinho_-_Crucifica%C3%A7%C3%A3o_de_Jesus_-_Santu%C3%A1rio_do_Bom_Jesus_de_Matosinhos_-_Congonhas.jpg. Acesso em: 29 out. 2024.

FERNANDES, Florestan. Mudanças sociais no Brasil: aspectos do desenvolvimento da sociedade brasileira. São Paulo: Difel, 1979.

FERNANDES, Florestan. A revolução burguesa no Brasil: ensaio de interpretação sociológica. São Paulo: Contracorrente, 2020.

FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

GUIMARÃES, Ruth. Água funda. Porto Alegre: Globo, 1946.

GUIMARÃES, Ruth. Os filhos do medo. Porto Alegre: Globo, 1950.

GUIMARÃES, Ruth. Água funda. São Paulo: Editora 34, 2018.

LEONARDI, Victor. Entre árvores e esquecimentos: história social nos sertões do Brasil. Brasília: Paralelo 15, 1996.

MIRANDA, Fernanda Rodrigues. Silêncios prescritos: estudo de romances de autoras negras brasileiras (1859-2006). Rio de Janeiro: Malê, 2019.

PIRES, Murilo José de Souza; RAMOS, Pedro. O termo modernização conservadora: sua origem e utilização no Brasil. Revista Econômica do Nordeste, [S. l.], v. 40, n. 3, p. 411-424, 2009. Disponível em: https://www.bnb.gov.br/revista/ren/article/view/367. Acesso em: 29 out. 2024.

RAMOS, Hugo de Carvalho. Tropas e boiadas. Editora UFG: Goiânia, 1997.

RODRIGUES, Cyntia. A obra de Anajá Caetano: uma escritora brasileira negra na literatura de ficção. Estudos Históricos, v. 77, n. 35, p. 2022. Disponível em: https://periodicos.fgv.br/reh/article/view/86810. Acesso em: 29 out. 2024.

SANTIAGO, Silviano. (2013). Aleijadinho, Bretas e os poetas modernistas (1927-1930). In: BRETAS, Rodrigo José Ferreira. Traços biográficos relativos ao finado Antônio Francisco Lisboa, distinto escultor mineiro, mais conhecido pelo apelido de Aleijadinho. Belo Horizonte: UFMG. p. 8-33.

SILVA, Mário Augusto Medeiros da. Os acontecimentos de Ruth Guimarães (1920-2014): alcances e limites para uma intelectual negra em São Paulo. Cadernos Pagu. 2022, n. 65. Disponível em: https://doi.org/10.1590/18094449202200650010. Acesso em: 29 out. 2024.

TAUSSIG, Michael T. O diabo e o fetichismo da mercadoria na América do Sul. Tradução de Priscila Santos da Costa. São Paulo: Unesp, 2010.

Publicado

2024-11-25

Cómo citar

Bergamini Junior, A. (2024). Capitalismo como praga: Água funda, de Ruth Guimarães. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 34(4), 266–282. https://doi.org/10.35699/2317-2096.2024.49448